Os investidores brasileiros podem estar prestes a perder uma opção no vasto cardápio de ações da B3. Responsável por grandes redes de fast food no Brasil, como Burger King, Popeyes e Subway, a Zamp (ZAMP3) poderá deixar de vez a bolsa brasileira.
Pelo menos, é o que deseja o maior acionista da companhia, o fundo árabe Mubadala.
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Após quase três anos desde a última tentativa, a discussão sobre uma potencial oferta pública de aquisição de ações (OPA) voltou à mesa do fundo dos Emirados Árabes Unidos.
No último domingo (25), a Mubadala Capital confirmou que avalia a possibilidade de realizar uma OPA para o fechamento de capital da empresa.
Na semana passada, rumores de uma potencial oferta pelas ações da Zamp haviam levado os papéis ZAMP3 às alturas, com um salto de quase 17% no pregão da última sexta-feira (23).
Hoje, porém, o movimento é contrário. A Zamp lidera a lista de maiores quedas da bolsa brasileira nesta segunda-feira (26), com um tombo de 7,80% por volta das 11h20, cotada a R$ 3,31.
Desde o começo do ano, porém, a valorização da Zamp na B3 já ultrapassa os 40%, avaliada hoje em pouco mais de R$ 1,3 bilhão. Ou seja, um valor de mercado cerca de 80% inferior em relação à sua estreia na bolsa.
ZAMP3: Mubadala quer a dona do Burger King fora da B3
Em 2022, o Mubadala chegou a fazer uma oferta pelas ações da Zamp, mas acabou desistindo da operação. Agora, quase três anos depois — e após uma vitória nos planos de tirar a Zamp do Novo Mercado da B3 —, o fundo árabe está de volta na tentativa de assumir o trono da companhia.
Segundo comunicado enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a Mubadala Capital afirmou que ainda não há decisão tomada em relação à realização, de fato, da potencial OPA na Zamp (ZAMP3).
No entanto, caso aconteça, a ideia é abocanhar até a totalidade das ações da dona do Burger King no Brasil atualmente em circulação no mercado.
Com um total de US$ 330 bilhões em ativos sob gestão, o Mubadala é o principal acionista da Zamp (ZAMP3). Hoje, o fundo detém cerca de 71,5% do capital da operadora do Burger King no país.
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Os termos da potencial OPA na Zamp
Na avaliação do fundo árabe, uma faixa de preço de R$ 3,30 a R$ 3,50 por ação estaria em um “preço justo” para a oferta pelas ações da dona do Burger King no Brasil.
Isto é, um prêmio de até 14% em relação às cotações da última quinta-feira, antes dos rumores da OPA tomarem força no mercado na semana passada.
Nessas condições, o Mubadala deveria desembolsar entre R$ 381 milhões e R$ 404 milhões para comprar o restante das ações da Zamp e se tornar, enfim, o único sócio da companhia.
Mas os valores ainda devem ser “apurados oportunamente em laudo de avaliação a ser elaborado por empresa especializada independente”.