Apesar do BB Seguridade (BBSE3) acumular queda de 10,30% em 2025, o ano vem sendo surpreendentemente positivo para a empresa, segundo o BTG Pactual. Porém, o banco avalia que 2026 tende a ser um período mais difícil para a companhia, e os papéis devem demorar para voltar a brilhar.
Segundo relatório divulgado, o banco não vê gatilhos relevantes no horizonte próximo e mantém recomendação neutra para as ações, com preço-alvo em R$ 41, o que indica uma potencial valorização de 26% com base na cotação do último fechamento.
Apesar disso, segundo os analistas da casa, após reunião com investidores em São Paulo, a gestão do BB Seguridade mostrou confiança em 2025.
O que esperar do BB Seguridade
Os analistas do BTG indicam que a expectativa é de que o ambiente de juros ainda elevados siga sustentando os resultados financeiros da empresa. Já a performance operacional deve permanecer sólida, apesar das dificuldades enfrentadas pelo agronegócio.
Além disso, o programa governamental de R$ 12 bilhões, previsto na MP 1.314, deve ajudar o Banco do Brasil a gerir riscos, trazendo reflexos indiretos positivos para o BB Seguridade ao estimular novos negócios.
Já para 2026, o cenário se mostra mais desafiador. O BTG avalia que a esperada queda da Selic e a redução do diferencial entre índices de inflação devem pressionar os resultados.
Perspectivas positivas da empresa
Durante encontro em São Paulo, o diretor financeiro (CFO) da empresa explicou que a recente deterioração no crédito rural tem mais relação com o endividamento excessivo durante o período de preços altos na pandemia do que com eventos climáticos.
Já para 2026, embora enxergue maiores desafios, o executivo vê espaço para mitigar esse impacto com a expansão de seguros ligados a capital de giro, investimentos e financiamento agrícola.
No segmento de previdência, a alta do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) afetou as contribuições, mas a companhia aposta em estratégias de incentivo a planos com pagamentos periódicos e na diversificação da base de clientes.
Quanto à concorrência das cooperativas no seguro rural, favorecida pela Lei Complementar 213, o BB Seguridade destacou que barreiras de escala e a complexidade técnica do setor funcionam como fatores de proteção.
Apesar das pressões recentes, a gestão reforçou sua visão positiva de longo prazo, destacando o potencial de crescimento do seguro rural — que atualmente cobre apenas 7% da área plantada — e a perspectiva de recuperação do fluxo de caixa dos produtores com a normalização climática.