Indagado sobre risco de recessão, Campos Neto diz que BC falará em relatório
Presidente do Banco Central afirmou que a missão número 1 da instituição financeira é manter a inflação controlada e o poder de compra
O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, evitou nesta terça-feira, 25, comentar se o País vive risco de recessão em 2019. Indagado sobre o assunto após palestra na Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), ele disse apenas: "A gente vai falar no relatório de inflação."
Durante a palestra, Campos Neto afirmou que a missão número 1 da instituição financeira é manter a inflação controlada e o poder de compra.
No início do pronunciamento, Campos Neto afirmou que o BC tem metas bastante ambiciosas para o cooperativismo e citou que o mundo caminha para trajetória de juros cada vez mais baixos e de revisão de crescimento na economia global.
Para Campos Neto, as curvas de juros longos no Brasil tem apresentado queda, em linha com a revisão para baixo no crescimento projetado do Produto Interno Bruto (PIB), para 0,9% e 2,2% ao ano, respectivamente, em 2019 e 2020. "Um dos canais que continua vivo na economia é o canal do crédito. Mas o nível de ociosidade elevado pode continuar produzindo trajetória prospectiva abaixo do esperado", ponderou.
O presidente do BC reiterou detalhes da ata do Comitê de Política Monetária (Copom), publicada nesta terça-feira, e afirmou que a "conjuntura econômica prescreve política monetária estimulativa".
Para Campos Neto, existe uma angústia da população por juros mais baixos, já que a taxa básica de juros (Selic) "caiu bastante", mas o spread para o crédito não foi reduzido na mesma proporção
Campos Neto cobrou também um sistema de resolução bancária mais eficiente e citou, como exemplo, o crédito imobiliário, que "é uma via de mão só" na avaliação do presidente do BC. "Queremos fazer home equity", disse, em referência à modalidade de crédito no qual o tomador poder dar o imóvel como garantia, uma espécie de hipoteca.
Cooperados
O presidente do Banco Central afirmou ainda na palestra na Organização das Cooperativas Brasileiras que o maior desafio da instituição em relação ao crédito para o setor é aumentar a participação dos cooperados no Sistema Nacional de Crédito Cooperativo (SNCC) e das cooperativas no Sistema Financeiro Nacional (SFN) até 2022.
As metas, segundo ele, são elevar dos atuais 24% para 40% a fatia de cooperados no SNCC e ampliar a participação das cooperativas no crédito concedido no SFN de 8% para 20%.
Campos Neto cobrou também o crescimento do crédito aos cooperados de baixa renda e da presença das cooperativas na Região Norte e Nordeste. "Precisamos fazer o sistema financeiro entender que precisamos crescer a torta. Com a saída do governo, abrimos espaço para que todos tenham pedaço maior em uma torta maior", afirmou.
Campos Neto estragou a festa do mercado e mexeu com as apostas para a próxima reunião do Copom. Veja o que os investidores esperam para a Selic agora
Os investidores já se preparavam para celebrar o fim do ciclo de ajuste de alta da Selic, mas o presidente do Banco Central parece ter trazido o mercado de volta à realidade
Um dos maiores especialistas em inflação do país diz que não há motivos para o Banco Central elevar a taxa Selic em setembro; entenda
Heron do Carmo, economista e professor da FEA-USP, prevê que o IPCA registrará a terceira deflação consecutiva em setembro
O que acontece com as notas de libras com a imagem de Elizabeth II após a morte da rainha?
De acordo com o Banco da Inglaterra (BoE), as cédulas atuais de libras com a imagem de Elizabeth II seguirão tendo valor legal
Banco Central inicia trabalhos de laboratório do real digital; veja quando a criptomoeda brasileira deve estar disponível para uso
Essa etapa do processo visa identificar características fundamentais de uma infraestrutura para a moeda digital e deve durar quatro meses
Copia mas não faz igual: Por que o BC dos Estados Unidos quer lançar um “Pix americano” e atrelar sistema a uma criptomoeda
Apesar do rali do dia, o otimismo com as criptomoedas não deve se estender muito: o cenário macroeconômico continua ruim para o mercado
Com real digital do Banco Central, bancos poderão emitir criptomoeda para evitar “corrosão” de balanços, diz Campos Neto
O presidente da CVM, João Pedro Nascimento, ainda afirmou que a comissão será rigorosa com crimes no setor: “ fraude não se regula, se pune”
O real digital vem aí: saiba quando os testes vão começar e quanto tempo vai durar
Originalmente, o laboratório do real digital estava previsto para começar no fim de março e acabar no final de julho, mas o BC decidiu suspender o cronograma devido à greve dos servidores
O ciclo de alta da Selic está perto do fim – e existe um título com o qual é difícil perder dinheiro mesmo se o juro começar a cair
Quando o juro cair, o investidor ganha porque a curva arrefeceu; se não, a inflação vai ser alta o bastante para mais do que compensar novas altas
Banco Central lança moedas em comemoração ao do bicentenário da independência; valores podem chegar a R$ 420
As moedas possuem valor de face de 2 e 5 reais, mas como são itens colecionáveis não têm equivalência com o dinheiro do dia a dia
Nubank (NUBR33) supera ‘bancões’ e tem um dos menores números de reclamações do ranking do Banco Central; C6 Bank lidera índice de queixas
O banco digital só perde para a Midway, conta digital da Riachuelo, no índice calculado pelo BC
Leia Também
-
Haddad responde aos mercados sobre ruídos provocados por meta fiscal; veja o que o ministro falou
-
Segura, Javier Milei: Argentina terá inflação de “apenas” 150% em 2024, mas contração econômica será maior, diz FMI
-
Sem superávit: Haddad confirma meta fiscal de déficit zero em 2025 e planos para aumentar a arrecadação