Governo quer R$ 13 bi de dividendos das estatais
Caixa Econômica Federal, que fez várias vendas lucrativas no primeiro semestre, e tem como único acionista a União, é o principal alvo; BNDES também está na mira
Para não deixar os ministérios pararem por falta de dinheiro, a equipe econômica vai pedir ajuda das estatais federais para desbloquear as despesas do Orçamento e fechar as contas deste ano. A estratégia é conseguir R$ 13 bilhões com a antecipação de dividendos dessas empresas, informam fontes graduadas da equipe econômica. Dividendo é a fatia do lucro das companhias que é distribuída aos acionistas.
A Caixa Econômica Federal, que fez várias vendas lucrativas no primeiro semestre, e tem como único acionista a União, é o principal alvo. Outros bancos públicos, como BNDES, também serão chamados a dar a sua contribuição.
O Estado apurou que o Ministério da Economia vai mandar ofícios para as estatais pedindo que estudem a possibilidade de antecipar a distribuição de dividendos do primeiro semestre de 2019. Conversas já começaram a ser feitas com os dirigentes dos bancos oficiais.
A eventual devolução vai respeitar as posições técnicas das empresas e a política de dividendos. Por exemplo, a Caixa tem de pagar os dividendos obrigatórios de 25% do lucro. Pela sua política de dividendos, o banco pode distribuir outros 25%, totalizando 50%. Ou seja, a metade do lucro do banco, que vai ser anunciado na semana que vem, deve ir para os cofres do Tesouro.
A equipe econômica vai recorrer a essa medida para não ter de pedir ao Congresso a aprovação de projeto com mudança da meta fiscal deste ano, que é de até R$ 139 bilhões.
Com a atividade econômica fraca e a expectativa menos receitas vindas de tributos, o governo não tem conseguido espaço para desbloquear as despesas. O bloqueio já supera R$ 34 bilhões e, se continuar, começará a afetar pesadamente o funcionamento de ministérios já em setembro. Há risco real de um “apagão branco” em vários órgãos.
Bloqueio
Após cortar cerca de R$ 30 bilhões no primeiro bimestre, a equipe econômica anunciou no fim do mês passado o congelamento adicional de R$ 1,45 bilhão, em decorrência da redução de 1,6% para 0,81% a projeção de alta do Produto Interno Bruto (PIB).
Com menos atividade econômica, caiu também a previsão de receitas para o ano, que foram reduzidas em R$ 5,3 bilhões no último relatório bimestral de receitas e despesas enviado ao Congresso.
O governo agora está buscando aumento de receitas para conseguir desafogar os ministérios. A perspectiva de contar com as receitas da venda da Eletrobrás está se complicando porque o Congresso tem resistência em aprovar projeto que abra caminho para a privatização da estatal. Além disso, não há certeza de que os recursos previstos com o megaleilão do pré-sal, marcado para novembro, possam entrar no caixa este ano. Pelas regras fiscais, o governo só pode liberar despesas se puder contar com recursos extras.
No governo Dilma Rousseff, a área econômica fez várias operações de antecipação de dividendos como “fator de ajuste” das receitas, após a arrecadação federal ter ficado abaixo do esperado nos primeiros meses do ano. Na época, os aportes do Tesouro Nacional aos bancos públicos, que não eram contabilizados como despesas, ajudavam a engordar os lucros, que depois se revertiam em receitas via dividendos. Fontes do governo avaliam que a ação agora é diferente porque os bancos públicos estão devolvendo o dinheiro dos aportes que foram feitos no passado.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
BNDES vai comprar R$ 8,7 milhões em créditos de carbono; conheça os detalhes deste mercado
A ideia do BNDES é realizar novas chamadas, investindo de R$ 100 a R$ 300 milhões na compra de créditos de carbono nos próximos dois anos
Oi (OIBR3) reverte lucro e tem prejuízo de R$ 1,669 bilhão no 4T21; veja os destaques do balanço
No negócio de fibra, um dos focos da “nova Oi”, a empresa chegou a 3,4 milhões de casas conectadas, com uma receita anual de R$ 2,9 bilhões
Oi (OIBR3) usa dinheiro de venda a rivais para quitar dívida bilionária com o BNDES; valor foi o maior já recuperado na história do banco
A operadora desembolsou R$ 4,6 bilhões para liquidar dívidas de contratos celebrados em 2009 e 2012
BNDES segue plano estratégico e vende mais 50 milhões de ações da JBS (JBSS3) nesta quarta-feira (16); papéis recuam mais de 3%
O primeiro block trade do BNDES foi feito em dezembro, com a venda de 70 milhões de ações. Após a finalização da operação, o BNDES ainda deterá 19,5% do capital da JBS
BNDES vai emprestar R$ 200 milhões para concessão rodoviária, garantia será o próprio projeto; entenda
Embora o valor seja pequeno para os padrões do banco de fomento, é mais um passo para diversificar os instrumentos de crédito à infraestrutura, já que o empréstimo foi estruturado com um “project finance non recourse”
A crônica de uma saída anunciada: BNDES vende 12% de sua participação na JBS (JBSS3) e inicia desinvestimento
Operação de block trade ocorreu na manhã de hoje e movimentou R$ 2,66 bilhões
‘Não é função de um banco público ficar carregando R$ 120 bilhões em ações’, diz presidente do BNDES
Gustavo Montezano afirmou que banco seguirá vendendo participações em empresas, hoje estimadas em R$ 70 bilhões, e redirecionará recursos para financiar projetos de infraestrutura e de apoio a micro e pequenas empresas
BNDES abre linha de mais de US$ 500 milhões para financiar exportação de 24 jatos da Embraer
A entrega dos jatos à SkyWest Airlines começou em agosto do ano passado e deve se estender até abril do ano que vem
AES Brasil (AESB3) levanta R$ 1,1 bilhão em oferta restrita de ações
Oferta poderia ter ultrapassado a marca de R$ 1,5 bi, mas lote secundário acabou retirado a pedido do BNDESPar
BNDES vira ‘sócio’ da Mesbla e de outras empresas que não existem mais
O BNDES ressaltou que as ações de firmas “em processos de recuperação ou falência ou outras situações inoperantes” foram “incorporadas” ao balanço da BNDESPar, a empresa de participações do banco, “sem nenhum custo para sua aquisição”
Leia Também
-
Está barata? Enauta (ENAT3) aprova recompra de ações no valor de quase R$ 400 milhões depois de papel subir 150% em 12 meses
-
O carnaval da bolsa, 'petróleo branco' na mira do BNDES e inflação recorde na Argentina — confira os destaques do na semana
-
BNDES de olho no petróleo branco? Banco de fomento quer financiar instalação de planta de refino de lítio em MG
Mais lidas
-
1
O carro elétrico não é essa coisa toda — e os investidores já começam a desconfiar de uma bolha financeira e ambiental
-
2
Acordo bilionário da Vale (VALE3): por que a mineradora pagou US$ 2,7 bilhões por 45% da Cemig GT que ainda não tinha
-
3
A B3 vai abrir na Semana Santa? Confira o funcionamento da bolsa brasileira, dos bancos, Correios e transporte público no feriado