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O que faz as ações da Braskem (BRKM5) dispararem no Ibovespa hoje — e por que você talvez não deveria se animar tanto assim

Vista da então nova unidade da Braskem Petroquímica, em Paulínia, São Paulo. Petrobras (PETR3 e PETR4) e Novonor são as principais acionistas da Braskem (BRKM5) | Dividendos

As ações da Braskem (BRKM5) despontam na ponta positiva do Ibovespa na tarde desta sexta-feira (8). Por volta das 15h20, os papéis da petroquímica subiam 8,46% e lideravam as altas do principal índice da bolsa, cotados a R$ 9,10.

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O motivo? A confirmação de negociações com a Unipar para potenciais vendas de ativos ou participações societárias.

“Potenciais transações de compra e venda de ativos fazem parte das atividades da companhia, sendo sempre incertas suas materializações”, escreveu a petroquímica, em fato relevante enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM). 

Segundo a empresa, porém, ainda não foi assinado nenhum acordo, vinculante ou não, com a Unipar, exceto por um acordo de confidencialidade. 

A discussão sobre uma potencial venda de ativos acontece em um momento de forte pressão sobre as finanças da Braskem (BRKM5).

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Há trimestres, a petroquímica trava uma verdadeira luta para estancar a queima de caixa e reduzir a alavancagem dos negócios. Mas, diante de um cenário negativo para os spreads petroquímicos, a situação não está fácil.

Entre abril e junho deste ano, a empresa apresentou um aumento substancial da alavancagem. A relação entre a dívida líquida ajustada sobre o Ebitda recorrente subiu para 10,6 vezes no 2T25, um aumento de 33% em relação ao 1T25 e de 56% em relação ao 2T24. 

A companhia também queimou caixa no período, com um consumo de cerca de R$ 1,4 bilhão entre abril e junho, contra uma cifra negativa de R$ 2,7 bilhões no primeiro trimestre e de R$ 74 milhões no mesmo intervalo de 2024. 

O que está em negociação com a Unipar?

De acordo com a Braskem (BRKM5), até então, não há definição sobre os ativos que poderão fazer parte de uma potencial transação com a Unipar.

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Porém, de acordo com o colunista Lauro Jardim, d’O Globo, a negociação envolve três fábricas de polipropileno: no Texas, na Pensilvânia e em West Virginia, nos EUA. 

A potencial transação envolveria algo próximo de US$ 1 bilhão, segundo a publicação.

Ontem, o CEO da Braskem, Roberto Ramos, afirmou que o resultado dos EUA no primeiro semestre foi “atípico” e que as negociações envolvem um patamar de valor diferenciado. 

“Essas plantas já deram US$ 1 bilhão de frutos de caixa anualmente. Eu vi a notícia desse jornalista, que é extremamente bem informado sobre a Braskem, mas US$ 1 bilhão pelas plantas de pátria propriedade nos EUA, a gente já tinha todo o ano. Então, estamos falando de outro nível de valor”, afirmou. 

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No segundo trimestre, o segmento “Estados Unidos e Europa” teve um Ebitda — indicador usado para mensurar a geração potencial de caixa operacional — recorrente negativo em US$ 8 milhões. Já a receita líquida somou US$ 739 milhões, uma redução de 24% na comparação anual.

A Braskem afirmou que qualquer potencial transação estará sujeita à aprovação pelos órgãos de governança competentes.

“A companhia permanece comprometida com a execução das iniciativas previstas em seu Programa de Resiliência e Transformação para superar os desafios estruturais da indústria petroquímica global e que, neste contexto, tem avaliado diferentes iniciativas operacionais e estratégicas voltadas à criação de valor, com foco na maximização do seu Ebitda e geração de caixa”, escreveu a companhia nesta sexta-feira. 

É hora de se animar com a Braskem (BRKM5)? 

Embora as ações da Braskem (BRKM5) operem em forte alta hoje, nem tudo são flores para a petroquímica, especialmente diante dos desafios operacionais e de mercado. 

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Nesta semana, a empresa entregou mais um resultado trimestral abaixo das expectativas, que já eram baixas, com direito à piora na alavancagem, queima de caixa e prejuízo.

Apesar da performance fraca no 2T25, o Citi manteve recomendação de compra, com avaliação de alto risco, argumentando que o baixo valuation da Braskem e as expectativas de melhorias operacionais nos próximos trimestres sustentam a tese de investimento.

Para o BTG Pactual, o balanço não trouxe margem para alívio para a Braskem (BRKM5). “Este trimestre reflete o estado atual da empresa, dependente de spreads que não mostram sinais de melhora, pelo menos não na intensidade que a Braskem precisa.”

“Na ausência de catalisadores de curto prazo e com as responsabilidades em Alagoas ainda não resolvidas, mantemos nossa recomendação neutra”, avaliou o banco.

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O mercado ainda não se convenceu de que há uma janela de oportunidade nas ações da Braskem hoje, aliás. De acordo com a plataforma TradeMap, de oito recomendações, sete são neutras e uma, de venda.

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