A clientela é a parte mais importante de todo negócio, e a BlackRock, uma das maiores gestoras de ativos do mundo, foi lembrada disso na última terça-feira (15) ao divulgar os resultados do segundo semestre deste ano com uma “surpresa”: a saída de US$ 52 bilhões de um único cliente institucional da Ásia.
Apesar de a identidade não ter sido revelada pela gestora, a saída do capital foi o suficiente para derrubar as ações da BlackRock após a divulgação do balanço, mesmo com resultados positivos.
No pregão de ontem, o papel da BlackRock listado na bolsa de Nova York (Nyse) chegou a desabar 7% e fechou em queda de 5,9%, após a divulgação dos resultados.
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Sem esse resgate, os fluxos líquidos de longo prazo no trimestre teriam sido de aproximadamente US$ 120 bilhões, contra os US$ 46 bilhões efetivamente reportados.
A BlackRock reforçou que se trata de uma operação pontual, com baixa margem de receita, e que não indica tendência de enfraquecimento na demanda geral.
Na sessão desta quarta (16), as ações da gestora avançavam 3,36%, cotadas a US$ 1.081,27 por volta das 16h12.
BlackRock tem segundo semestre estável
A maior gestora de recursos do mundo teve um segundo trimestre sólido, mesmo com o cenário macro desafiador. A receita subiu para US$ 5,42 bilhões, avanço de 13% na comparação anual, puxada por um crescimento orgânico de 6% nas taxas-base — ainda que o número tenha ficado um pouco abaixo das projeções, que apontavam US$ 5,46 bilhões.
O lucro líquido ajustado veio acima do esperado: US$ 1,88 bilhão, ou US$ 12,05 por ação, superando a média das estimativas de US$ 10,82. No mesmo período do ano passado, o lucro foi de US$ 1,55 bilhão (US$ 10,36 por ação).
Os ativos sob gestão bateram recorde, alcançando US$ 12,5 trilhões. O resultado também foi favorecido por um impacto positivo de US$ 171,5 bilhões do câmbio, com a fraqueza do dólar, revertendo o efeito negativo de US$ 35,4 bilhões registrado no 2T24.
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A maior parte dos recursos captados pela BlackRock no segundo trimestre veio dos ETFs de renda fixa, que somaram quase US$ 44 bilhões. Os ETFs ligados a criptoativos e ativos digitais também se destacaram, com US$ 14 bilhões em entradas — impulsionados pela valorização do bitcoin (BTC).
Mesmo com captações abaixo do esperado, a receita da gestora cresceu 13%, para US$ 5,4 bilhões, e o lucro líquido subiu 7% na comparação anual, totalizando US$ 1,6 bilhão. Ambos os números vieram em linha com as projeções do mercado.
*Com informações do Financial Times e Quartz