Desde que o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que as mudanças no Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) promovidas pelo governo federal eram constitucionais, as compras internacionais ficaram mais caras.
Anteriormente, a compra de moeda estrangeira em espécie ou por meio de contas digitais internacionais — como Wise, Nomad, Avenue e contas globais de bancos — tinha uma alíquota de IOF considerada baixa, de 1,1%.
Já os cartões pré-pagos, de débito e de crédito estavam sujeitos a uma alíquota de 3,38%. Porém, essa alíquota caía 1 ponto percentual por ano, até ser zerada em 2028.
Com a mudança anunciada pelo Ministério da Fazenda — e confirmada pelo STF —, a alíquota do IOF para todas essas transações de câmbio passou a ser de 3,50%. Na prática, a conversão para moedas estrangeiras encareceu em todas as modalidades.
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A queda anual na alíquota do IOF para cartões de crédito, débito e pré-pagos também deixou de existir.
O aumento de 1,10% para 3,50% triplicou o valor pago em imposto e elevou o dinheiro necessário para a conversão. De um total de R$ 10 mil disponíveis para converter em dólar, anteriormente R$ 110 iam para o governo. Agora, o valor subiu para R$ 350.
No final, para converter R$ 10 mil, antes eram necessários R$ 10.110 e agora são necessários R$ 10.350.
Estratégia do BTG para o aumento de IOF
O BTG Pactual resolveu absorver o custo do novo IOF. Nesta segunda-feira (25), o banco anunciou a campanha IOF Zero. O programa prevê isenção da alíquota de 3,5% para compras internacionais realizadas com os cartões de crédito e de débito do banco.
O benefício é automático e não possui limite de valor. Entretanto, é válido para os cartões de conta nacional, como o Platinum, Black, Ultrablue e TAP — os cartões vinculados à conta internacional do BTG não são elegíveis ao IOF Zero.
A novidade ficará disponível por tempo indeterminado, durante a vigência da campanha. Em nota, o BTG afirmou que poderá encerrar a campanha a qualquer momento, mas, enquanto durar, não haverá limite de valor para utilizar o benefício.
“Estamos sempre atentos às mudanças do mercado para oferecer benefícios e estabelecer parcerias que agreguem valor ao uso do cartão. A isenção do IOF é mais uma facilidade que criamos para aprimorar a experiência [do cliente]”, disse Marcelo Flora, sócio e head da plataforma digital do BTG Pactual.
O IOF ganhou isenção, mas é importante lembrar que uma compra internacional tem outros custos. A conversão de câmbio também deve considerar o valor do dólar no momento da compra e o spread do banco para a transação.
- O spread é uma taxa sobre a diferença entre o valor de compra e o valor de venda de uma moeda estrangeira. Instituições financeiras e casas de câmbio cobram essa taxa para cobrir custos operacionais.
Segundo o site do BTG, em uma compra internacional feita com cartão local, o banco processa a transação na moeda original e depois converte para real.
A cotação para conversão do dólar em real é o valor do dólar PTAX de venda — taxa de câmbio divulgada diariamente pelo Banco Central — acrescida de 6% de spread.