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Julia Wiltgen
Julia Wiltgen
Jornalista formada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) com pós-graduação em Finanças Corporativas e Investment Banking pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Trabalhou com produção de reportagem na TV Globo e foi editora de finanças pessoais de Exame.com, na Editora Abril.
O roxinho

NuConta: vale a pena ter conta no Nubank?

Testei a conta sem tarifas do Nubank para te dizer o que é que ela tem de bom, se dá para trocar sua conta no bancão por ela ou deixar a reserva de emergência ali

Julia Wiltgen
Julia Wiltgen
30 de abril de 2019
5:30 - atualizado às 11:40
Montagem de imagem de um cofre com interrogação em cima e logo do NuBank ao lado.
NuConta permite depósito por boleto, pagamento de contas e transferências ilimitadas para qualquer instituição, sem tarifas. Imagem: Andrei Morais/Shutterstock

Ele é amado pelos clientes, que compartilham suas hashtags nas redes sociais, fazem declarações de amor na sua página do Facebook, postam fotos com seus produtos e imploram para terem seus pedidos aceitos. Não, não estou falando da Netflix e de seus fãs apaixonados sempre pedindo para incluir alguma série ou filme no catálogo, mas sim de outra empresa de tecnologia, brasileira e do setor financeiro: o Nubank.

Com seu cartão de crédito sem anuidade e conta digital gratuita, o Nubank já conquistou 6 milhões de clientes, muitos dos quais dispostos a postar publicamente fotos do seu roxinho ainda na caixa com a hashtag #sounu e o valor do seu limite de crédito.

Só o cartão de crédito já foi solicitado por 20 milhões de brasileiros. Quem ainda está na fila de espera implora ao perfil do Nubank nas redes sociais pela aprovação, fora aqueles que entram em grupos de clientes-fãs em busca de convites para tentar acelerar o processo.

Já a NuConta, além de gratuita, ainda promete uma rentabilidade de 100% do CDI para os recursos em conta, um retorno superior ao da poupança e de muitas aplicações de renda fixa por aí.

Com 4 milhões de usuários, a NuConta é hoje o principal foco de negócios do Nubank, e vem sendo apontada por muitos clientes como a alternativa ideal para a reserva de emergência, incluindo alguns leitores do Seu Dinheiro.

Mas, marketing à parte, a NuConta e o roxinho do Nubank são mesmo tudo isso? Dá para trocar o seu bancão pela conta da fintech? Ela é mesmo a melhor alternativa para a sua reserva de emergência? Em resumo, a NuConta vale a pena?

Para responder a essas perguntas, eu, que já era cliente do cartão de crédito do Nubank, decidi abrir uma NuConta, transferir uma grana, acompanhar o rendimento e verificar se essa história de 100% do CDI era mesmo verdade.

Também fui ao descolado bairro de Pinheiros, em São Paulo, para bater um papo com o Vitor Olivier, sócio responsável pela NuConta, que me recebeu numa das sedes do Nubank, onde até o batom da recepcionista é roxo (pelo menos era, naquele dia).

A seguir, eu vou te contar o que é que a NuConta tem, se é segura, se pode substituir sua conta em um bancão, se você pode trocar a poupança por ela e se é a melhor opção para a sua reserva de emergência.

Sede do Nubank em Pinheiros
Sede descolada do Nubank em Pinheiros, São Paulo. Mas a entrevista foi no outro prédio... - Imagem: Divulgação

O roxinho do Nubank

O primeiro produto do Nubank, como você já deve saber, foi um cartão de crédito sem anuidade de bandeira MasterCard. Se você usa cartão de crédito de uma maneira saudável - isto é, sem entrar no rotativo ou parcelar a fatura, pagando os altíssimos juros - ter um cartão internacional sem anuidade, qualquer que seja ele, é sempre interessante.

O cartão do Nubank é apenas uma das inúmeras opções desta espécie disponíveis no mercado hoje. Mas ele tem algumas funcionalidades interessantes, como a possibilidade de adiantar o pagamento da fatura para liberar limite e adiantar, com desconto, as parcelas futuras de uma compra parcelada - como aliás, deveria ser em qualquer cartão de crédito.

Não dá para negar também que a praticidade do app do Nubank é acima da média, e o atendimento, quando necessário, também costuma ser muito rápido e eficiente.

Um dos defeitos apontados pelos usuários costumava ser a ausência de um programa de milhagem. O Nubank então criou o Rewards, em que cada real gasto rende um ponto que nunca expira.

Os pontos são usados para abater gastos diretamente na sua fatura, na conversão de 100 pontos para cada real em gastos com restaurantes ou empresas parceiras (como iFood, Netflix, Uber, Amazon, Ingresso Rápido, Rappi e Ponto Frio) e 80 pontos para cada real em passagens aéreas. Em breve haverá também uma parceria com o Smiles, programa de fidelidade da Gol.

É possível apagar gastos de faturas passadas, recebendo o crédito pelas despesas que você já pagou na sua próxima fatura. Ou seja, mesmo que você ainda não tenha saldo de pontos suficiente hoje para eliminar um gasto, você poderá fazê-lo quando juntar pontos suficientes.

O benefício não sai de graça, custando R$ 19 ao mês ou R$ 190 ao ano, o que não é uma anuidade barata. Mas se você gastar mais de R$ 1.600 por mês no cartão já vale a pena, pois a anuidade pelo menos se paga com essa possibilidade de usar os pontos nos seus gastos do dia a dia. Você não precisa sequer viajar.

E como os pontos nunca expiram, você não precisa correr para comprar algo de que você não precisa na lojinha de recompensas do programa de fidelidade para não perder os pontos.

Apesar do preço salgado, o Rewards é interessante para quem nunca teve gastos suficientes em um cartão de crédito para atingir o mínimo de pontos necessários para converter pontos em milhas pela primeira vez, já que os pontos vivem expirando. Ou ainda, para quem utiliza muito apps como Uber e Rappi.

Para obter um cartão do Nubank é preciso entrar numa fila de espera, mediante convite ou candidatura direta pelo site da fintech. Mas nem todo mundo é aprovado.

O que é que a NuConta tem

A NuConta, porém, é um bicho totalmente diferente. Você não precisa ser cliente do cartão de crédito para abrir uma NuConta ou vice-versa. Também não é preciso ter convite nem ficar em fila de espera. Trata-se de um produto feito para todos os públicos, basta solicitar a abertura pelo site ou pelo app.

“No caso do cartão de crédito, eu preciso dizer não para muita gente. Afinal, é um produto de crédito. Mas no caso da NuConta não, eu posso dizer sim para todo mundo. A relação de confiança se inverte - é o cliente que tem que confiar na gente”, me disse Vitor Olivier.

A abertura de conta é gratuita e, pelo menos no meu caso, foi bem rápida. Fiz tudo pelo app e, em questão de minutos, eu tinha uma NuConta em meu nome.

Não há tarifa de manutenção de conta e praticamente todos os serviços são gratuitos. O cliente tem direito a fazer transferências ilimitadas, em tempo real ou agendadas, de NuConta para NuConta ou entre contas de instituições diferentes via TED, tudo de graça e sem limite de valor. Também é possível pagar boletos e a própria fatura do cartão Nubank, sem custo.

Toda a movimentação pode ser feita pelo mesmo app do cartão de crédito. A função débito pelo cartão Nubank está sendo liberada aos poucos - para mim, foi na semana passada. Quem não é cliente do cartão de crédito recebe em casa um roxinho só de débito quando a liberação ocorre.

O depósito pode ser feito via transferência bancária a partir de outra instituição financeira ou gratuitamente via boleto. Ou seja, para se tornar cliente da NuConta, você não precisa sequer ter outra conta bancária para transferir os recursos. O Vitor inclusive me contou que a NuConta foi a primeira conta formal de muitos clientes.

Outra coisa que eu achei bem legalzinha, pelo menos de um ponto de vista millennial, é a função “cobrar”. Você envia pelo app um lembrete com os dados da sua conta para as pessoas que estão te devendo algum dinheiro - por exemplo, os amigos com quem você rachou uma pizza.

O único serviço cobrado é o saque, sujeito à salgada tarifa de R$ 6,50 da rede Banco 24 Horas.

Vitor Olivier, sócio do Nubank e responsável pela NuConta
Vitor Olivier, sócio do Nubank e responsável pela NuConta - Imagem: Divulgação

O rendimento de 100% do CDI

Além da ausência de tarifas, o outro grande lance da NuConta é a rentabilidade diária do valor depositado em conta. Pelo app, você acompanha seu saldo em conta crescendo a cada dia. O Nubank “vende” o serviço como um produto que rende mais que a poupança.

Resolvi checar. Acompanhei meu saldo nesses primeiros dias e verifiquei que, de fato, a rentabilidade prometida é cumprida: 100% do CDI antes de impostos, sem taxas. O app já mostra o valor líquido, depois do desconto de IOF (se a aplicação tiver menos de 30 dias) e IR pela tabela regressiva, cujas alíquotas variam de 22,5% a 15%, dependendo do prazo.

Em outras palavras, você já visualiza quanto teria caso resgatasse todos os recursos naquela data. Nada mais razoável para uma conta de movimentações do dia a dia.

Não havendo a cobrança de taxas, a NuConta de fato consegue bater a poupança em qualquer prazo, mesmo após descontados os impostos. Ou seja, do ponto de vista do retorno, é como se você investisse num CDB que pagasse 100% do CDI com liquidez diária. Mas e o risco?

A NuConta é segura?

Apesar das suas funcionalidades, a NuConta não é propriamente uma conta-corrente. E apesar do rendimento, também não é um CDB.

Como o Nubank não é exatamente um banco, os recursos depositados na NuConta não contam com a proteção do Fundo Garantidor de Créditos (FGC), entidade privada sem fins lucrativos que garante contas-correntes e aplicações bancárias como poupança e CDB.

Mas isso não quer dizer que a NuConta esteja desprotegida, muito pelo contrário.

Para poder oferecer cartão de crédito e conta remunerada - chamada tecnicamente de conta de pagamento - o Nubank se constituiu como uma Instituição de Pagamento (IP).

As IP são pessoas jurídicas reguladas pelo Banco Central que podem oferecer serviços como compra e venda e movimentação de recursos, mas sem a possibilidade de conceder crédito, como os bancos fazem.

Elas possibilitam aos clientes realizarem pagamentos independentemente de relacionamentos com bancos e outras instituições financeiras. A movimentação pode ser feita por meio de cartão pré-pago ou celular, sendo possível ainda receber e enviar recursos para bancos e outras IP.

As contas de pagamento podem ser pré-pagas, quando você tem que aportar recursos para poder fazer as transações, como é o caso da NuConta; ou pós-pagas, como é o caso dos cartões de crédito.

Também não existe cheque especial, ou seja, o cliente de uma conta de pagamento pré-paga não consegue ficar no vermelho. Ele só consegue gastar, no máximo, o valor depositado na conta, o que é bem interessante para quem tem problemas de controle financeiro.

Atualmente, o Nubank conta também com uma financeira sob seu guarda-chuva, para conceder empréstimos pessoais, um dos seus mais novos serviços, que ainda está em fase de testes e sendo liberado aos poucos.

Além de só poderem ser oferecidas por instituições supervisionadas pelo Banco Central, as contas de pagamento têm seus recursos completamente segregados do patrimônio da IP que faz a sua gestão.

Em outras palavras, o patrimônio dos clientes da NuConta não se confunde de maneira alguma com o patrimônio do Nubank. Se o Nubank sofrer intervenção do BC ou quebrar, os recursos dos clientes da NuConta estão a salvo.

Escritório do Nubank em Pinheiros, São Paulo
Por dentro do escritório do Nubank - Imagem: Divulgação

De onde vem a rentabilidade da NuConta?

O dinheiro da conta dos clientes fica aplicado em títulos públicos, com o menor risco de crédito da economia brasileira, pois há garantia do governo federal. Na escala do risco de calote, os títulos públicos são ainda mais seguros que as aplicações de renda fixa garantidas pelo FGC.

É dessa aplicação em títulos públicos que vem a rentabilidade da NuConta.

Quando você deixa o seu dinheiro parado no banco, este usa os recursos para fazer empréstimos a outros clientes.

Na conta-corrente, o dinheiro não rende nada; na poupança, rende 0,5% ao mês mais Taxa Referencial ou 70% da Selic mais TR, dependendo da meta da taxa Selic na época; mas alguns bancos fazem aplicações automáticas em renda fixa com os recursos parados em conta, que rendem percentuais baixíssimos do CDI.

Nas contas de pagamento, por outro lado, os recursos só podem ter dois destinos: ou eles ficam parados no Banco Central, sem rendimento, ou são aplicados em títulos públicos custodiados no Selic, o Sistema Especial de Liquidação e Custódia. A NuConta se enquadra nessa segunda categoria.

É por isso que o rendimento está sujeito à cobrança de impostos e não há taxas - a custódia de títulos no Selic não é cobrada, ao passo que o investimento no Tesouro Direto está sujeito, no mínimo, a uma taxa pela custódia na B3.

Ou seja, apesar de parecer um CDB que paga 100% do CDI com liquidez diária, a NuConta na verdade equivale a investir em títulos públicos sem taxas.

Tem alguma chance de a NuConta não render 100% do CDI?

Uma coisa que me deixou intrigada, à primeira vista, era como o Nubank poderia se comprometer a entregar 100% do CDI, já que esta não é necessariamente a rentabilidade dos títulos públicos mais conservadores.

Afinal, o rendimento desses papéis é atrelado à Selic efetiva, e não à Selic meta ou ao CDI, além de poder ter ágio ou deságio.

Também fiquei em dúvida quanto à liquidez: como garantir a liquidez imediata que uma conta de movimentação diária necessita se, ao resgatar uma aplicação em título público, você só recebe o dinheiro no dia útil seguinte?

O Vitor me explicou que o Nubank administra os recursos dos clientes como um único montante, de forma a garantir essas condições de rentabilidade e liquidez. Não é como se cada depósito fosse casado com um título específico, que precisa ser vendido sempre que um resgate é solicitado.

Há um time para fazer a gestão de caixa, a fim de gerar a rentabilidade acordada e honrar os resgates de cada conta, mesmo que sejam parciais, como no caso de quem usa a NuConta para fazer os pagamentos do dia a dia.

Segundo o sócio do Nubank, para a rentabilidade do saldo total aplicado em títulos públicos ficar abaixo de 100% do CDI, talvez só em momentos de estresse mesmo. Mas, mesmo assim, os clientes receberão o rendimento mínimo acordado.

“É uma rentabilidade que nós temos confiança que conseguimos garantir com consistência e liquidez imediata para o cliente”, ele me disse. “São duas coisas independentes: rentabilidade do ativo e obrigação com o cliente”, completou.

Caso a rentabilidade do saldo total fique acima de 100% do CDI, por outro lado, apenas o rendimento acordado será repassado aos clientes, e a diferença fica para o Nubank.

“Mas o nosso objetivo com a NuConta não é ganhar com esse spread, esse “a mais”, mas sim trazer o cliente para o Nubank. A NuConta é um chamariz, um produto acessível, fácil, de baixo risco e democrático. Nossa receita vem de outras fontes”, assegura.

E por falar nisso, como o Nubank ganha dinheiro?

Com cartão de crédito sem anuidade, conta sem tarifas (com exceção da tarifa do saque, que é da rede Banco 24 Horas) e investimento sem taxas, como o Nubank faz dinheiro?

Bom, uma das fontes de receita é justamente um percentual da taxa paga pelo estabelecimento comercial quando você faz uma compra com o cartão.

A outra são as operações de crédito: os juros quando os clientes financiam parte ou o total do valor da fatura e, mais recentemente, uma modalidade de empréstimo pessoal.

Legal, mas e aí, a NuConta vale a pena?

Vale sim. Se você não pretende ficar sacando, mas pode querer fazer transferências e pagamentos, a NuConta é gratuita, fácil de usar, e o app realmente é muito intuitivo.

Se você já é cliente do cartão e tiver a função débito liberada, poderá ainda usá-lo dessa maneira. Mas se você ainda não tem o cartão de crédito e deseja ter, o Vitor me contou que ter uma NuConta ajuda na avaliação de crédito, pois o Nubank já começa a ter um histórico das suas movimentações e pagamentos.

O fato de a conta ser segura e ter uma boa rentabilidade realmente é um ótimo “plus”, pois seu dinheiro trabalha para você sem que você precise fazer muita coisa.

Entre ficar com dinheiro parado ou rendendo pouco no seu banco e ganhar 100% do CDI com baixo risco, mesmo que sejam seus recursos de fluxo de caixa, de fato a segunda opção é mais interessante.

O cartão de crédito do Nubank e até mesmo o programa Rewards também podem ser legais, para os perfis que eu já descrevi anteriormente.

Posso deixar minha reserva de emergência na NuConta?

Até pode, mas eu não deixaria toda a minha reserva de emergência aplicada nela. De fato, uma conta de pagamento com recursos aplicados em títulos públicos, com rendimento de 100% do CDI é um produto que se enquadra nos critérios para reserva de emergência: baixo risco, liquidez e rentabilidade.

Porém, o Nubank ainda é uma empresa jovem e que não dá lucro. Como o meu colega Vinícius Pinheiro bem já discutiu aqui no Seu Dinheiro, o Nubank ainda dá prejuízo, o que é comum em fintechs em fase de crescimento, mas poderia deixar alguns clientes ainda inseguros.

O Vitor Olivier pareceu bem tranquilo quando eu toquei no assunto. “Nós não perdemos dinheiro nos nossos produtos. Eles ou são rentáveis, ou são neutros. Não tem a pegadinha de que depois o preço vai aumentar para o cliente, que a regra do jogo vai mudar”, disse.

Sobre o prejuízo, ele explicou que justamente a estratégia do Nubank é ter clientes rentáveis e que adicionem valor à empresa. O prejuízo tem mais a ver com a questão do crescimento, disse ele, já que o Nubank tem confiança de que a sua estratégia é clara e que cada cliente vai se pagar.

“Estamos alinhados com nossos investidores, que têm muito interesse em fazer o Nubank crescer o máximo possível”, afirmou o head da NuConta.

Como já falei antes, os valores depositados na NuConta ficam segregados do patrimônio do Nubank, então mesmo que, em um cenário extremo, a empresa fosse à lona, os recursos dos clientes permaneceriam intactos.

Então, como você pode ver, o problema não é a segurança da NuConta em si, mas a possível burocracia se - SE - algo viesse a acontecer com o Nubank.

Assim como os bancos, Instituições de Pagamento também se sujeitam ao Regime de Administração Especial Temporária (RAET), à intervenção do Banco Central e à liquidação extrajudicial se ficarem mal das pernas.

Segundo o BC, no caso de liquidação extrajudicial, pode haver paralisação das atividades, com a interrupção da movimentação das contas.

Não há prazo certo, mas leva algum tempo para o liquidante fazer o levantamento das contas e transferi-las para outra instituição ou devolver os valores aos clientes. Nesse meio tempo, pode não haver remuneração, pois esta não é obrigatória em Lei.

É um problema parecido com deixar toda a sua reserva de emergência em um CDB. Caso o banco tenha problemas financeiros, os CDB até são cobertos pelo FGC, mas pode levar algum tempo para os investidores receberem o dinheiro de volta, e enquanto esperam pelo pagamento, não há rentabilidade.

Posso trocar meu bancão pela NuConta?

Eu também desaconselho a fazer a substituição completa, isto é, fechar todas as suas contas em banco para ficar só com a NuConta, principalmente se você tiver alguma conta bancária sem tarifas. Apesar de todas as vantagens e de ser possível até pedir portabilidade de salário para a conta do Nubank, ainda faltam serviços que os bancos oferecem.

Além da cobrança por saque poder ser um custo a mais na sua vida - eu, pelo menos, ainda não consegui abolir totalmente o dinheiro vivo na minha vida - ainda falta ao Nubank o produto principal dos bancos, o crédito. Hoje, há apenas um tipo de empréstimo pessoal. E para obter boas taxas de juros em linhas de crédito, ter um bom relacionamento com a instituição que o concede é fundamental.

O próprio Vitor Olivier colocou a coisa dessa forma durante a entrevista: “Hoje o nosso foco é ser o ‘banco’ principal, não ser o único banco. Queremos ser o ‘banco’ do dia a dia, onde o cliente faz mais transações e para onde traz a maior parte da vida financeira dele. Não temos todos os produtos que foram criados ao longo de décadas pelos bancos. Em muitos aspectos, eles têm essa vantagem do tempo. Mas cada produto que oferecermos aqui, queremos fazer melhor que eles”, disse.

Além disso, há o problema que eu já citei antes, da burocracia envolvendo a movimentação da NuConta caso algo viesse a acontecer ao Nubank. Se ela for sua única conta e sua movimentação ficar congelada, bem... você fica "sem conta" por algum tempo!

É claro que, se o seu banco quebrasse, aconteceria a mesma coisa. Mas no caso das instituições financeiras de grande porte e já consolidadas no mercado, a probabilidade de ter esse tipo de problema financeiro tende a ser menor que nas empresas de pequeno e médio porte.

Seja como for, a NuConta é um produto legal sim, e o Nubank é uma empresa bem promissora, que veio esquentar a concorrência no mercado financeiro de uma maneira muito saudável para correntistas e investidores.

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