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Oncoclínicas (ONCO3) traça planos para restaurar caixa e sair da crise financeira. Mercado vai dar novo voto de confiança?

Fachada da Oncoclínicas (ONCO3).

Fachada da Oncoclínicas (ONCO3).

Em dificuldades financeiras, a Oncoclínicas (ONCO3) decidiu dar um norte ao mercado sobre seu futuro. A rede de clínicas oncológicas divulgou prévias e projeções financeiras para os próximos trimestres e os anos de 2026 e 2027.

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O plano depende do sucesso das iniciativas de desinvestimentos e renegociações para reduzir o endividamento e a recuperar geração de caixa. Além dos números, a companhia anunciou o distrato de um contrato de locação que pode trazer uma economia de até R$ 300 milhões.

Novo guidance da Oncoclínicas

Em linhas gerais, a Oncoclínicas espera alcançar uma receita líquida de R$ 6,98 bilhões em 2027. O valor representa um crescimento de 11% em relação à projeção de R$ 6,29 bilhões para 2026.

O lucro bruto também deve avançar, passando de R$ 2,1 bilhões em 2026 para R$ 2,34 bilhões em 2027. A margem bruta, que mede a eficiência operacional, deve passar de 32,9% no terceiro trimestre de 2025 para 33,5% em 2027, ainda de acordo com as projeções.

Já o Ebitda ex-PILP (excluindo plano de incentivo de longo prazo) deve chegar a R$ 1,255 bilhão em 2027, com a margem do lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização subindo de 15,4% para 18%.

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Redução de dívidas e geração de caixa

A Oncoclínicas também projeta uma melhora significativa na conversão de Ebitda em fluxo de caixa operacional (FCO), passando de 50% no 4T25 para 60% em 2027.

Os investimentos (capex) serão de R$ 80 milhões por ano em 2026 e 2027.

Por fim, a dívida líquida estimada para o final do terceiro trimestre de 2025 é de R$ 3,9 bilhões, incluindo aquisições a pagar (excluindo earn-outs). A empresa não divulgou estimativas para a dívida nos períodos seguintes.

As condições para os planos da Oncoclínicas

As estimativas para os resultados da Oncoclínicas (ONCO3) consideram uma série de premissas, como a venda de ativos.

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Negócios ainda não concluídos como a venda dos hospitais HMM (Hospital de Oncologia do Méier), UMC (Complexo Hospitalar Uberlândia) e HVS (Hospital Vila da Serra) devem continuar impactando negativamente os resultados do terceiro e do quarto trimestre de 2025.

Além da venda do HVS, a Oncoclínicas pretende rescindir ou renegociar contratos built to suit referentes a três cancer centers (São Paulo, Belo Horizonte e Goiânia).

A empresa quer ainda reestruturar o acordo de investimento para a joint venture na Arábia Saudita, de modo a evitar novos aportes pela companhia. Assim, a companhia decidiu não divulgar mais projeções financeiras dessa operação.

Oncoclínicas (ONCO3): economia de R$ 300 milhões

Além das projeções, a Oncoclínicas anunciou o distrato de um contrato de locação built to suit (BTS) para um complexo hospitalar oncológico em São Paulo. A empresa havia assinado o contrato em outubro de 2023.

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Pelo acordo com a Vergueiro I Participações S.A., afiliada da Cedro Participações, os valores previamente pagos pela Oncoclínicas serão compensados com a multa contratual, o que — segundo a companhia — não gerará desembolso adicional de caixa.

A decisão libera ainda a empresa de um compromisso de investimento estimado em cerca de R$ 300 milhões, de acordo com a companhia.

Vai dar certo? Mercado ainda tem dúvidas

Além do plano de venda de ativos e desinvestimentos, a Oncoclínicas prepara um aumento de capital para reequilibrar o balanço. Nesse contexto, o mercado segue com o pé atrás com a companhia, que recentemente foi alvo de uma tentativa de reestruturação pela Starboard.

“O plano de alienação de ativos é uma medida de curto prazo e não aborda questões estruturais relacionadas com a governança nem altera o posicionamento competitivo da empresa no mercado”, escreveu o JP Morgan.

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Os analistas do banco norte-americano têm recomendação “underweight” (equivalente à venda) para as ações da Oncoclínicas (ONCO3). A empresa vale hoje R$ 2,25 bilhões na B3.

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