Na próxima terça-feira (23), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) abre a 80ª Assembleia-Geral da ONU com um discurso que deve girar em torno de três eixos: soberania dos países, defesa da democracia e fortalecimento do multilateralismo.
Segundo o Broadcast, Lula deve adotar uma postura mais amena do que em palanques eleitorais. A ideia é enviar um recado indireto ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sem ataques frontais — até porque o norte-americano fala logo depois dele.
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Entre os pontos que devem ganhar mais peso no discurso de Lula, que Trump deve ouvir de camarote, estão:
- Defesa do reconhecimento do Estado da Palestina;
- Apelo por uma solução pacífica para a guerra na Ucrânia;
- Proteção ambiental, com convite oficial para a COP 30 em Belém; e
- Reafirmação da democracia brasileira após julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro.
A expectativa é que o discurso seja calibrado para o público global, evitando foco excessivo em disputas políticas internas.
Relação delicada de Lula com os EUA
O pano de fundo da fala do presidente Lula é a piora nas relações entre Brasil e Estados Unidos. Após a condenação de Jair Bolsonaro (PL), o governo Trump ameaçou impor novas sanções ao país, como tarifas adicionais, suspensão de vistos e ampliação da Lei Magnitsky a ministros e familiares.
Diante desse cenário, a diplomacia brasileira avalia que Lula não pode soar agressivo contra Washington, especialmente depois de assinar um artigo crítico no The New York Times.
Além do discurso, Lula participa da Semana do Clima, em Nova York, e de reuniões sobre a Palestina. Na quarta-feira (24), encerra a viagem com uma coletiva de imprensa para apresentar os resultados da agenda antes de retornar ao Brasil.
*Com informações do Broadcast e do Estado de S. Paulo.