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Prejuízo da CVC (CVCB3) dobra no 2T25, ação afunda mais de 10% e lidera perdas do Ibovespa

Plano fechado do logo da CVC em fachada de agência

Para uma companhia de turismo, pior que um balanço negativo é apresentar esse resultado em um dia de disparada do dólar. Nesta quarta-feira (13), as ações da CVC (CVCB3) derreteram em meio à divulgação de um prejuízo líquido mais que dobrado em relação ao mesmo período do ano passado e ao avanço da moeda norte-americana, com o tarifaço de Donald Trump começando a pesar.

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Os papéis lideraram as perdas do Ibovespa, com queda de 10,78%, cotadas a R$ 2,07. O principal índice da bolsa brasileira fechou em queda de 0,89%, aos 136.687,32 pontos. 

No balanço do segundo trimestre de 2025 (2T25), publicado na terça-feira (12) após o fechamento dos mercados, a CVC registrou prejuízo líquido de R$ 46,4 milhões, alta de 109,4% em relação às perdas do mesmo período de 2024.

O Ebitda ajustado (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado foi de R$ 92,3 milhões, avanço de 28,3% em um ano. Mesmo com o aumento nas despesas com vendas, a margem subiu de 70,3% para 92,3% na mesma base de comparação.

Apesar da reação negativa do mercado, o BTG Pactual avaliou que os resultados foram “mistos”. O banco manteve a recomendação neutra para as ações, citando incertezas sobre a recuperação e o avanço da concorrência das agências de viagens online (OTAs). O preço-alvo é de R$ 3,00.

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“Mesmo com o crescimento sólido nas reservas e no Ebitda (acima das nossas expectativas), o prejuízo líquido acelerou em termos anuais (uma surpresa negativa para nossas estimativas), impactado principalmente por piores resultados financeiros”, escreveram os analistas Luiz Guanais, Yas Cesquim e Pedro Lima em relatório.

Pelo menos no Brasil e Argentina a CVC vai bem

A equipe do BTG destacou que o balanço da CVC mostrou tendências operacionais “decentes” nas reservas em dois mercados, Brasil e Argentina, além de indícios de melhora na rentabilidade.

Ainda assim, os números consolidados continuam pressionados pelas altas despesas financeiras, “impedindo a CVC de entregar um resultado final positivo”. 

No período, a empresa teve prejuízo financeiro de R$ 74,8 milhões, contra R$ 16,6 milhões no segundo trimestre de 2024. 

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O impacto veio, principalmente, de mais gastos com juros em antecipação de recebíveis e da tributação sobre operações financeiras.

Na Argentina, o imposto sobre débitos e créditos bancários avançou na esteira do crescimento das vendas, elevando diretamente o custo da companhia. 

No Brasil, o aumento da alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) sobre pagamentos a fornecedores estrangeiros acrescentou ainda mais pressão.

Sem cruzeiros no futuro próximo 

No setor marítimo, a perspectiva é de mais dificuldades para a CVC no segundo semestre em relação ao primeiro, devido à falta de oferta de navios de cruzeiros, o que leva a companhia a considerar a contratação de embarcações próprias.

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O presidente-executivo da empresa, Fabio Godinho, explicou que o impacto do segmento marítimo “foi relevante no primeiro semestre e vai ser mais relevante no segundo porque quanto mais se aproxima a temporada de verão mais a participação do marítimo cresce e o impacto vai se aprofundando”.

“E não temos o que fazer porque temos 30% menos de inventário”, afirmou, citando que a MSC “está com dois navios a menos e a Costa está com um a menos”.

“Estamos vendo de voltar a trazer navios próprios para não ficarmos expostos a esse tipo de redução”, acrescentou, mencionando o caso do mercado do Rio de Janeiro, com forte presença de minicruzeiros. “Esse mercado praticamente acabou este ano.”

Guerras e a CVC

Godinho também citou outros fatores que pesaram no primeiro semestre, ligados ao cenário geopolítico internacional. 

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Entre eles, a guerra de Israel na Faixa de Gaza, que gerou cancelamentos de viagens de grupos religiosos, e as incertezas sobre a política imigratória dos Estados Unidos, que afetaram viagens de grupos de intercâmbio.

Mesmo assim, o executivo vê o cenário aéreo mais favorável para a segunda metade do ano do que no primeiro semestre, período em que a Azul intensificou a venda de passagens antecipadas em meio ao processo de recuperação judicial.

*Com informações do Money Times

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