O teto vai rachar?
Os programas de ajuste fiscal atrapalham o crescimento da economia? Eu me propus a responder essa questão na monografia que escrevi para o MBA que cursei lá no longínquo ano de 2004.
Ao estudar os casos de vários países que adotaram programas do tipo concluí que é possível, sim, conciliar avanço do PIB com disciplina fiscal.
A minha tese foi confirmada na prática pelo desempenho da economia brasileira, que cresceu mais de 3% ao ano em média ao longo da década passada.
Como sabemos, a fatídica “nova matriz macroeconômica” da gestão Dilma sepultou a política de disciplina fiscal. Só que mesmo antes disso as contas do país já tinham um problema grave: os gastos públicos cresceram acima da inflação em todos os anos de todos os governos.
Até a explosão da bomba-relógio que nos levou à crise econômica, os políticos tentaram resolver essa equação pelo lado da receita. O resultado disso você sabe: aumento de impostos.
Foi só no fim de 2016 que o Congresso aprovou a famosa PEC do teto de gastos. Grosso modo, a medida proíbe o aumento das despesas públicas acima da inflação por um período de pelo menos dez anos.
Junto com a reforma da Previdência, trata-se de um dos alicerces da economia que começaram a ser reconstruídos nos escombros da crise e foi fundamental para a retomada da confiança dos investidores no país.
Mas eis que agora a ala política do governo Bolsonaro atua nos bastidores para flexibilizar a regra. A justificativa é que o teto deixa pouco ou nenhum espaço para a retomada dos investimentos públicos. A equipe econômica, claro, é contra a mudança.
Direto de Brasília, o Eduardo Campos preparou uma análise que mostra os riscos que uma eventual rachadura no teto, pelo menos no curto prazo, pode provocar na economia. Recomendo a leitura, ao som de um tango argentino.
Mais longe do trilhão
Desde que chegou ao Congresso, a reforma da Previdência já passou por várias mudanças, e algumas delas custaram bons milhões de economia ao governo. O mais recente corte no projeto veio justamente com o relatório do Senado, aprovado na tarde de hoje na CCJ. Agora, a economia prevista com a reforma é de R$ 870 bilhões, um pouco mais distante do tão sonhado trilhão de Paulo Guedes. Nesta matéria você fica sabendo as principais mudanças no texto e como está a articulação dentro do Senado para aprovar a reforma.
Os dragões e a bolsa
Umas das mais emblemáticas tradições da cultura chinesa é a dança dos dragões. Esses espetáculos acontecem em eventos comemorativos como o ano novo e a abertura de novos estabelecimentos comerciais. E não iria me espantar se um dragão asiático aparecesse pelas bolsas mundo afora, já que China e Hong Kong foram os responsáveis pelo alívio nos mercados após dias de pressão pela guerra comercial. Por aqui, o Ibovespa seguiu a tendência e subiu novamente acima dos 101 mil pontos. Já o dólar teve sequências de mínimas e fechou negociado a R$ 4,1050. Quem conta os detalhes do pregão de hoje é o Victor Aguiar.
Quem dança por último?
O clima hoje foi de alívio nas bolsas, mas o cenário ainda inspira muita cautela (e caldo de galinha). Em seu mais novo vídeo para a série “De olho no gráfico”, o nosso colunista Fausto Botelho traz para você uma análise sobre o futuro próximo das bolsas de Nova York e como os mercados de lá podem afetar as ações brasileiras. Além disso, ele ensina a diferença entre dois importantes conceitos da análise gráfica: as bandeiras e as derivas.
Vazamento na nuve
Um dos destaques da bolsa neste ano, com uma valorização de quase 400% das ações, o Banco Pan tem seu nome envolvido em um suposto vazamento de dados de clientes. O Ministério Público abriu um inquérito para apurar uma provável vulnerabilidade na ferramenta de armazenamento de dados em nuvem usada pela instituição financeira controlada pelo BTG Pactual e pela Caixa. Entenda o caso e quantos clientes podem ter sido afetados.
Tenha a Petrobras como sócia
Não, caro leitor, não se trata de comprar ações da estatal. A novidade é que a própria Petrobras quer colocar dinheiro no seu negócio. A empresa lançou um programa de incentivo a startups e pequenas empresas inovadoras e vai selecionar dez projetos de inovação para serem contemplados com um investimento total de R$ 10 milhões. Quer saber como isso tudo vai funcionar? Então confira os detalhes lá no SeuDinheiro.
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*Colaboração de Fernando Pivetti
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