Joice Hasselmann diz que deputado Felipe Francischini presidirá CCJ da Câmara
Comissão é chave para a tramitação da proposta de reforma da Previdência, definida como pauta prioritária do governo
A líder do governo no Congresso, deputada federal Joice Hasselmann (PSL-SP), disse a jornalistas na tarde desta quinta-feira, 7, que o deputado Felipe Francischini (PSL-PR) será o presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados. De acordo com Joice, Bia Kicis (PSL-DF) será a vice-presidente da comissão.
A tramitação habitual de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) passa por dois passos cruciais antes de chegar ao plenário da Câmara. A proposta precisa ter o aval da CCJ, que vai verificar se ela respeita os princípios constitucionais, e depois tem de ser aprovada por uma comissão especial que analisa o teor do texto - e faz eventuais mudanças.
"O nome do deputado Felipe Francischini foi acatado pela nossa bancada. Fizemos um fechamento de um acordo com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e o PSL ficou com a presidência da CCJ, que é a comissão mais importante dessa Casa e a comissão mais importante para que a gente dê o pontapé inicial na nova Previdência", disse Joice.
Na avaliação da líder do governo no Congresso, "seria uma loucura deixar na mão de um inimigo a CCJ". "O Felipe Francischini é um jovem deputado, chegou aqui na Câmara nesta legislatura, mas já tem experiência de Assembleia Legislativa, gosta do assunto e vai ser apoiado pela Bia Kicis que vai ser a vice-presidente dessa composição que nós fizemos."
Joice afirmou que os nomes dos relatores do texto da reforma na CCJ e na comissão especial ainda não estão definidos. Segundo ela, há cinco deputados disputando relatoria da comissão especial e "três ou quatro" da CCJ.
"A busca é por alguém que tenha musculatura para aguentar bastante pressão. Por óbvio, o relator dessa nova Previdência vai sofrer muita pressão, em especial de alguns segmentos que chamo de marajás da previdência. E obviamente (a busca é por alguém) que tenha também perfil técnico em relação a esse assunto e que esteja absolutamente alinhado conosco politicamente falando."
Questionada sobre se os deputados Arthur Maia (DEM-BA) e Pedro Paulo (DEM-RJ) seriam bons nomes, respondeu: "São bons nomes. Há outros neste páreo, mas são bons nomes".
Prazo e flexibilização
Joice disse acreditar que, mesmo com o atraso inicial para o início da tramitação do texto, a reforma deve ser aprovada até junho. Ela avaliou, contudo, que "esticar" uns dias no prazo não traria problemas. "Duas semanas a mais ou duas semanas a menos não vai fazer diferença no final das contas na aprovação da nova previdência."
Em sua avaliação, o mais importante é a articulação política para que o texto chegue ao plenário com a base consolidada. "Se vai ser no último dia de maio ou em meados de junho não faz a menor diferença. O que importa é a gente aprovar o texto."
Joice voltou a dizer que a cada alteração no texto da proposta corre-se o risco de o impacto na economia brasileira ser maior. "Não dá para abrir um leque gigantesco de flexibilizações e discussões porque assim a gente não terá reforma da Previdência, mas um Frankenstein da Previdência", afirmou.
De acordo com ela, continua a pressão para o encaminhamento da proposta de reforma dos militares. "Vários parlamentares e líderes dizem que só dá para começar a discutir a questão quando chegar ao projeto envolvendo os militares. Agora, o projeto está pronto, depende do desejo do governo de encaminhar para cá."
Lives
Joice informou que, depois que a articulação com a base do governo no Congresso for costurada, o presidente Jair Bolsonaro "entrará em campo". "Ele é nosso garoto-propaganda ideal da nova Previdência e ele vai participar. As lives devem ser retomadas semanalmente, ele vai voltar a ter olho no olho com o eleitor, que é uma coisa muito importante, até porque ele tem um canhão nas mãos quando o assunto são as redes sociais", disse Joice, que ressaltou que Bolsonaro terá "um peso muito grande na aprovação dessa nova Previdência."
Esquenta dos mercados: Bolsas estrangeiras iniciam semana no azul, mas ruídos políticos locais seguem causando interferência
Bolsas sobem lá fora com expectativa de bons resultados trimestrais; no Brasil, partidos se preparam para convenções
Câmara aprova ‘PEC Kamikaze’ em 2º turno após manobras de Lira e uma visita da Polícia Federal; veja os próximos passos da proposta
O deputado prometeu que quem faltasse na votação ganharia uma falta administrativa e lançou mão de outras manobras para garantir o quórum
Caiu e passou: Congresso aprova Lei das Diretrizes Orçamentárias sem emendas impositivas de relator; texto vai à sanção presidencial
O senador Marcos do Val (Podemos-ES) retirou do texto a execução obrigatória das emendas de relator, identificadas como RP 9
Com teto do ICMS em 17% sobre energia e combustíveis, Câmara propõe compensar arrecadação dos estados; entenda se será suficiente
A proposta acontece em meio a embates do governo federal contra os estados pela arrecadação do ICMS
Novo ministro de Minas e Energia quer privatizar a Petrobras (PETR4), mas presidente do Senado afirma que as negociações não estão na mesa
Pacheco avaliou que a desestatização da empresa não é uma solução de curto prazo para o problema da alta dos combustíveis
Com Lula ou Bolsonaro na Presidência, o próximo Congresso será de centro-direita e reformista, diz Arthur Lira
Em evento em Nova York, presidente da Câmara volta a defender a confiabilidade do sistema eleitoral brasileiro e as reformas no país
Alívio no bolso vem aí? Conheça a PEC que pode zerar impostos sobre combustíveis e gás
A matéria dispensa o cumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), que exige que o governo compense a perda de arrecadação ao cortar impostos com a elevação de outros
Fundo eleitoral, emendas do relator e reajuste dos servidores: 3 pontos do Orçamento para 2022 que mexem com a bolsa esta semana
Entre emendas parlamentares superavitárias e reajuste dos policiais federais, o Orçamento deve ser publicado no Diário Oficial na segunda-feira (24)
Tesouro pode perder até R$ 240 bilhões com PEC dos Combustíveis e inflação pode ir para 1% — mas gasolina ficará só R$ 0,20 mais barata; confira análise
Se todos os estados aderirem à desoneração, a perda seria de cifras bilionárias aos cofres públicos, de acordo com a XP Investimentos
Além do furo no teto: como a PEC dos precatórios afeta os credores, mas abre uma grande oportunidade de investimento
Com a regra fiscal ameaçada, o motivo inicial para a criação da emenda acabou sendo relegado a segundo plano, mas seus desdobramentos podem beneficiar os investimentos alternativos
Leia Também
-
Milei tem vitória no “STF” da Argentina e mantém decreto em vigor, mas batalha ainda não terminou
-
Em segundo round com o Congresso, Milei deixa de fora a privatização da “Petrobras da Argentina”; há chances de uma vitória do presidente agora?
-
Maioria da população diz que data do golpe de 1964 deve ser desprezada, diz Datafolha; como o governo Lula lidará com a data?
Mais lidas
-
1
Tchau, Vale (VALE3)? Por que a Cosan (CSAN3) vendeu 33,5 milhões de ações da mineradora
-
2
Sabesp (SBSP3): governo Tarcísio define modelo de privatização e autoriza aumento de capital de até R$ 22 bilhões; saiba como vai funcionar
-
3
Qual o futuro dos juros no Brasil? Campos Neto dá pistas sobre a trajetória da taxa Selic daqui para frente