Nos últimos dias, a Natura (NATU3) animou o mercado ao dar passos largos no avanço da estratégia de simplificação — e tem tudo para repetir a dose de entusiasmo hoje. Isso porque a companhia acaba de anunciar a tão esperada venda da Avon Internacional.
A empresa fechou na última quarta-feira (17) um acordo vinculante para vender a subsidiária integral Natura &Co UK Holdings Limited, a holding dos negócios da Avon International, para um veículo de aquisição afiliado à Regent.
Nos termos do negócio, a Natura receberá um pagamento simbólico no fechamento da operação: um depósito no valor nominal de uma libra esterlina. Mas esse valor poderá aumentar, a depender do desempenho futuro da companhia.
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“A venda da Avon International é outro marco importante no compromisso da Natura de otimizar suas operações seguindo com foco nos negócios na América Latina”, escreveu a empresa, em comunicado ao mercado.
Vale destacar que a venda da Avon International não inclui o mercado russo da Avon, nem a marca e as operações da Avon para a região da América Latina.
As ações da Natura (NATU3) iniciaram o pregão desta quinta-feira (18) em forte alta. Logo na abertura, os papéis saltavam 12,29%, cotados a R$ 9,96.
Os detalhes da venda da Avon International
Embora o acordo tenha sido fechado pela pechincha de uma libra, depois da conclusão da transação, a empresa ainda poderá receber earn-outs e pagamentos contingentes em determinadas condições. Essa cifra total está limitada a 60 milhões de libras.
Os earn-outs terão como base resultados futuros, e os pagamentos contingentes serão pagos em determinados eventos de liquidez.
Como parte da transação, a Natura também concordou em capitalizar a maior parte dos recebíveis de empréstimos detidos contra a Avon International antes do fechamento da venda.
Já o restante será transferido à Regent sem contraprestação após o cumprimento das condições combinadas em contrato, depois da conclusão da operação.
A Natura ainda se comprometeu a fornecer uma linha de crédito garantida à Avon International de até US$ 25 milhões, com vencimento em cinco anos após a primeira utilização.
Segundo a empresa, a linha de crédito pode ser sacada em até um ano após o fechamento da transação.
Vale destacar que o fechamento da venda da Avon International ainda está sujeito a condições precedentes, incluindo aprovações regulatórias. A expectativa é que o sinal verde saia durante o primeiro trimestre de 2026.
Natura (NATU3) em busca da otimização das operações
O avanço na simplificação das operações da Natura (NATU3) era altamente esperado pelo mercado — e a nova transação representa um passo importante para a empresa, que tinha direcionado esforços para a venda da Avon International e da Avon América Central e República Dominicana (CARD).
No segundo trimestre de 2025, a Avon International pesou no balanço da Natura, com analistas classificando a venda do ativo como um dos desafios para a empresa de cosméticos.
Em relatório publicado na época do balanço, em meados de agosto, o BTG Pactual afirmou que a potencial venda da Avon International seria um gatilho relevante para as ações NATU3. Os papéis acumulam desvalorização da ordem de 20% em 2025.
Há apenas alguns dias, a Natura também assinou um acordo vinculante para a venda das operações da Avon na América Central.
A Natura afirmou hoje que continua explorando alternativas estratégicas para o mercado russo da marca.
*Com informações do Money Times.