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Fim da linha para o Pão de Açúcar? JP Morgan recomenda a venda das ações e PCAR3 lidera perdas do Ibovespa — saiba o que comprar agora

Fachada da sede do Grupo Pão de Açúcar

Fachada da sede do Grupo Pão de Açúcar.

Que as coisas andam caras no supermercado, todo mundo sabe. Mas nesta terça-feira (18), o motivo para o JP Morgan recomendar que o investidor esvazie o carrinho das ações do Pão de Açúcar (PCAR3) é outro: a pressão na geração de caixa devido aos juros altos e às alternativas limitadas para acelerar a desalavancagem.

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Negociando a cerca de 5,5 vezes o valor da firma sobre o ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) estimado para 2025, o banco reiterou a visão negativa para o Pão de Açúcar

Com isso, o JP Morgan colocou a indicação neutra para as ações na prateleira e passou a recomendar a venda dos papéis da companhia — o suficiente para derrubar PCAR3 hoje na B3. 

Por volta de 13h20, as ações lideravam as maiores baixas do Ibovespa, com queda de 6,37%, cotadas a R$ 2,94. No ano, no entanto, os ativos acumulam ganho de 15,3% e, no mês, de 9,3%. 

No mesmo horário, o principal índice da bolsa brasileira subia 0,40%, aos 129.064,62 pontos. 

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Para o JPMorgan, a geração de caixa e o endividamento — com um índice de 3,2 vezes em 2025 — ainda preocupam mesmo com a racionalização da presença do Pão de Açúcar no norte e no nordeste, regiões com poucas sinergias com a operação central em São Paulo.

Além disso, o banco diz que não há fundamentos suficientes para acreditar que uma possível fusão com o Dia melhoraria significativamente as operações ou balanço patrimonial do GPA. 

“Por outro lado, ainda é cedo, e não vemos ativos significativos que possam ser vendidos rapidamente para melhorar o endividamento de forma substancial”, diz a equipe de analistas do JP Morgan em relatório. 

Se é para vender as ações do Pão de Açúcar, qual comprar?

Se assim como no supermercado, você fica indeciso sobre qual produto levar, considerando o custo versus o benefício, no caso das ações, o JP Morgan diz qual papel colocar no carrinho neste momento.

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De maneira geral, o banco tem uma postura cautelosa com relação às apostas no setor, mesmo que as ações tenham registrado forte desempenho desde o início do ano, subindo entre 15% e 38% contra um avanço de 7% do Ibovespa.

“Ainda assim, não vemos o desempenho das ações motivado por melhorias nos fundamentos do curto prazo, mas principalmente por um abrandamento da curva de juros e pelo fato de que a maioria dos participantes tem alta alavancagem”, diz o JP Morgan.

O banco lembra ainda que inflação dos alimentos tem desacelerado na margem e prevê que atinja cerca 6,5% até meados do ano, potencialmente tirando alguns ventos favoráveis para as vendas mesmas lojas (SSS) — uma métrica importante para o varejo — e a alavancagem operacional.

Diante desse cenário, o JP Morgan reiterou o Grupo Mateus (GMAT3) como top pick (preferência) dentre os papéis do setor varejista. 

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Com juros mais elevados, o banco opta por manter exposição às ações GMAT3, que devem continuar mostrando bom desempenho operacional e com um balanço patrimonial não alavancado.

Por volta de 13h20, as ações do Grupo Mateus também operavam em queda (-1,22%), cotadas a R$ 7,25. No ano, os ativos acumulam alta de 13,6% e, no mês, de 16%. 

Pagadoras de dividendos: a Selic alta vai ser um problema?

Carrefour (CRFB3): o que fazer com as ações diante da possível saída da bolsa

No caso do Carrefour, o JP Morgan observa que a provável deslistagem do papel no Novo Mercado pode gerar uma deterioração adicional no ambiente competitivo. 

“Esse contexto reverbera de forma mais negativa para o Assaí, que está focado na desalavancagem e com força comercial limitada”, diz a equipe de analistas do banco. 

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Diante da proposta de fechar o capital do Carrefour Brasil, o banco reafirmou a recomendação neutra para as ações CRFB3 e optou por reduzir o preço-alvo para R$ 7,70 — o que representa um potencial de valorização de 3,6% em relação ao último fechamento.

Por volta de 13h20, as ações do Carrefour Brasil subiam 0,54%, cotadas a R$ 7,47. No ano, os ativos acumulam alta de 37,6% e, no mês, de 20,7%.

Assaí (ASAI3) vai para o carrinho de compras ou não?

O JPMorgan manteve recomendação neutra para as ações do Assaí (ASAI3) e cortou o preço-alvo de R$ 10 para R$ 8,50 para dezembro de 2025. 

Segundo o banco, o foco da empresa na redução da alavancagem não deixa espaço para agressividade comercial para defender participação de mercado, e isso tem se refletido nas tendências de produtividade de área de vendas, que estão abaixo dos pares. 

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A performance do Assaí, segundo o JP Morgan, tem sido impulsionada pela queda na curva de juros e, mais recentemente, pela migração dos investidores do Carrefour (CRFB3). 

Apesar disso, o banco continua vendo um ambiente operacional desafiador para o Assaí, dado que o mercado altamente competitivo pode piorar caso o Carrefour Brasil feche o capital. 

Por fim, o JP Morgan ainda chama atenção para a desaceleração esperada da inflação de alimentos — em relação às expectativas anteriores — que pode dificultar a entrega de expansão de margem do Assaí este ano.

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