O governo Lula vem enfrentando dificuldades para manter uma boa relação com o eleitorado em meio a crise do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e as fraudes do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Porém, o petista ganhou uma mãozinha do presidente norte-americano, Donald Trump, na última semana.
Após o anúncio de que o Brasil passaria a ser alvo de tarifas de 50%, a aprovação de Lula avançou de 47,3% para 49,7%, segundo um levantamento da Atlas em parceria com a Bloomberg.
A pesquisa também mostrou que a desaprovação do petista caiu de 51,8% para 50,3%.
A recuperação da avaliação de Lula vem acompanhada de uma perspectiva negativa em relação às tarifas de Trump, com 62,2% dos entrevistados avaliando a medida como “injustificada”, contra 36,8% que afirmaram ser “justificada”.
Além disso, apenas 3,5% acreditam que a decisão foi motivada pelo desejo de tornar o comércio com o Brasil mais favorável para os EUA.
Já 40,9% enxergam que a tarifa é uma resposta à participação no Brics (Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul e outros emergentes), enquanto 36,9% indicam que é um resultado do envolvimento da família Bolsonaro com Trump.
A Atlas/Bloomberg entrevistou uma amostra de 2.841 pessoas entre os dias 11 e 13 de julho.
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A política externa de Lula
Não foi só a imagem de Lula que ganhou fôlego com as tarifas. A gestão também avançou na aprovação, com 43,4% dos participantes avaliando o governo como bom ou ótimo. No último levantamento, 41,6% indicaram a perspectiva positiva.
Já a avaliação negativa caiu, com 49,4% indicando a gestão atual como ruim ou péssima. Até então, a taxa de reprovação era de 51,2%.
Além disso, a atuação de Lula no impasse com os EUA também vem ganhando atenção positiva dos brasileiros, com 44,8% afirmando aprovar a forma como o petista vem lidando com as tarifas de 50%. Já 27,5% avaliam a reação do governo como “agressiva”.
Além disso, 60,2% indicam aprovar a política externa do presidente, contra 38,9% que desaprovam.
O petista também parece estar se saindo melhor do que seu antecessor Jair Bolsonaro. Quando questionados quem representa melhor o Brasil em plano internacional, 61,1% indicaram Lula.
Apesar disso, o alinhamento aos EUA segue sendo importante, ficando em segundo lugar entre os parceiros que o governo brasileiro deveria se aproximar, com 31,1% indicando a resposta. O primeiro lugar, com 38,1%, ficou para o Brics.
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Trump na avaliação do Brasil: o fim do sonho americano?
Trump também vem adicionando pressão ao “sonho americano”, com cada vez mais desaprovações sobre o governo republicano.
Entre os participantes, 50,5% indicam uma perspetiva negativa em relação aos EUA. Já 45,9% indicam aprovar o governo norte-americano.
A avaliação negativa de Trump também cresceu por aqui, com 59,9% dos entrevistados afirmando ter uma percepção negativa sobre a gestão do republicano.