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Sai Eletrobras (ELET3), entra Mercado Livre (MELI34): entenda as mudanças na carteira ESG de abril do BTG Pactual

Mudanças na carteira ESG do BTG refletem visão estratégica do banco sobre dividendos, inovação e resiliência diante do cenário macroeconômico - Imagem: iStock/Sansert Sangsakawrat

O BTG Pactual divulgou sua carteira ESG recomendada para abril de 2025 com três novas ações e uma reestruturação estratégica que reforça o foco em setores resilientes e em crescimento, com destaque para energia, finanças e consumo.

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Foram incluídas Copel (CPLE6), Nubank (ROXO34) e Mercado Livre (MELI34), substituindo Eletrobras (ELET3), B3 (B3SA3) e TIM (TIMS3)

De acordo com o relatório divulgado pelo banco, Eletrobras, B3 e TIM foram retiradas da carteira por menor atratividade, enquanto Copel, Mercado Livre e Nubank foram incluídas por maior potencial de valorização e iniciativas em governança, inovação e inclusão financeira.

Segundo o BTG, as trocas no portfólio refletem uma avaliação crítica de desempenho e alinhamento estratégico. A seleção de abril mantém forte exposição ao setor de serviços básicos, com empresas que aliam rentabilidade e boas práticas ambientais, sociais e de governança (ESG). 

As 10 ações ESG recomendadas pelo BTG para abril, divididas por setor

Confira abaixo a carteira ESG de abril do BTG Pactual, composta por dez ações organizadas por setor e com os principais motivos levantados pelo banco para inclusão ou permanência no portfólio.

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Serviços essenciais: estabilidade e impacto socioambiental direto

O setor de serviços básicos continua como a espinha dorsal da carteira ESG do BTG Pactual.

A Copel (CPLE6) foi incluída devido à reestruturação bem-sucedida, potencial para se tornar uma pagadora de dividendos com TIR (Taxa Interna de Retorno) bastante atrativa de aproximadamente 11%. Além disso, em 2024 produziu 100% da energia a partir de fontes renováveis, está descarbonizando a frota de veículos e adotou elevados padrões de governança após a privatização.

A Equatorial (EQTL3), já presente na carteira, permanece como uma tese sólida de carrego, com proteção contra a inflação e exposição limitada a uma economia em desaceleração. No pilar ESG, a empresa apresenta ações de descarbonização das operações, melhoria da gestão dos recursos naturais e boa governança ESG. 

A Orizon (ORVR3), especializada em gestão de resíduos, destaca-se pela elevada TIR real de 12,4% e oportunidades de expansão em um setor ainda fragmentado. É a principal escolha do BTG entre as small caps em serviços básicos. Além do core business ser uma solução para desafios de sustentabilidade, a empresa tem a estratégia de melhorar práticas de ESG internamente.

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Já a Sabesp (SBSP3), considerada pelo BTG uma das ações mais essenciais da carteira, apresenta um forte potencial de valorização com base em avanços regulatórios, eficiência operacional e possibilidade de expansão de atividades no estado de São Paulo. O banco destaca ainda o impacto ambiental positivo do tratamento de esgoto e dos benefícios sociais da ampliação do acesso à água limpa.

Financeiro: inovação e inclusão em destaque

No setor financeiro, o BTG manteve o Itaú (ITUB4), que tem se destacado pela transformação digital e ganhos de eficiência com o projeto One Itaú. No aspecto ambiental, os analistas destacam o compromisso do banco de reduzir em 50% das emissões de carbono de escopo 3 (emissões indiretas que ocorrem ao longo da cadeia de valor) até 2030 e alcançar a neutralidade de emissões até 2050 — além dos compromissos no âmbito de diversidade de gênero.

A novidade da carteira ESG do BTG é a entrada do Nubank (ROXO34), que deve se beneficiar da retomada no financiamento via PIX e da atuação ativa na agenda do crédito consignado privado junto ao governo. Além disso, os analistas enfatizam que a fintech possui uma estratégia detalhada em temas ambientais, sociais e de governança, com foco na inclusão financeira.

Agronegócio: modelo integrado com responsabilidade socioambiental

A 3tentos (TTEN3) segue como a representante do agronegócio, sendo vista pelos analistas do BTG como uma empresa de alta qualidade, com crescimento consistente e modelo de negócios verticalizado. No pilar ESG, a empresa possui diversas certificações e compromissos voltados para sustentabilidade e responsabilidade social no setor, garantindo práticas sustentáveis na cadeia de fornecimento.

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Bens de capital: oportunidade de entrada com viés de longo prazo

Mesmo após um trimestre abaixo do esperado, a WEG (WEGE3) foi mantida na carteira ESG do BTG Pactual como uma oportunidade de entrada. O banco vê o valuation atrativo de preços sobre o lucro (P/L) de 25x para 2025, e aposta no posicionamento estratégico da empresa em mercados como motores elétricos e transmissão. 

De acordo com o BTG, a companhia está comprometida em promover o uso de energia renovável e investe em programas de educação, diversidade e desenvolvimento comunitário.

Consumo e tecnologia: crescimento com impacto social

Entre as novidades da carteira está o Mercado Livre (MELI34), que se destaca pelo crescimento expressivo, melhora operacional e forte presença no comércio eletrônico e meios de pagamento. 

Segundo o BTG, a varejista eletrônica combina desempenho financeiro com práticas ESG robustas, como inclusão digital, uso de embalagens sustentáveis e estímulo ao empreendedorismo por meio da oferta de ferramentas e recursos para pequenos negócios.

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Papel e celulose: tese descontada com fundamentos sólidos

A Suzano (SUZB3) fecha a lista como uma aposta consolidada do BTG. Mesmo com desafios no curto prazo para os preços da celulose, a empresa possui valuation descontado de aproximadamente 4,7x (valor da firma sobre o ebitda) EV/Ebitda em 2025 e acelera o processo de desalavancagem. 

No aspecto ESG, os analistas destacam o compromisso da Suzano com a neutralidade de carbono até 2050, a preservação da biodiversidade, os investimentos em desenvolvimento comunitário e as políticas de governança baseadas na transparência e no engajamento de stakeholders.

Metodologia da carteira ESG do BTG Pactual

A carteira ESG do BTG Pactual segue uma metodologia que combina análise fundamentalista com critérios ESG. O processo envolve:

  1. Identificação de 8 temas macroeconômicos relevantes para a América Latina, como economia de baixo carbono, energia limpa, digitalização, gestão de resíduos, governança e diversidade.
  2. Seleção de empresas com boas práticas ESG ou modelos de negócio que se beneficiam desses temas.
  3. Filtragem por atratividade fundamentalista, priorizando ações com recomendação de compra e momentum positivo.

O portfólio é revisado mensalmente e pode incluir empresas com padrões ESG ainda em desenvolvimento, desde que o potencial de valorização justifique.

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Nos últimos 30 dias, a carteira ESG do BTG registrou alta de 0,9%, superando o Ibovespa (+0,4%), embora abaixo do benchmark (S&P/B3 ESG, +4,0%).

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