Heleno admite risco de Congresso alterar estrutura administrativa do governo
O ministro disse esperar que os parlamentares tenham bom senso e reflitam sobre os impactos que tais alterações poderão trazer para o futuro do País
O ministro do Gabinete de Segurança Institucional, Augusto Heleno, admitiu nesta segunda-feira, 20, que há riscos do Congresso alterar a Medida Provisória da reforma administrativa e obrigar o Executivo a recriar alguns ministérios. Para ele, a matéria está "acima de conceitos ideológicos, do conceito de facção e de grupos". O ministro disse esperar que os parlamentares tenham bom senso e reflitam sobre os impactos que tais alterações poderão trazer para o futuro do País.
"Risco há, espero que não seja risco provável, mas ele existe. Eu acredito que uma nuvem de bom senso mostra que isso é contra tudo o que foi conversado, o que foi tratado. Vai contra 99% dos brasileiros. O problema todo que estamos tendo é de gestão. O presidente da República é incapaz de 'gestionar' 29 ministérios, 22 já é duro", disse.
A medida provisória 870 foi editada no primeiro dia de mandato de Bolsonaro e criou a sua estrutura administrativa, com 22 ministérios. Se ela não for aprovada pelo Congresso até 3 de junho, perderá a validade. Nesse cenário, o governo poderá ter de recriar até dez ministérios. Há um movimento na Câmara para deixar que a medida perca a validade, mas o governo tem atuado diretamente para evitar uma derrota.
Para Heleno, uma mudança na medida seria algo "criminoso" e traria problemas para o futuro do País. "Há uma alternância de poder, alguns partidos não admitem mas há, então eu sou você amanhã. Quando precisar defender isso daí, vai ser difícil", disse.
O ministro também comentou as recorrentes reclamações dos parlamentares de não terem interlocução direta com o presidente ou com outros ministros. Para ele, Bolsonaro sempre esteve aberto ao Congresso. "Mas o dia tem 24 horas. Não tem jeito. É complicado. Isso impede que ele tenha tanta flexibilidade. Tenho certeza que ele receberia todo mundo porque isso foi o chão dele por muito tempo. Todo mundo quer mais consideração, quer mais afeto. Todo mundo é carente", disse.
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