Indo contra as promessas de campanha, governo Bolsonaro terá 22 ministérios – 7 a mais do que o previsto
Futuro ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, confirmou que a equipe contará com 22 pastas. Dois ministros ainda não foram revelados
O futuro ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, confirmou nesta segunda-feira, 3, que a estrutura do novo governo contará com 22 ministérios. Durante coletiva de imprensa realizada no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), em Brasília, ele apresentou o desenho da nova equipe - que conta com sete pastas a mais do que o presidente eleito Jair Bolsonaro prometeu durante a campanha.
Até o momento, Bolsonaro anunciou 20 nomes e falta definir quem vai chefiar as pastas do Meio Ambiente e Direitos Humanos. Onyx disse que os nomes podem ser divulgados esta semana (ou não). De acordo com ele, a equipe de Bolsonaro começou a formular a estrutura em setembro do ano passado, sob comando de Abraham Weintraub, que vai assumir a secretaria executiva da Casa Civil.
Onyx também informou que Bolsonaro vai a Brasília amanhã e começa a conversar com as bancadas dos partidos sobre "novo relacionamento" com o Congresso.
Falando em Congresso...
A Casa Civil ficará com a missão de coordenar a articulação política com os parlamentares. Ao comentar a decisão, Onyx disse que a Secretaria de Governo, que hoje faz esse meio de campo, ficará responsável por assuntos federativos e pela interlocução com Estados e municípios.
Dessa forma, Onyx concentrará uma das principais funções dentro do Palácio do Planalto, esvaziando a tentativa de enfraquecer a pasta que comandará a partir de 1º de janeiro de 2019. Ele ressaltou que Bolsonaro já "bateu o martelo" sobre o desenho que está sendo apresentado hoje.
O futuro ministro detalhou que a Casa Civil terá uma secretaria específica para cuidar da articulação com a Câmara e outra para fazer a negociação com o Senado Federal. "Teremos um time de ex-deputados e ex-senadores para cuidar de Câmara e Senado. Não haverá toma-lá-dá-cá", afirmou.
Ele confirmou que o deputado Carlos Manato (PSL-ES), que não se reelegeu, fará parte desse elenco. No entanto, o ministro disse que não está definido o número de ex-parlamentares que fará a ponte com o Congresso. Ele também negou que o vice-presidente eleito, General Mourão (PRTB), assumirá funções de articulação.
E o Magno Malta?
Onyx afirmou ainda que o presidente eleito "tem carinho e respeito" pelo senador Magno Malta (PR-ES), mas não deu detalhes sobre qualquer eventual espaço que o parlamentar pode ocupar no novo governo. Malta tem pressionado para ser indicado a um cargo de relevância a partir de 1º de janeiro.
O ministro voltou a dizer que o novo governo não fará toma-lá-dá-cá e afirmou que as indicações para os cargos respeitam critérios. "O presidente vem com parcimônia, com equilíbrio, buscando fazer justiça a todos que ajudaram nessa caminhada, desde que adequados a esse processo", disse.
Onyx afirmou que o elo do novo governo com a bancada evangélica não se desfará, pois é calcado sobre princípios e valores. Ele disse ainda que há uma relação de confiança com Magno Malta e o presidente eleito.
"Tenho certeza que senador Magno Malta tem carinho e respeito (de Bolsonaro), vai ser parceiro e terá espaço muito relevante (no novo governo)", disse.
*Com Estadão Conteúdo.
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