Bolsonaro põe reforma administrativa em ‘banho-maria’
Presidente disse aos ministros que quer “espancar ao máximo” o projeto da reforma administrativa para evitar “ruído de ideias”
O presidente Jair Bolsonaro decidiu colocar em "banho-maria" a reforma administrativa que estava prevista para ser enviada ao Congresso nos próximos dias.
Contrariando a expectativa do ministro da Economia, Paulo Guedes, e da equipe econômica, que queria "aproveitar a onda" da aprovação da reforma da Previdência com deputados e senadores com "perfil reformista", Bolsonaro avisou a todos que a sua avaliação é de que este "não é o momento ideal" para encaminhar a proposta que reformula o RH do Estado, dando sinalização de que ela pode ficar para 2020.
Bolsonaro disse aos ministros que quer "espancar ao máximo" o projeto da reforma administrativa para evitar "ruído de ideias". A prática do "espancamento de projetos" era adotada pela ex-presidente Dilma Rousseff para verificar se cada um dos itens apresentados pelos ministros "ficava de pé".
Desde cedo, ao sair do Palácio da Alvorada, o presidente Bolsonaro declarou que a reforma administrativa "está no forno", mas não confirmou se a proposta ainda seria enviada neste ano ao Congresso. "Para que tanta pressa?", questionou o presidente, sem prever nova data. Ao chegar de volta ao Alvorada, residência oficial, depois do expediente, o presidente disse que a reforma "será a mais suave possível".
A ideia da equipe econômica é alterar as regras sobre a estabilidade de futuros servidores e reduzir os salários iniciais. Para Guedes, seria importante enviar o texto neste momento para "surfar" na onda do "Congresso reformista" e levar adiante as mudanças consideradas fundamentais para controlar os gastos obrigatórios com a folha.
Quando questionado sobre a proposta por jornalistas, depois de uma coletiva no Palácio do Planalto, Guedes disse que a reforma administrativa "não sai tão cedo".
Bolsonaro já prometeu mandar o texto ao Legislativo na semana retrasada e passada, mas nesta segunda-feira, 18, disse que o texto "vai aparecer aí, mas vai demorar um pouco". Como o jornal O Estado de S. Paulo noticiou, a elite do funcionalismo público, composta por carreiras do Ministério Público, Banco Central, Receita Federal, entre outras, trabalha para barrar a iniciativa do Executivo.
O presidente disse ainda que "é lógico" que aguarda o melhor cenário para liberar o texto. "Tenho de mandar para lá para ter menos atrito possível. É só isso." Até 2022, fim do governo Jair Bolsonaro, cerca de 26% dos funcionários públicos vão se aposentar. Esse quadro é considerado, para a equipe econômica, uma janela de oportunidade para emplacar as mudanças.
De acordo com um ministro ouvido pelo jornal O Estado de S. Paulo, "o feeling político" do presidente aponta que "não é a hora" de encaminhar a proposta, apesar da pressão da equipe econômica. "Temos mais três anos pela frente", comentou o ministro, ao citar que essa reforma "vai incomodar muito" e dar argumento para a oposição. Por isso, Bolsonaro insiste em dizer que está fazendo o "cálculo político" do momento mais oportuno para o envio da proposta.
Uma das preocupações do governo é que tem de ficar claro e bater na tecla de que as mudanças só acontecerão para os futuros servidores para que não entrem em desvantagem na "batalha da comunicação".
*Com informações do jornal O Estado de S. Paulo e Estadão Conteúdo
Entrada da casa própria vai sair de graça? Governo libera verba para que parlamentares quitem parte de imóveis do Casa Verde e Amarela em suas regiões
Uma brecha na lei de criação do programa habitacional permitirá o uso de emendas parlamentares para reduzir ou quitar a entrada nos financiamentos
Vitória do governo ameaçada? FUP vai à Justiça para anular resultado de assembleia que elegeu novo conselho da Petrobras (PETR4)
A FUP vai centrar argumentação contra a eleição a conselheiros de dois nomes barrados pelo Comitê de Elegibilidade da estatal
Indicados pelo governo — incluindo dois nomes barrados pela Petrobras (PETR4) — são aprovados para conselho de administração da estatal
Jônathas Castro e Ricardo Soriano foram rejeitados pelos órgãos de governança da companhia, mas eleitos hoje com os votos da União
Governo vai baixar preço do diesel e da gasolina com novo decreto, mas medida atrasará cumprimento de metas ambientais
A notícia é ruim para o meio ambiente, mas boa para os caminhoneiros: segundo o ministro de Minas e Energia o decreto provocará um queda de mais de R$ 0,10 na gasolina e no diesel
Petrobras (PETR4) registra queda na produção do segundo trimestre — veja o que atrapalhou a estatal
Considerado uma “prévia” do balanço, o relatório mostra que a petroleira produziu 2,65 milhões de barris de óleo equivalente por dia (MMboed)
Governo ignora parecer da Petrobras (PETR4) e indicará dois nomes barrados pela estatal para o conselho de administração
Jônathas de Castro, secretário da Casa Civil e Ricardo Soriano de Alencar, Procurador-Geral da Fazenda Nacional, foram bloqueados por conflito de interesses
Bolsonaro promete 50 embaixadores em reunião para falar de fraude em urnas eletrônicas, mas Estados Unidos, Japão e Reino Unido não confirmam presença
Os presidentes do STF e TSE também devem faltar ao encontro, convocado pelo presidente para discutir a nunca comprovada fraude nas eleições de 2014 e 2018
As alianças se consolidam: Rodrigo Garcia e Tarcísio selam acordos na disputa por um lugar no segundo turno em São Paulo
Tarcísio de Freitas (Republicanos) consegue apoio de Kassab; Rodrigo Garcia (PSDB) fecha com União Brasil
Barrados no baile: com IPO suspenso pela justiça, Corsan e governo do RS estudam medidas para retomar privatização
Os planos da estatal de saneamento do Rio Grande do Sul foram barrados pelo Tribunal de Contas do Estado, que pede ajustes na modelagem da oferta
Caixa revela que sabia de denúncia de assédio contra Pedro Guimarães desde maio e aponta presidente interina
A Corregedoria aguardou até que o denunciante apresentasse um “conjunto de informações” suficiente para prosseguir com a investigação contra Pedro Guimarães
Leia Também
-
Agenda política: Minirreforma eleitoral e Desenrola são destaque da semana em Brasília
-
E agora, 'Mercado'? Gestores divergem sobre tamanho da crise após cenas de terrorismo e destruição em Brasília — mas concordam que bolsa, juros e dólar devem ter dia difícil
-
Autogolpe e impeachment no mesmo dia? Entenda o caos que se instalou no Peru e derrubou o presidente em menos de 24h
Mais lidas
-
1
Tchau, Vale (VALE3)? Por que a Cosan (CSAN3) vendeu 33,5 milhões de ações da mineradora
-
2
Sabesp (SBSP3): governo Tarcísio define modelo de privatização e autoriza aumento de capital de até R$ 22 bilhões; saiba como vai funcionar
-
3
Dividendos da Petrobras (PETR4): governo pode surpreender e levar proposta de pagamento direto à assembleia, admite presidente da estatal