Site icon Seu Dinheiro

Saída ordenada: Vinci Compass negocia compra da Verde Asset e acerta sucessão de Luis Stuhlberger, diz jornal

Luis Stuhlberger, sócio-fundador do Verde Asset Management

Luis Stuhlberger, sócio-fundador da Verde Asset Management.

Luis Stuhlberger está prestes a dar um passo importante no processo de sucessão da Verde Asset em meio a negociações com a Vinci Compass.

As duas casas negociam uma combinação que, se confirmada, dará à Vinci o controle da Verde após cinco anos, em um modelo de joint venture que mantém Stuhlberger à frente dos fundos nesse período.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

O acordo ainda não foi assinado, mas já há um acerto de princípios entre as partes.

Segundo o Brazil Journal, a transação está sendo estruturada por meio de troca de ações: os sócios da Verde receberiam participação na Vinci, que por sua vez passaria a consolidar os resultados da gestora imediatamente após o fechamento do negócio.

Vale destacar que a Vinci Compass vale atualmente cerca de US$ 621 milhões na Nasdaq — o equivalente a R$ 3,5 bilhões.

Ela passou a administrar mais de R$ 300 bilhões após a fusão com a Compass, com forte presença em ativos alternativos.

Já a Verde, conhecida pelo tradicional fundo multimercado criado na antiga Hedging-Griffo, administra hoje R$ 17 bilhões.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Uma sucessão planejada

Caso a transação seja efetivada, além de ampliar sua presença no segmento de fundos líquidos, a Vinci ganharia tempo para uma transição gradual de liderança.

De acordo com o Valor Econômico, a estrutura prevê autonomia total da equipe da Verde por cinco anos, com Stuhlberger mantendo o comando das estratégias.

Segundo fontes citadas pelo jornal, o gestor já teria comunicado internamente sua intenção de seguir à frente da casa por, no mínimo, esse período.

Nesse arranjo, a Lumina Capital, de Daniel Goldberg — que comprou no fim de 2023 a fatia de 25% da Verde que pertencia ao Credit Suisse —, também seguiria na sociedade.

Para o mercado, a movimentação é vista como uma forma de Stuhlberger, aos 70 anos, começar a desenhar sua saída da operação de forma ordenada.

O alocador, conhecido pelo foco em cenários e estratégia de longo prazo, sempre adotou um estilo diferente de pares como Rogério Xavier (SPX) ou André Jakurski (JGP), mais voltados ao trading.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Um mercado em transformação

A aproximação entre Verde e Vinci ocorre em meio a uma onda de reestruturações entre gestoras independentes.

Pressionadas pela má performance recente e pela saída de recursos dos multimercados, casas tradicionais vêm reavaliando suas estruturas.

Desde 2021, a Verde perdeu cerca de R$ 38 bilhões em patrimônio, um reflexo da alta dos juros, das mudanças nas regras dos fundos exclusivos e do avanço de alternativas isentas de imposto.

Para se ter uma ideia, de janeiro a junho deste ano a categoria de multimercados reportou resgates líquidos de R$ 78,9 bilhões, segundo dados da Anbima.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Outras gestoras também deram passos relevantes nos últimos meses.

A JGP vendeu sua divisão de gestão de fortunas ao BTG Pactual. A SPX desativou sua área de investment solutions e devolveu recursos aos investidores. Já a GAP encerrou a gestão de terceiros e transferiu seus fundos à Legacy.

A possível combinação entre Verde e Vinci surgiria, portanto, como uma resposta estratégica a esse cenário de consolidação, mas também como uma aposta no futuro.

Mais força global

Segundo o Brazil Journal, os dois lados enxergam forte complementaridade de portfólio e pouca sobreposição de produtos.

A Verde se notabilizou por sua atuação em multimercados e gestão macro, enquanto a Vinci tem presença relevante em private equity, infraestrutura, crédito e imóveis, além de buscar cada vez mais atuação internacional.

Stuhlberger, inclusive, poderia colaborar com a Vinci na alocação global da gestora. A ideia é que o know-how da Verde agregue valor à operação e ajude a atrair investidores sofisticados no Brasil e no exterior, segundo relatos.

Ainda não há prazo para o anúncio formal da operação, mas os documentos estão em fase de diligência. Diante disso, o mercado acompanha de perto os próximos passos dessa movimentação, com potencial de redesenhar o mapa das assets independentes no país.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Exit mobile version