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Raízen (RAIZ4) divulga prejuízo bilionário e ações tombam na bolsa, mas BTG se mantém otimista; entenda os motivos

Fachada da Raízen (RAIZ4) Ibovespa dividendos

O mercado não reagiu bem ao prejuízo bilionário divulgado pela Raízen (RAIZ4) na noite de ontem (13). Logo na abertura da bolsa nesta quinta-feira (14), a ação RAIZ4 liderava as perdas do Ibovespa, com tombo de 11,67%. 

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A empresa de energia registrou prejuízo líquido de R$ 1,8 bilhão no primeiro trimestre da safra 2025/26, ante um lucro de R$ 1,1 bilhão no mesmo período da safra anterior (2024/25), com impacto da deterioração no desempenho operacional do período.

Analistas já esperavam um prejuízo, mas menor, da ordem de R$ 884,7 milhões, de acordo com a média das estimativas reunidas pela LSEG.

O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado da companhia caiu 23,4% nos primeiros três meses da safra 2025/26 em relação à mesma etapa do ano safra anterior, totalizando R$ 1,9 bilhão, abaixo da expectativa média de analistas de R$ 2,16 bilhões, também segundo pesquisa da LSEG.

O que a Raízen diz sobre os resultados?

A Raízen afirmou, em comunicado, que os resultados estão em linha com o plano operacional, apesar de impactos negativos de fatores conjunturais, como condições climáticas adversas no início da safra e perdas de inventário que pressionaram margens no Brasil e na Argentina, além da extensão da manutenção da refinaria de Buenos Aires.

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Na gestão financeira, a empresa substituiu dívidas de curto prazo por linhas de longo prazo mais competitivas, reduziu operações de convênios com fornecedores — o que contribuiu para o aumento do endividamento — e reforçou o caixa. 

As operações de desinvestimento devem simplificar o portfólio e fortalecer a estrutura financeira, segundo a companhia.

Os investimentos seguem dentro do previsto, com foco na segurança operacional, renovação e manutenção de canaviais, expansão da rede de postos Shell e conclusão de projetos de E2G e da refinaria na Argentina.

O que deixou o BTG otimista com a Raízen?

Os analistas do BTG Pactual não se decepcionaram com os resultados, conforme um relatório de hoje intitulado “Não ficar parado”. 

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“O BTG Pactual não esperava que os resultados da Raízen fossem impressionantes, devido ao início desafiador da safra de cana-de-açúcar e às paradas de manutenção na refinaria na Argentina, o que já indicava menor rentabilidade”, escreveu o banco. 

Ou seja, na visão do BTG, a Raízen está fazendo o dever de casa para ajustar as operações, fora que o banco não estava lá com expectativas muito elevadas.

O banco destaca que o Ebitda de R$ 1,9 bilhão veio 18% menor que o do ano anterior, mas 6% acima das expectativas do BTG e com “melhor qualidade”.

Entre os aspectos positivos, os analistas destacaram uma melhor gestão de risco na área de trading, uma redução de 19% nas despesas gerais e administrativas e a contínua otimização do portfólio de usinas de cana.

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Na distribuição de combustíveis, o banco ficou com uma “boa impressão” graças à combinação de forte queda na margem com tendências positivas de participação de mercado. Sobre a parada para manutenção na refinaria da Argentina, o BTG avalia como um “evento pontual”.

E o BTG diz o que falta para melhorar ainda mais o cenário para a companhia: “acelerar o processo de desalavancagem”. 

“Ajustar o capex, reduzir a operação de comercialização e desinvestir em ativos não essenciais são medidas positivas, mas não devem ser suficientes. Portanto, acolhemos com satisfação a mensagem contida no comunicado que afirma: ‘A empresa continua avaliando proativamente, em conjunto com seus acionistas controladores, a possibilidade de um potencial aumento de capital”, escreveram os analistas.

O que fazer com as ações?

No acumulado do ano, a ação RAIZ4 já despencou mais de 50%. 

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Ainda assim, de nove recomendações de bancos e casas de análise, seis são de compra (incluindo BTG Pactual e XP) e três de manutenção do papel.

O preço-alvo é de R$ 2,40 para XP e R$ 3 para o BTG.

* Com informações de Money Times

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