Após um primeiro semestre que superou as expectativas, a luz amarela acendeu para o varejo brasileiro, muito em função da desaceleração antecipada dos gastos das famílias — e quem diz isso é o BTG Pactual.
Os dois primeiros trimestres mostraram resultados robustos em diferentes segmentos, com destaque para vestuário e farmacêutico entre abril e junho. Só que agora, o consenso indica um risco de queda, com consumo mais fraco impactando o desempenho das empresas do setor na segunda metade de 2025.
O resultado deve ser sentido no crescimento mais lento da receita, que pode pesar sobre a exposição ao setor.
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Mesmo com cautela, BTG mantém favoritos
Em meio a uma visão mais cautelosa, o BTG destaca que a seletividade prevalece entre as ações de varejo, com investidores concentrando posições em um conjunto restrito de nomes — uma postura mais defensiva.
Entre as preferências do BTG estão nomes como Smart Fit (SMFT3), C&A (CEAB3), Lojas Renner (LREN3) e Vivara (VIVA3).
Para os investidores locais, a Smart Fit e Vivara também continuam sendo escolhas consensuais, apoiadas pela execução consistente, resiliência da categoria e histórico de crescimento estrutural saudável.
Já para os estrangeiros, o interesse é mais amplo, segundo o banco. A Renner também está no radar gringo, junto com a Mercado Livre (MELI34), e Raia Drogasil (RADL3) atraindo atenção renovada após o 2T25.
Ventos desfavoráveis para o varejo
O cenário para os próximos meses é de cautela diante de ventos macroeconômicos desfavoráveis, de acordo com o BTG. A principal preocupação é que o crescimento das vendas fique abaixo da inflação, sinal de alerta em setores que dependem da alavancagem por volume.
No segmento de alimentos, o banco já observa esse movimento, com vendas avançando em ritmo inferior à inflação, reforçando o ceticismo em relação ao desempenho do setor.
O BTG ressalta que as avaliações do setor sozinhas não são suficientes para impulsionar a exposição. Para que haja valorização adicional nas ações de varejo, o banco aponta dois fatores cruciais:
- Declínio contínuo nas taxas de juros reais de longo prazo;
- Upgrades sustentados nos lucros das empresas.
Mesmo com os resultados do primeiro semestre tendo superado expectativas, o BTG vê espaço limitado para revisões positivas neste momento.
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