Conselho da Petrobras analisa venda de Pasadena à Chevron
Estatal confirmou que negociações estão em estágio de conclusão e podem ter um desfecho nesta quarta-feira
O Conselho de Administração da Petrobras deve analisar os termos finais do venda da refinaria de Pasadena à Chevron ainda nesta quarta-feira (30). A informação foi confirmada pela própria estatal brasileira em comunicado pela manhã.
"Embora as negociações estejam em estágio de conclusão, a operação ainda não foi apreciada pelo Conselho de Administração da Companhia e os contratos que formalizam a transação ainda não foram assinados", diz o comunicado enviado ao mercado. "Tal etapa está prevista para ocorrer na data de hoje e, uma vez confirmada, será devidamente comunicada ao mercado, em observância aos procedimentos da Sistemática."
Vende-se
A Petrobras comunicou em fevereiro do ano passado sua intenção de vender a refinaria. Ela entrou no programa de desinvestimentos da estatal, que prevê a venda de ativos não estratégicos para reduzir o endividamento da companhia.
Em janeiro, a Chevron anunciou ao mercado que aceitou a compra da refinaria, onde a companhia deve focar suas operações de "shale oil", o gás de xisto. O negócio ainda depende de uma série de aprovações para se concretizar.
Nesta terça-feira, o presidente da estatal, Roberto Castello Branco, que assumiu o comando da empresa no início deste ano, reafirmou a intenção de vender ativos que não dão retorno à estatal e seus acionistas.
Símbolo de corrupção
A refinaria é protagonista de uma série de denúncias de corrupção no governo anterior e virou um símbolo de corrupção na Petrobras. Desvio de recursos na operação são investigados na Operação Lava Jato. A compra de Pasadena resultou em prejuízos de mais de meio bilhão de dólares à estatal, segundo apontou relatório do Tribunal de Contas da União (TCU) em fevereiro do ano passado.
A empresa pagou um valor total de US$ 1,2 bilhão pela compra de Pasadena. Em 2006, a Petrobras pagou US$ 360 milhões para a Astra Oil por 50% da refinaria Astra Oil, número considerado superfaturado. Um ano antes, a Astra tinha comprado a empresa por um valor muito menor, de cerca de US$ 40 milhões. A Petrobras desembolou mais dinheiro ao longo do tempo para ter 100% da empresa.
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