A Superintendência-Geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou, nesta segunda-feira (22), a aquisição da Suzano (SUZB3) de parte de uma sociedade constituída na Holanda pela Kimberly-Clark.
O negócio havia sido anunciado em junho deste ano e se configura como um dos maiores da Suzano fora de seu tradicional segmento de celulose.
No pregão de hoje, por volta das 14h09, as ações da Suzano avançavam 0,24%, a R$ 50,62.
- LEIA TAMBÉM: Os leitores do Seu Dinheiro recebem todos os dias as notícias mais quentes do mercado. Quer receber também? Cadastre-se aqui
A autorização foi concedida sem restrições para a compra de 51% da participação na sociedade, formando uma joint venture com a Kimberly-Clark. O negócio foi avaliado em US$ 3,4 bilhões.
Os principais ativos da nova joint venture são 22 fábricas de produção de tissue — toalhas de papel, guardanapos, lenços de papel — localizadas em 14 países e elevam a Suzano ao posto de oitavo maior player de papel higiênico no mundo.
A operação terá uma capacidade anual total de produção de aproximadamente 1 milhão de toneladas.
A Suzano terá uma opção de compra da participação de 49% da Kimberly-Clark na sociedade, que poderá ser exercida três anos após a data de fechamento.
A empresa afirmou ao Cade que a compra do negócio global de tissue da Kimberly-Clark está em linha com sua estratégia de ampliar a presença nesse segmento, apoiada na expertise em celulose e na escala operacional.
A operação combina ativos complementares e garante acesso a marcas consolidadas e redes internacionais de distribuição, segundo a Suzano.
Com a integração, a empresa espera elevar a eficiência, otimizar cadeias de suprimento e abrir novas oportunidades de crescimento no mercado global de tissue.
Suzano e Kimberly-Clark: o que se sabe até agora
A nova empresa será controlada pela Suzano, que nomeará a diretoria, enquanto a Kimberly-Clark ficará com 49% das ações. A americana manterá ainda os ativos de suas linhas “family care” e “professional business”, além de algumas joint ventures em mercados que não estarão na operação.
A companhia espera capturar mais de US$ 175 milhões por ano com a operação, a partir de 2028, com retorno de 15,5% ao ano. A parceria nasce sem dívidas.
Espera-se que os ganhos de eficiência sejam uma consequência direta da implementação de estratégias já adotadas na operação adquirida anos atrás.
"Vimos uma redução de custos de 46% e um aumento de 22% na produção em Mogi das Cruzes, e acreditamos que podemos replicar esses resultados na joint venture", afirmou Luis Bueno, diretor da Suzano, quando o negócio foi anunciado.
O CEO da Suzano, Beto Abreu, ainda explicou que a empresa optou por uma joint venture controlada, uma estratégia que permite à Suzano gerenciar a operação de forma mais eficiente.
"Decidimos que a única forma de realizar esse negócio seria por meio de uma joint venture, que pudéssemos controlar, dada a complexidade de atuar em múltiplos países", afirma Abreu.
- LEIA TAMBÉM: Análises certeiras e insights exclusivos para investidores: receba em primeira mão os episódios do Touros e Ursos, podcast do Seu Dinheiro
Em relação às marcas, as regionais da Kimberly-Clark serão incorporadas, enquanto algumas marcas globais — como Kleenex e Scott — serão licenciadas sem pagamento de royalties para as regiões envolvidas.
*Com informações do Estadão Conteúdo