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O problema na Auren (AURE3) que levou o JP Morgan a projetar alta de 30%, mas seguir neutro na ação

Ventos do Piaui I, da Auren (AURE3).

Ventos do Piaui I, da Auren (AURE3).

A Auren (AURE3) pode até ter chamado a atenção do JP Morgan, que elevou o preço-alvo das ações de R$ 11,50 para R$ 13,60 — um potencial de alta de mais de 30% em relação ao fechamento da última segunda-feira (6) —, mas isso não significa que seja a hora de comprar os papéis, na visão do banco. 

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A recomendação para AURE3 segue neutra por um motivo: o endividamento acima de cinco vezes Dívida Líquida sobre Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização), limitando a distribuição de dividendos nos próximos anos.

Mesmo assim, há lados positivos para onde olhar.

Por que o JP Morgan elevou o preço-alvo das ações?

Na visão do banco, os pontos positivos de longo prazo da companhia são equilibrados pelos riscos de curto prazo. No horizonte mais próximo, o time de análise reduziu suas estimativas de Ebitda para 2025 e 2026 em 10% a 15%, refletindo um desempenho mais fraco da geração renovável e maior restrição de despacho.

Já no longo prazo, o banco projeta preços de energia mais altos, em R$ 180/MWh, elevando o valor presente líquido da empresa em 19%. 

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O banco ressalta que a avaliação da Auren (AURE3) envolve cenários amplos e incertos, já que depende de fatores fora do controle da empresa. Do preço-alvo de R$ 13,60, metade do potencial de valorização está atrelada a recebíveis regulatórios, cujo pagamento carece de visibilidade, tornando essa parcela mais arriscada e imprevisível.

A outra metade do potencial de alta depende da expectativa de valorização nos preços de energia. No entanto, esse movimento só deve impactar de forma mais relevante os resultados da companhia a partir de 2028, quando contratos em vigor forem renegociados. Assim, o JP Morgan alerta que a tese de investimento está ligada a variáveis externas e de longo prazo.

No cenário otimista, a Auren poderia chegar a R$ 22,20 por ação em 2026, impulsionada por preços de energia mais altos, restrição de despacho reduzida e modulação positiva dos ativos hidrelétricos. Já o cenário pessimista projeta queda para R$ 5,60, considerando preços de energia mais baixos, maior restrição de despacho e Ebitda nulo na comercialização de energia.

Os analistas do JP Morgan destacam que a Auren se tornou a terceira maior geradora privada 100% renovável do país com a aquisição da AES Brasil, concluída em outubro de 2024. “O portfólio da empresa será relativamente bem contratado, com receitas indexadas à inflação e baixo risco de reprecificação contratual no curto prazo”, afirmam.

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