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Michael Klein volta atrás em pedido de assembleia e desiste de assumir a presidência do conselho da Casas Bahia (BHIA3)

Michael Klein, presidente do conselho da Via Varejo, em café da manhã com jornalistas

O filho do fundador da Casas Bahia (BHIA3) não quer mais sentar na principal cadeira do conselho de administração da varejista

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Michael Klein enviou um comunicado à companhia suspendendo o pedido de convocação de assembleia geral de acionistas (AGE), na qual seria discutida a volta do empresário como presidente do conselho (chairman).

Klein deixou o conselho em 2020, quando a Casas Bahia ainda operava sob o nome Via Varejo. Na época, ele foi substituído pelo filho Raphael Klein na presidência do colegiado.

Além de propor o seu retorno ao cargo, o empresário também havia colocado em discussão a eleição de Luiz Carlos Nannini como membro independente do conselho. Nannini hoje atua como membro de comitês de auditoria de empresas como Santander, Grupo Aegea, Eucatex e Grupo Fleury.

Com a suspensão do pedido, a varejista informou que a assembleia, que seria realizada em 30 de abril, “perdeu o objeto” da reunião e, por isso, está cancelada.

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O motivo da desistência de Michael Klein

O empresário vinha preparando o terreno para voltar à presidência do conselho. Na última quarta-feira (2), Klein ampliou a posição acionária na Casas Bahia, passando a deter aproximadamente 10,42% em ações. 

Segundo comunicado enviado, o aumento tinha como objetivo viabilizar o envolvimento de Klein na gestão da companhia, “especialmente por meio da eleição de candidatos por ele indicados (incluindo a si próprio) a membros do conselho de administração”.

Além disso, segundo apuração do veículo Money Times, não havia resistência sobre o retorno do empresário para o alto escalão e nem uma preocupação de mudanças bruscas.

Porém, Michael Klein decidiu esperar para ver os próximos passos do conselho de administração.

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Segundo documento enviado à CVM, o empresário decidiu dar “um voto de confiança, por mais um período, aos esforços que vêm sendo envidados, em especial pela diretoria, em relação à situação financeira da companhia”.

Ainda de acordo com o comunicado, a desistência veio após “interações com stakeholders nos últimos dias”.

Ainda assim, afirmou que, como acionista de referência, vai seguir cobrando a retomada da rota de crescimento da Casas Bahia, “tendo como foco a reconquista da confiança de clientes e investidores, em um mercado dominado por gigantes digitais”, disse.

A rota da Casas Bahia

A explosão do e-commerce durante a pandemia de covid-19 levou a  empresa a um lucro de R$ 1 bilhão. No entanto, depois de 2020, o agravamento da situação das Casas Bahia foi notório.

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Com uma sequência de prejuízos, uma das explicações para o desempenho da companhia foi a deterioração do cenário macroeconômico —  a Selic subiu de 2% em 2021 para 13,75% em 2022.

Com a taxa de juros em patamar restritivo, o endividamento das famílias disparou e as despesas financeiras da varejista aumentaram. 

Mas não foi só a conjuntura macro que atrapalhou a Casas Bahia. A empresa investiu muito no marketplace, uma aposta que acabou não dando certo e queimou caixa.

Vale lembrar que, em abril de 2024, a companhia entrou com pedido de recuperação extrajudicial com uma dívida de R$ 4,1 bilhões.

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Em busca da rentabilidade perdida, a varejista atualmente comandada por Renato Franklin decidiu “voltar às origens”. Assim, reduziu o escopo de apostas em produtos, cortou custos e despesas e focou naquilo que de fato “dá dinheiro”.
Em entrevista ao Seu Dinheiro, o CEO revelou que o objetivo da Casas Bahia é se posicionar como o primeiro especialista. Assim, a companhia vem optando por fortalecer os pontos fortes, o que inclui ampliar o foco nas categorias core.

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