Às vezes, corrigir a rota é necessário, mas o caminho dos lucros continua firme. O BTG Pactual reduziu o preço-alvo da Brava (BRAV3) de R$ 28 para R$ 27 por ação, após avaliar os últimos resultados da companhia. Mas, apesar do corte, o banco mantém a recomendação de compra.
Os analistas afirmam que a Brava está avançando em frentes importantes para reduzir a dívida, como a antecipação de recebíveis da prestadora de serviços Yinson e o refinanciamento e pré-pagamento de parte de suas obrigações. Segundo o BTG, essas medidas colocam a empresa em um caminho sólido para diminuir a alavancagem nos próximos dois trimestres.
Ainda assim, o banco alerta que a ação segue sensível às variações do preço do petróleo no curto prazo, mesmo com o hedge em andamento. Isso pode deixar parte dos investidores cautelosos até que a redução da dívida se torne mais clara.
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Para 2026, o BTG projeta que a Brava deve gerar caixa neutro para o acionista com o barril a US$ 65, cenário que pode limitar a valorização das ações até que 2027 traga maior visibilidade.
Mesmo assim, os analistas escrevem no relatório que continuam “otimistas quanto à trajetória da Brava. A combinação de forte execução operacional, ganhos de eficiência e hedge disciplinado melhora sua resiliência à volatilidade do preço do petróleo”.
Desempenho forte da Brava
No lado operacional, o BTG destaca que a unidade Atlanta mantém desempenho robusto, com eficiência acima de 90% em 2025, permanecendo como a principal geradora de caixa da companhia.
Já o projeto Papa Terra segue três fases bem definidas: redução de custos e aumento de eficiência, perfuração de dois novos poços no quarto trimestre de 2026 e meta de alcançar produção entre 30 mil e 35 mil barris por dia.
No onshore, o banco aponta que os investimentos estão concentrados em recuperação secundária, eficiência de perfuração e melhorias no fator de recuperação, o que pode adicionar cerca de 100 milhões de barris às reservas certificadas.
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O pilar de resiliência
O hedge aparece como um dos pilares da estratégia da Brava. A companhia mantém um programa contínuo de 18 meses que cobre aproximadamente 40% da produção nos primeiros seis meses, 20% nos seis seguintes e 10% no período final.
Atualmente, cerca de 10 milhões de barris estão protegidos para o intervalo entre o segundo semestre de 2025 e o primeiro semestre de 2026, a um preço médio de US$ 63 por barril.
De acordo com os analistas, essa disciplina no uso de derivativos, combinada aos ganhos de eficiência operacional, fortalece a resiliência do fluxo de caixa livre da empresa, ou seja, o dinheiro efetivamente disponível para remunerar acionistas ou reduzir dívida após os investimentos.
Eles também apontam que a gestão busca manter um equilíbrio de ciclo completo na faixa de US$ 50 por barril até 2026. Além disso, conserva a flexibilidade para ajustar aportes em projetos onshore e em atividades de refino e distribuição.
*Com informações do Money Times