Chá inglês para a rainha e o primeiro-ministro

As primeiras temporadas da série “The Crown” mostram encontros semanais entre a rainha Elizabeth II e o primeiro-ministro da Inglaterra, começando por Winston Churchill. Ao menos nas telas do Netlix, um sabe a importância institucional do outro para a estabilidade do país. Apesar disso, o cargo de “rainha da Inglaterra” virou uma espécie de alcunha pejorativa, símbolo de alguém que governa, mas não manda.

O próprio Jair Bolsonaro usou a expressão para lamentar sua situação no fim de semana. O jogo de poder entre Executivo e Legislativo gera desconforto em um governo que tenta acabar com um histórico de alianças partidárias, ou toma-lá-dá-cá, se preferir.

Rodrigo Maia toma o controle da pauta política e ascende como uma espécie de “primeiro-ministro”. Assumiu para si a paternidade da reforma da Previdência, deixando o superministro Paulo Guedes irritado. Com seu novo podcast, segue os passos de Bolsonaro para falar diretamente com a população.

As críticas são de que Maia tenta tirar o poder do governo. Pode até ser verdade, mas não necessariamente é ruim. O Eduardo Campos faz uma análise sobre o cenário político com a nova relação entre o Congresso e o governo.

Não é culpa minha

O Banco Central deu seu recado na ata da reunião do Copom divulgada hoje. Ele refutou a tese de que o juro não está baixa o suficiente para estimular a economia. A visão do BC é que a realização das reformas é que deve estimular o investimento privado. A impressão que fica da ata é de que não há uma relação automática entre aprovação de reformas e reinício de um ciclo de corte de juros. Você pode conferir os destaques do documento divulgado hoje que o Edu separou.

Um argumento a mais

Quem grita por um corte de juros terá mais um argumento. Saiu agora pouco o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) de junho, com uma alta de 0,06% - menor patamar para o mês desde 2006. O índice é considerado uma prévia da inflação. Saiba mais.

Tchau, monopólio

Um novo passo para o fim do monopólio da Petrobras na área de gás foi dado ontem. O Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) aprovou uma resolução para dar início à abertura do mercado de gás no Brasil. A visão de Paulo Guedes é que com mais concorrentes o preço do gás possa cair. Saiba mais

Restam três

A Justiça decidiu ontem leiloar a Lamborghini que ficava na sala de Eike Batista nos seus tempos áureos. Hoje o empresário tem mais uma dia difícil pela frente. A Comissão de Valores Imobiliários (CVM) retoma hoje seu julgamento. Dos cinco processos que responde, foi condenado em um, absolvido em outro e ainda precisa ser julgado em três. A conferir se a sorte de Eike vai mudar.

A Bula do Mercado: Previdência e G20 em destaque

O dia que começou com a divulgação da ata do Copom e a prévia da inflação deve seguir movimentado. Além da agenda de divulgações e eventos econômicos que movimentam o Brasil e o exterior, os investidores também seguem atentos ao cenário político com a volta dos trabalhos na Câmara. Os deputados discutem o texto da reforma da Previdência, que deve ter a sua versão final apresentada nesta quarta-feira.

Com início na próxima sexta-feira, a reunião do G20 também continua no radar. Os mercados demonstram cautela com o encontro entre os presidentes norte-americano e chinês e as principais bolsas asiáticas fecharam em queda. A negatividade também afeta o pregão europeu e os índices futuros em Nova York.

Ontem, o Ibovespa fechou o dia com alta de 0,05%, aos 102.062,33 pontos. O dólar encerrou a sessão com alta de 0,05%, a R$ 3,8272. Consulte a Bula do Mercado para saber o que esperar de bolsa e dólar hoje.

Agenda

Índices
- IBGE divulga prévia da inflação de junho
- Argentina publica dados do comércio no país em abril

Bancos Centrais 
- Copom divulga ata de sua última reunião de política monetária

Política
- Comissão especial da reforma da Previdência faz nova sessão de debates sobre o parecer do relator Samuel Moreira

Compartilhe