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Tarifaço de Trump é a principal preocupação da Embraer (EMBR3) e empresa luta por isenção completa, diz CEO

Foto dividida, parte com Donald Trump, ao lado esquerdo. No direito, uma foto do logo da Embraer, com letras brancas em fundo azul escuro.

A Embraer (EMBR3) divulgou os resultados referentes ao segundo trimestre deste ano nesta terça-feira (5), sob o fantasma das tarifas de Donald Trump. Embora os números não tenham sido afetados pelo tarifaço, essa ainda é a maior preocupação da empresa, segundo o próprio CEO, Francisco Gomes Neto.

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No último mês, a fabricante de aviões sofreu graves solavancos com o anúncio de uma tarifa adicional de 40% dos EUA contra o Brasil. A alíquota se somaria aos 10% anunciados no chamado “Dia da Libertação”.

O alívio só veio quando o mercado viu as aeronaves da companhia entre os 694 que estariam isentos da sobretaxa adicional. O documento foi divulgado na última quarta-feira (30).

As ações EMBR3 abriram o dia com alta de 2,52% na bolsa de valores, no topo dos ganhos do Ibovespa, mas caem cerca de 0,08% por volta das 11h30.

Mesmo menores, as tarifas ainda incomodam a Embraer

Mas isso não quer dizer que o problema foi embora. A guerra comercial ainda está entre as maiores preocupações da empresa.

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Até porque, embora o ‘grosso’ da tarifa tenha saído da mesa, a companhia ainda precisa lidar com os 10% que ficaram — bem acima dos 0% com os quais a empresa estava acostumada nas últimas décadas.

“Demos um passo importante na semana passada, que destacou a relevância da nossa indústria não apenas para o Brasil, mas também para os EUA. Continuamos acreditando na volta da política de tarifas zero para a indústria aeroespacial global, como foi padrão nos últimos 45 anos”, disse Gomes Neto em conferência com analistas e jornalistas após a divulgação dos resultados.

O CEO ressaltou que a Embraer vem atuando ativamente junto às autoridades de alto escalão no Brasil e nos EUA para resolver a situação. “O impacto da tarifa de 10% já está considerado em nossa projeção para o ano, o que pode gerar um resultado melhor se as tarifas voltarem a zero em breve”, afirmou Gomes Neto.

A empresa reiterou o guidance para 2025, que prevê uma receita entre R$ 7 bilhões e R$ 7,5 bilhões, margem Ebitda (Lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustada entre 7,5% e 8,3%, e fluxo de caixa livre ajustado superior a R$ 200 milhões.

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“Temos cerca de 20% do impacto tarifário já esperado no nosso resultado e no fluxo de caixa. Por isso, enxergamos um impacto maior na segunda metade do ano, no terceiro e quarto trimestres”, destacou o CEO.

A Embraer também está disposta a investir mais US$ 500 milhões nos EUA com a possível adoção da plataforma KC-390 pela Força Aérea dos EUA antes do fim da década.

Os resultados da Embraer no segundo trimestre

De acordo com o BTG Pactual, a companhia reportou números sólidos no período, com números acima do consenso de mercado. A receita líquida foi de US$ 1,8 bilhão, avanço de 22% em relação ao ano anterior e em linha com as expectativas do banco.

Já o Ebit  (lucro antes de juros e impostos) somou US$ 180 milhões, ante US$ 51 milhões nos primeiros três meses do ano, com Ebitda de US$ 233 milhões, versus US$ 98 milhões entre janeiro e março de 2025.

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Para os analistas do banco, a margem Ebit ajustada foi o principal destaque positivo, atingindo 10,6% no período, a maior para um segundo trimestre nos últimos 10 anos, um salto de 1,4 ponto percentual frente ao mesmo intervalo de 2024.

O balanço foi impactado negativamente por US$ 12 milhões em despesas relacionadas à Eve, braço de carros voadores da Embraer. Excluindo esse efeito, o Ebit e o Ebitda ajustados foram de US$ 192 milhões e US$ 246 milhões, respectivamente.

“Isso resulta em margens de 11% e 14%, leituras muito fortes para um segundo trimestre, período que geralmente apresenta sazonalidade mais fraca, e acima dos nossos 7% e 11%” diz um relatório do banco.

O prejuízo líquido foi de US$ 79 milhões. No entanto, ajustando pelo impacto negativo de R$ 163 milhões em impostos diferidos e positivo de R$ 79 milhões do resultado da Eve, o prejuízo ajustado foi de US$ 5 milhões, versus lucro de US$ 80 milhões no segundo trimestre de 2024.

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O banco reiterou a recomendação de compra para os papéis.

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