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Estadão Conteúdo
ENTREVISTA COM NOVO PRESIDENTE DA PETROBRAS

‘Competição é antídoto contra corrupção’, diz Castello Branco

Ele disse ainda que a privatização de ativos da companhia está em avaliação, mas vender a própria companhia, não.

Estadão Conteúdo
20 de novembro de 2018
10:09 - atualizado às 15:32
Roberto Castello Branco
Roberto Castello Branco durante entrevista em 2011 - Imagem: WILTON JUNIOR/ESTADÃO CONTEÚDO

O economista Roberto Castello Branco, anunciado ontem pela eo quipe econômica de Jair Bolsonaro como futuro presidente da Petrobras, como antecipou o Estado, defende que a petroleira mantenha o foco nas atividades para as quais tem competência, como exploração e produção de petróleo. "A Petrobras desenvolve outras atividades que não são naturais e que não atraem retorno. A competência da Petrobras é na exploração e produção de petróleo. Temos de levar a companhia a acelerar a exploração do pré-sal", disse ao jornal O Estado de S. Paulo.

Ex-diretor do Banco Central e ex-diretor da Vale, Castello Branco, que também já fez parte do conselho de administração da estatal, disse que nos próximos dias vai se dedicar a estudar estratégias para a Petrobras. A privatização de ativos da companhia está em avaliação, mas vender a própria companhia, não. "Privatizar a Petrobrás, neste momento, não está em discussão. Nem tenho nenhum mandato do presidente Bolsonaro para fazer isso." A seguir, os principais trechos da entrevista.

Que Petrobras o sr. vai assumir a partir de janeiro e qual será o futuro dela?
O Pedro Parente (ex-presidente da estatal) começou um trabalho de compliance e redução de custos na companhia, que deverá ser mantido. Vamos continuar o processo de desalavancagem (redução de dívidas). A Petrobras já andou muito nessa direção, mas precisa ainda continuar nessa linha porque os preços do petróleo, assim como de outras commodities, são muito voláteis e se transmitem para o fluxo de caixa. Sobre alocação de capital, a Petrobrás tem de usar o capital onde vai obter maior retorno para os acionistas. O principal acionista da Petrobras, temos de manter em mente, é o povo brasileiro.

Qual deve ser o foco da estatal?
É levar a empresa a acelerar a exploração do pré-sal. O pré-sal é uma fonte de riqueza enorme. Temos uma grande oportunidade agora, se deixarmos passar, daqui a duas ou três décadas, o panorama energético do mundo vai ser diferente e o petróleo não será tão importante como é hoje. Temos de aproveitar esta fase para trazer desenvolvimento econômico para o Brasil.

Como se faz isso?
A Petrobras tem o que ela tem competência para fazer, dentro dos seus recursos. Ela tem tecnologia, bom estoque de capital humano, de engenheiros e geólogos altamente especializados. E é claro que ela não consegue fazer sozinha. O ideal é que se tenha mercados competitivos gigantes. Para mim, além das medidas de compliance, a competição é o melhor remédio contra corrupção. A corrupção tem oportunidade de se manifestar onde há monopólios, onde a escolha não é por mérito, nos centros das conexões políticas pelos favores. Para a Petrobras, a competição será um antídoto permanente contra esse tipo de coisa. A sociedade não tolera mais (corrupção).

Que atividades o sr. considera não serem estratégicas para a companhia?
A Petrobras desenvolve outras atividades que não dão um retorno natural. Um exemplo é a distribuição de combustíveis. A Petrobras ainda é dona da BR Distribuidora, que, no fim das contas, é uma cadeia de lojas. A competência da companhia está na exploração e produção de petróleo. Também não faz sentido uma única companhia deter 98% de uma atividade no Brasil, que é o refino. A Petrobras pode rever o monopólio nessa área. Eu sou a favor de regras, não de delegações a pessoas. Então, de novo, a competição é favorável a todos: à própria Petrobras e ao Brasil. Faz bem ao desenvolvimento econômico do País. Dá maior liberdade aos mercados, gera mais investimentos, mais renda, mais emprego, mais arrecadação ao governo federal, governos estaduais e municipais.

Como o sr. pretende montar sua equipe?
A Petrobras tem uma equipe excelente. Eu já fui conselheiro, conheço diversas pessoas e sei que tem profissionais muito bem qualificados. Não pretendo fazer nenhuma revolução dentro da empresa. Todos podem estar certos disso. Nos próximos dias, vou me dedicar pura e exclusivamente à Petrobras.

Em maio, os caminhoneiros pararam o País por causa do reajuste ao óleo diesel. O sr. acha que esse assunto foi bem conduzido pelo governo?
Não sei, porque não participei. Prefiro não dar opinião. Mas a raiz disso está na farra de crédito subsidiado do BNDES de 2007 a 2014. Isso, aliada à má condução da política econômica, levou o País a uma recessão brutal, afetando o setor de transporte de cargas.

O subsídio ao diesel tem de ser repensado?
Subsídio não resolve nenhum problema. Pelo contrário, acaba criando outros. Temos um sério problema de desequilíbrio fiscal. Não é recomendável que se mantenham subsídios como um todo. Vamos discutir essa questão mais à frente.

E a política de preços para os combustíveis?
Acho horrível se falar em política de preços. Isso é um sinal do nosso atraso. Não se vê política (de preços) para carne e para arroz, por exemplo. Porque isso simplesmente é o mercado. O ideal é que tenhamos vários players de mercado e que cada um decida o que é o melhor para seus clientes. É o livre mercado.

O sr. já tem ideia de que ativos poderão ser vendidos pela companhia?
Vamos avaliar. Os detalhes serão discutidos depois de uma análise criteriosa.

Parte das ações da BR Distribuidora já é negociada na Bolsa de Valores. O governo pode se desfazer de uma fatia maior da empresa?
Vamos decidir depois. A Petrobras deverá vender ativos que não fazem parte do core business. Prefiro não especular.

A Liquigás, empresa de gás de cozinha, chegou a ser vendida, mas o negócio foi barrado pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
Esse é um ativo que não faz sentido a Petrobras ter no seu portfólio. O mercado de distribuição de gás liquefeito ao consumidor é concentrado. Vamos encontrar uma maneira de colaborar para a desconcentração, não para acentuar essa concentração.

Privatizar refinarias está no radar?
É algo que pode ser estudado. Há uma distorção onde uma única empresa detém 98% do negócio. É uma anomalia.

Há uma corrente mais liberal que defende a privatização da própria Petrobras...
Privatizar a Petrobras, neste momento, não está em discussão. Não tenho nenhum mandato do presidente Jair Bolsonaro para fazer isso.

Outro assunto defendido pelo mercado é a quebra do monopólio do setor de gás canalizado.
Esses assuntos deverão ser tratados, mas não envolvem exatamente só a Petrobras. Envolvem políticas públicas, Congresso. Podemos dar nossa contribuição com ideias, mas não depende da Petrobras. O gás natural é uma fonte de energia que ainda é pouco tocada no Brasil. Temos um potencial grande de produzir em larga escala e atrair investimentos.

O sr. afirmou que o foco da Petrobras deverá ser na exploração e produção. Qual modelo deverá prevalecer nesse processo?
Eu sou favorável a que se tenha um único regime de exploração, o da concessão para o mercado como um todo. No Brasil, há três regimes: concessão, partilha e tem ainda a cessão onerosa. Tenho forte preferência por um único regime. A concessão. Ponto.

O sr. considera esse modelo mais atrativo para investidores?
Acredito que os investidores gostam mais do regime de concessão. Temos de tornar o País atrativo para se fazer negócios. Isso significa mais emprego, mais renda e a construção de uma nação próspera.

Qual será o papel da Petrobras no próximo governo?
Será de uma empresa estatal séria, produtiva e que contribua definitivamente para o desenvolvimento do País. Vamos investir mais em pré-sal, atuar em setores-chave e vender o que tiver de ser vendido. No Chile, temos o exemplo da Codelco, maior produtora de cobre do mundo, que convive com outros players no mercado global e contribui para o desenvolvimento da economia chilena. O Chile é a melhor economia da América Latina. É um exemplo a ser seguido. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

 

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