A Meta anunciou nesta semana o Vibes, um novo feed de vídeos curtos dentro do aplicativo Meta AI e também acessível pela plataforma meta.ai.
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A promessa é transformar qualquer ideia em conteúdo pronto para compartilhar. No entanto, a recepção foi um coro de críticas com frases como “ninguém quer isso”.
O que é o Vibes
Na prática, o Vibes funciona como um hub de vídeos gerados por inteligência artificial. O usuário pode:
- criar do zero a partir de comandos;
- remixar vídeos já publicados;
- adicionar música, mudar estilo visual ou inserir elementos;
- compartilhar direto no feed ou em outros canais, como Stories e Reels no Instagram e Facebook.
Ainda que o Meta AI permita compartilhar as criações do Vibes no Facebook e no Instagram, o feed opera de forma independente dos Reels.
Assim, um vídeo gerado por IA no app pode aparecer nas outras redes sociais da Meta, mas não o contrário.
Segundo a Meta, o feed vai ficando mais personalizado com o tempo. A ideia é simplificar processos que antes dependiam de softwares de edição complexos. Basta um toque ou comando para transformar um clipe inteiro.
Mark Zuckerberg apresentou o recurso no Instagram, exibindo exemplos que vão de criaturas peludas saltando de cubos a uma egípcia antiga tirando selfie.
Parcerias e estratégia da Meta AI
Na versão inicial, a Meta fez parceria com a Midjourney e a Black Forest Labs, enquanto “continua desenvolvendo seus próprios modelos”, segundo Alexandr Wang, que lidera a área de IA na companhia.
O Meta AI segue também como centro de gerenciamento dos óculos inteligentes Ray-Ban Meta. A empresa afirma que o Vibes é apenas o primeiro passo e que já trabalha em ferramentas e modelos mais avançados.
O novo recurso será incorporado ao aplicativo Meta AI (disponível apenas em mercados selecionados) e ao site meta.ai.
A estreia acontece em um momento estratégico: a Meta reorganizou suas equipes de IA sob o nome Superintelligence Labs após perdas de funcionários e críticas ao desempenho do LLaMA 4.
Com US$ 165 bilhões de faturamento no ano passado, a companhia quer transformar o investimento em IA em novas receitas — de ferramentas publicitárias que geram imagem-para-vídeo aos óculos com IA embarcada.
A vibe do Vibes: negativa
O problema é que a plateia não aplaudiu. Nos comentários da publicação de Zuckerberg, muitos rejeitaram a ideia.
Entre os mais curtidos: “ninguém quer isso” e “o cara está postando porcaria de IA no próprio aplicativo”.
As críticas expõem uma contradição recente: no início do ano, a própria Meta havia pedido a criadores que apostassem em “narrativas autênticas” em vez de conteúdos artificiais.
Agora, a empresa coloca à disposição um feed inteiro de IA no centro do aplicativo.
O Vibes chega em um terreno ocupado por TikTok e Instagram Reels, mas com uma virada: o conteúdo é todo artificial.
A Meta, dona de Facebook, Instagram e WhatsApp, tenta reter usuários por mais tempo dentro de seu ecossistema.
Resta saber se o público vai comprar a ideia.