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Petrobras (PETR4) não vale a pena? BTG elenca 7 motivos para investir na petroleira e embolsar dividendos e ganho de capital

Fachada da sede da Petrobras (PETR3; PETR4)

Fachada da sede da Petrobras (PETR3; PETR4)

As análises sobre Petrobras (PETR4) nos últimos meses não foram otimistas. Relatórios afirmam que a empresa deve pagar menos dividendos, enfrentar pressão nos preços do petróleo e investir muito dinheiro em novos projetos. 

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Mas há quem discorde. O BTG Pactual, por exemplo, afirma ter uma “visão positiva fora do consenso”. 

Em relatório divulgado na quinta-feira (24), o banco detalha sete argumentos para sua visão mais construtiva sobre a Petrobras para os próximos 12 a 18 meses. São eles: 

      Segundo os analistas do banco, muitos dos tópicos são complementares. O BTG acredita em revisões altistas de lucro nos próximos trimestres. A base para essa projeção é o preço do petróleo acima do estimado pela empresa e pelo mercado, somado à produção acima do guidance.

      Por outro lado, quando o Plano de Negócios da Petrobras para 2025 foi elaborado, a empresa estimou investimentos assumindo que o Brent estaria a US$ 83 o barril. Acontece que a média do ano está em US$ 70 o barril. Com isso, o BTG acredita que esses projetos serão adiados para preservar caixa.

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      “De forma geral, a base de ativos robusta da companhia, sua estrutura de custos competitiva, o dividend yield elevado e o potencial de revisão altista nos lucros reforçam nossa postura contrária ao consenso”, diz o relatório.

      A tese para a Petrobras em sete tópicos

      1. Preço do petróleo 

      Dentro dessa linha otimista, o BTG tem uma visão “menos negativa” sobre o petróleo Brent do que o mercado.

      Os analistas afirmam que é compreensível o pessimismo diante de indicadores de demanda enfraquecidos, mas acreditam que há um exagero na precificação. O contexto de incerteza geopolítica e os riscos persistentes do lado da oferta são suficientes para sustentar um preço médio, afirma o BTG.

      O banco estima que o mercado está precificando a Petrobras como se o Brent de longo prazo se estabilizasse próximo a US$ 55 o barril. O valor está muito abaixo da premissa da casa, de US$ 65; do preço à vista atual, de US$ 68; e da curva futura, em torno de US$ 67/bbl.

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      “Em nossa visão, isso embute um cenário excessivamente conservador”, diz o relatório.

      Diante desse cenário, para cada variação de US$ 5 no preço do Brent de longo prazo, o BTG estima que o valor das ações da Petrobras aumenta em aproximadamente R$ 6 por papel.

      1. Capex adiado 

      O Plano de Negócios da Petrobras que vai até 2029 projeta um fluxo de caixa operacional (FCO) com o preço do Brent a US$ 83 o barril em 2025. O preço diminui aos poucos até US$ 68 o barril, em 2029.

      Acontece que essa projeção está longe do preço à vista atual, em torno de US$ 68 o barril, “criando, assim, um descompasso entre as estimativas de FCO e o capex projetado”.

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      Para não prejudicar o fluxo de caixa, os analistas acreditam que a Petrobras revisará alguns projetos, possivelmente postergando-os para anos à frente. Já circulam rumores de que os projetos Sergipe Águas Profundas I e II sejam adiados diante dos preços atuais do petróleo, o que reforça a visão do banco.

      1. Produção acima do guidance 

      O guidance oficial da Petrobras projeta uma produção de 2,3 milhões de barris por dia (mbd) em 2025 e 2,4 mbd em 2026. Porém, o BTG acredita que a companhia está no caminho para superar esses números.

      “Estimamos que a produção da Petrobras deve se aproximar de 2,5 mbd até julho de 2025, o que pode elevar a capacidade de produção e estabelecer uma base mais alta para 2026”, diz o relatório.

      Projetos estratégicos da petroleira sustentam esse aumento de produção ao longo dos próximos meses. Alguns estão em operação, enquanto outros estão em fase avançada de comissionamento.

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      “À medida que o mercado começar a precificar essa produção mais elevada, esperamos uma reprecificação dos lucros da Petrobras”, afirmam os analistas.

      1. Sem fusão ou aquisição no radar 

      Há expectativa de que a Petrobras anuncie iniciativas relacionadas à transição energética no segundo semestre de 2025. Entretanto, as parcerias devem ocorrer por meio de participações minoritárias, em players já estabelecidos.

      O BTG considera “improvável” uma possível aquisição da Vibra (VBBR3) ou uma retomada ao setor de gás natural em 2025.

      “Não esperamos que a Petrobras realize qualquer operação de fusão ou aquisição de grande escala ou transformacional no curto prazo”, diz o relatório.

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      1. Preço de combustíveis racional e estável 

      Apesar das tensões no comércio global e de algum ruído político internamente, a Petrobras tem conseguido manter uma política de preços avaliada como racional e disciplinada pelo banco. Tanto que o relatório afirma não ver riscos de “mudanças relevantes no curto a médio prazo”.

      Riscos externos — como tarifas retaliatórias envolvendo os EUA — podem afetar os custos de importação e exigir adaptações na cadeia de suprimentos. No entanto, a Petrobras está relativamente protegida, afirma o BTG.

      No primeiro trimestre do ano, apenas 4% das exportações de petróleo foram para os EUA. “As exportações de combustíveis para os EUA representaram cerca de 77 mil barris por dia (37%), mas acreditamos que esse volume pode ser redirecionado.” 

      1. Dividendos da Petrobras ainda são atrativos 

      O rendimento com dividendos da Petrobras não está mais na faixa dos 60% como esteve no passado recente. Entretanto, o BTG considera os 10% a 12% previstos para este ano como “altamente atrativos”.

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      “Embora a probabilidade de dividendos extraordinários tenha diminuído no atual ambiente de preços do petróleo, a ação ainda oferece uma combinação interessante de retorno via dividendos, momentum operacional e potencial de valorização”, diz o relatório.

      Além disso, caso o Brent caia ainda mais, os analistas veem a possibilidade de a Petrobras alavancar seu balanço para manter o pagamento de dividendos ordinários.

      1. Possível rali das ações nas eleições 2026 

      Falta mais de um ano para as eleições presidenciais de 2026, mas o mercado é emocionado e já começa a precificar suas projeções antes disso.

      Em um cenário mais construtivo, com um candidato pró-mercado à frente nas pesquisas, a expectativa é de redução do risco-país e melhora do custo de capital próprio da empresa. Nesta projeção, deve haver reprecificação dos múltiplos da Petrobras.

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      “Como referência, Ecopetrol e YPF são negociadas a 4,3 vezes o valor de mercado sobre Ebitda (EV/EBITDA) para 2025. Caso a Petrobras convergisse para níveis de valuation semelhantes, isso implicaria um potencial de valorização de aproximadamente 45% em relação aos preços atuais das ações”, diz o relatório.

      Recomendação para PETR4

      Está claro que o BTG tem recomendação de compra para as ações da Petrobras. O preço-alvo estabelecido é de R$ 44, equivalente a um potencial de valorização de 37,5% frente aos atuais R$ 32. 

      Em relação ao rendimento com dividendos, a projeção é de 11,2% em 2025 e de 12,8% para 2026.

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