O Banco do Brasil (BBAS3) e o Bradesco (BBDC4) afirmaram, em comunicados separados ao mercado, não ter recebido nenhuma proposta formal sobre qualquer transação envolvendo a Alelo, uma das maiores provedoras de vale-refeição e alimentação no país.
O esclarecimento vem em resposta à notícia na véspera, do Valor Econômico, de que o iFood estaria em vias de fechar negócio de R$ 5 bilhões para a compra da empresa, na qual os bancões têm participação.
Segundo a reportagem, o negócio transformaria o aplicativo de entregas, que já detém uma posição dominante no mercado de delivery no Brasil, em líder também no segmento de vales-refeição, onde já atua por meio do iFood benefícios.
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Alelo e iFood: negócio faria parte da corrida pelo domínio dos vales-refeição e o avanço da Prosus
Desde que ingressou no setor de benefícios, em 2020, o iFood tem conquistado uma crescente adesão, alcançando cerca de 600 mil usuários. Contudo, a aquisição da Alelo elevaria essa corrida para outro patamar, ampliando a base de usuários em mais de 6 milhões.
A Alelo integra o seleto grupo de quatro empresas responsáveis por aproximadamente 85% do mercado de cartões de benefícios. As principais concorrentes dela incluem Ticket, que pertence à Edenred, Sodexo, sob a gestão da Pluxee, e a brasileira VR.
O iFood, por sua vez, faz parte do portfólio da Prosus na América Latina, com o controle majoritário exercido pela Naspers, gigante sul-africana que assinaria o cheque para a aquisição, de acordo com informações da imprensa. A plataforma de entregas encerrou março de 2025 com uma receita anual de US$ 1,3 bilhão.
Ao avançar para o setor de benefícios com a possível aquisição da Alelo, o iFood estaria colaborando com a estratégia de Fabrício Bloisi, CEO da Prosus, que busca dobrar a receita da holding até 2028, atingindo a marca de US$ 12,5 bilhões.
Essa ambição foi apresentada no Investor Day da Prosus, realizado recentemente, mas já se reflete nas ações de crescimento por meio de aquisições de peso. A holding está demonstrando disposição para investir de forma agressiva em seu futuro.
Um exemplo dessa abordagem foi a compra da Just Eat Takeaway, sediada em Amsterdã, por 4,1 bilhões de euros, em fevereiro deste ano. Com essa transação, a Prosus se tornou a quarta maior empresa de delivery do mundo.