🔴 HERANÇA EM VIDA? NOVO EPISÓDIO DE A DINHEIRISTA! VEJA AQUI

IPOs: compre e esqueça

A possibilidade de ganhos em IPOs é enorme. Mas ou o investidor já está na estrada há muito tempo, e sempre sabe com que tipo de ativo está lidando, ou precisa de aconselhamento…

21 de janeiro de 2019
13:00 - atualizado às 9:18
Sede da B3 em São Paulo
Sede da B3 em São Paulo - Imagem: Shutterstock

IPOs (Initial Public Offerings – Ofertas Públicas Iniciais) são lançamentos de ações novas em Bolsa. A maioria das pessoas usa o termo no gênero masculino (o IPO). Outros, como eu, no feminino (a IPO), para concordar com o substantivo Oferta.

As IPOs podem ser feitas para criar uma empresa nova ou para aumentar o capital de uma sociedade anônima existente e que se manteve fechada até os dias de hoje.

Já escrevi um livro sobre o assunto. Trata-se de Projeto Maratona, patrocinado pela BM&F e publicado pela editora Cultura, em 2009. Foi uma edição fechada, de apenas mil exemplares.

Transcrevo abaixo um pequeno trecho da página 24 de Projeto... no qual mostro como tudo começou.

“Em 24 de setembro de 1599, por exemplo, 24 comerciantes de Londres fundaram uma empresa com o capital de 72 mil libras, subscrito por 125 acionistas. Objetivo: importar pimenta das Índias, comércio até então exclusivo dos holandeses.

Com as bolsas de valores e de commodities e a negociação de cotas-partes desses empreendimentos além-mar, a pequena burguesia pôde sonhar com riquezas até então só acessíveis aos nobres. Tímida e lentamente, o capital começou a ser democratizado.”

Não é exagero afirmar que as IPOs demarcaram a linha de transição entre o regime feudal, onde quem nascia pobre morria pobre, e o capitalismo democrático.

A não ser que o escândalo Flávio Bolsonaro/Fabrício Queiroz adquira proporções que venham a afetar a governabilidade do novo presidente da República, no Brasil o ano de 2019 deverá ser pródigo em IPOs. São previstos uns 30 lançamentos públicos (quem sabe, até mais), que podem representar um aporte de 60 bilhões de reais no mercado acionário brasileiro.

Em Wall Street, nenhuma década foi tão rica em lançamentos de ações novas como a de 1920. Se, por um lado, papéis como os da Raytheon (tecnologia de ponta – 1922), The Walt Disney Company e Walt Disney Studios (1923), Metro-Goldwyn Mayer (1924), NBC (1926) e Delta Airlines (1928) rendem até hoje dividendos para os bisnetos de seus felizardos compradores, centenas de IPOs foram simplesmente contos do vigário: empresas que adquiriam fundos, que adquiriam fundos, que por sua vez adquiriam mais fundos, e assim por diante, sem que nada produzissem ou lucrassem (a não ser para seus espertos lançadores).

Boom de IPOs

De 1968 a 1971, o Brasil poderia ter criado um gigantesco e abrangente mercado de lançamento de ações. Naquela ocasião, as IPOs (ainda não se usava esse nome) se sucediam. Mas vieram trambiques, inclusive o da já antológica Merposa, de triste lembrança.

O último boom de IPOs por estas bandas ocorreu em 2007, com 63 ofertas públicas iniciais que geraram R$ 55 bilhões, boa parte desse dinheiro procedente de grandes fundos dos Estados Unidos. Infelizmente, a crise das hipotecas no mercado acionário americano (subprime crisis), que sobreveio em seguida, acabou com a festa. Lá e aqui.

Passados doze anos, poderemos ter uma repetição do festival de IPOs brasileiros. Uma das condições básicas é a Bolsa estar em alta, o que faz com que os papéis negociados fiquem caros, por não satisfazerem a demanda, e propiciem a entrada de novos títulos no mercado.

Por um lado, IPOs podem ser um negócio espetacular. Só como exemplo, entre os que enricaram recentemente os participantes nos mercados americano e internacional, estão as aberturas de capital do Mastercard (2006), do Google (2004) e do Facebook (2012), todas realizadas em Wall Street.

Aqui nas terras tupiniquins, vale lembrar os lançamentos do IRB (Instituto de Resseguros do Brasil) e da locadora de automóveis Localiza, entre outros.

Já entre os fracassos, está a IPO da empresa petrolífera OGX, do empresário Eike Batista. A área a ser explorada, na bacia de Santos, simplesmente já tinha sido descartada, como comercialmente inviável, pela Petrobras. Mesmo assim, investidores desavisados entraram de cabeça, boa parte motivada pelo marketing de Eike. Aquela história de ser o homem mais rico do mundo e estacionar um Lamborghini no meio da sala de estar.

O livro Tudo ou Nada, da autora Malu Gaspar, uma biografia de Batista, relata exatamente como tudo aconteceu.

A possibilidade de ganhos em IPOs é enorme. Mas ou o investidor já está na estrada há muito tempo, e sempre sabe com que tipo de ativo está lidando, ou precisa de aconselhamento profissional para poder separar o joio do trigo. Não adianta perguntar ao gerente do banco, pois ele indicará o lançamento mais rentável (para o banco).

Na indústria de armamentos de alta performance, existem foguetes terra-ar, ar-ar e ar-terra. A maioria deles é da classe FF (Fire and Forget – Atire e Esqueça). O míssil irá seguir o alvo, por mais que este se mova, até acertá-lo.

Já no mercado financeiro há ações do tipo BF (Buy and Forget). Foi o que aconteceu com as ações da Disney nos Esfuziantes Anos Vinte (The Roaring Twenties).

Compartilhe

ARRUMANDO A CASA

Endividada, Kalunga adia expansão de lojas e retoma planos para IPO bilionário no próximo ano

11 de setembro de 2022 - 11:03

A empresa chegou a fazer os trâmites regulatórios para abrir o capital em 2020, mas a volatilidade do mercado atrapalhou o caminho até a B3

Estreia na bolsa

Quer ter um Porsche novinho? Pois então aperte os cintos: a Volkswagen quer fazer o IPO da montadora de carros esportivos

6 de setembro de 2022 - 11:38

Abertura de capital da Porsche deve acontecer entre o fim de setembro e início de outubro; alguns investidores já demonstraram interesse no ativo

EM BUSCA DAS BOAS OPORTUNIDADES

Existe vida após o massacre dos IPOs na bolsa? Confira as ações das novatas da B3 que podem ressurgir das cinzas

10 de agosto de 2022 - 6:00

Enquanto boa parte das ações das novatas amarga perdas pesadas, gestores e analistas avaliam que é possível separar o joio do trigo e encontrar ativos de qualidade por um preço baixo; confira as principais apostas

TURBO FAST FASHION

Shein planeja IPO nos Estados Unidos até 2024, mas queridinha dos influencers brasileiros ainda precisa solucionar riscos ESG — veja quais

17 de julho de 2022 - 10:34

Avaliada em US$ 100 bilhões, a companhia chinesa tem fabricantes acusados de submeterem funcionários a condições insalubres e jornadas de 75 horas

Ressaca

Na festa dos IPOs entre 2020 e 2021, só 16% das empresas acumulam alta na bolsa

23 de junho de 2022 - 13:26

Dentre as piores performances em relação ao Ibovespa desde o IPO, destacam-se Enjoei (ENJU3), EspaçoLaser (ESPA3) e Mobly (MBLY3)

VEM ABERTURA DE CAPITAL POR AÍ?

MRV (MRVE3) admite chances de IPO para subsidiária norte-americana que levantou lucro da construtora no quarto trimestre

21 de março de 2022 - 20:12

A AHS, que foi responsável por mais da metade do lucro líquido da MRV entre outubro e dezembro do ano passado, pode ganhar novos sócios em breve

PÍLULAS DE MERCADO

Empresas estão fugindo de entrar na bolsa: sem IPOs até agora, o ano pode ser grande fiasco para os mercados — e guerra na Ucrânia está na lista de culpados por isso

20 de março de 2022 - 9:19

Tensões no leste europeu elevam projeções de inflação e juros, tornando o ambiente impróprio para aberturas de capital na bolsa (IPOs).

Mais uma desistência

CSN desiste de IPO de CSN Cimentos e engorda lista de empresas que abriram mão de ofertar ações neste ano

16 de fevereiro de 2022 - 11:39

Subsidiária da siderúrgica é a 14ª empresa a desistir de IPO na B3 em 2022

MELHOR, MAS AINDA LONGE DO IDEAL

Depois de IPO frustrado, Madero apresenta melhorias no balanço, mas dívida bruta de mais de R$ 1 bilhão ainda preocupa

7 de fevereiro de 2022 - 19:51

Empresa conseguiu recompor parte de suas margens operacionais e reduzir sua alavancagem, mas tamanho e prazo da dívida ainda deixam a desejar

DEIXA PRA LÁ

Depois do Madero é a vez da Bluefit; entenda o que levou 13 empresas a desistirem de seus IPOs em janeiro

31 de janeiro de 2022 - 16:49

De acordo com especialistas, três grandes fatores explicam o fenômeno: a inflação em alta, o aperto na taxa básica de juros brasileira, e a proximidade das eleições

Fechar
Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Continuar e fechar