O Assaí (ASAI3) está em queda forte na bolsa após ser rebaixado pelo JP Morgan. O preço-alvo da ação caiu de R$ 11,50 para R$ 8,47 para o final do ano que vem, e a recomendação foi ajustada de neutra para underweight, ou venda.
Às 14h40, as ações estavam em queda de 6,50%, para R$ 7,92, a maior baixa do Ibovespa.
Um dos motivos está no bolso do consumidor, ou melhor, no carrinho de supermercado. Os consumidores estão preferindo comprar as marcas mais baratas e mesmo as promoções não levam a um aumento de compras como o esperado. O trade-down, ou a troca por marcas mais em conta, tem impacto de 3% a 4% nas vendas.
O JP Morgan acredita que a rede de atacarejo terá um cenário mais difícil para o crescimento das receitas no final deste ano e início do próximo.
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Mais que isso: as vendas podem cair. Segundo relatório, há risco de queda nas vendas se consideradas as lojas abertas há mais de um ano (SSS) no primeiro semestre do ano que vem, limitando ganhos nas margens mesmo com iniciativas para aumentar a eficiência das lojas.
"Nós estamos vendo uma deterioração constante nas tendências de venda para varejistas de alimentos nos últimos meses", escreveu o banco em relatório.
Comprar comida está mais caro, e consumidores estão mais endividados. Com a inflação de alimentos, que foi de 70% entre 2019 e agosto de 2025, consumidores compram menos, afetando os volumes. Além disso, a dívida come 28% da renda mensal das famílias, diz o banco.
A inflação de alimentos deve cair de 7% em agosto para 5% entre outubro e novembro, em linha com o aumento de preços geral. Essa desaceleração já esperada também afeta as receitas, especialmente em um momento em que todo o setor está enfrentando dificuldades para aumentar os volumes de venda.
Já do ponto de vista positivo, o Assaí deve diminuir o seu endividamento, embora em ritmo mais lento que o esperado.
Para 2026, o JP Morgan reduziu as expectativas de vendas em 7%, Ebitda em 9% e lucro por ação (EPS) em 34%, para R$ 0,68.
