A Embraer (EMBR3) volta a ser destaque entre as ações negociadas na B3 nesta sexta-feira (3) com novos dados de entrega no terceiro trimestre (3T25).
Em comunicado ao mercado, a fabricante de aeronaves brasileira informou que entregou 62 aviões entre julho e setembro, sendo 20 jatos comerciais, 41 executivos e uma aeronave de defesa.
O total marca uma alta de 5% em relação ao mesmo período do ano passado, quando 59 aviões foram entregues.
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Em reação, EMBR3 figurou em parte do dia como uma das ações mais negociada na B3.
Por volta de 16h (horário de Brasília), EMBR3, negociada na bolsa brasileira, tinha avanço de 1,74%, a R$ 77,03. Já em NY, ERJ registrava ganho de 1,39%, a US$ 57,57.
Sem surpresas?
Os analistas avaliam que os números da Embraer vieram, em geral, em linha com o esperado pelo mercado e ajudam a amenizar as preocupações dos investidores sobre as entregas.
“Vemos as entregas do 3T25 como neutras para a tese. Em nossa opinião, essas entregas reduzem o risco da orientação da Embraer para 2025 de 77 a 85 jatos comerciais e 145 a 155 jatos executivos”, escreveram os analistas André Ferreira e Wellington Lourenço, da Ágora Investimentos/Bradesco BBI.
Os analistas do BTG Pactual destacaram que o segmento de avião comercial ficou ligeiramente abaixo do esperado — porém, já precificado pelos investidores antes da divulgação dos números.
“Acreditamos que essa performance mais fraca já estava parcialmente precificada, dado que as ações caíram 6% ontem, com desempenho inferior aos pares globais”, afirmaram Lucas Marquiori, Fernanda Recchia, Samuel Alkmin e Marcel Zambello em relatório.
Para a equipe, os números, ainda que abaixo das projeções do banco, representam uma melhora em relação ao trimestre anterior e reforçam a tendência sazonal positiva para o segundo semestre.
“Seguimos confiantes de que a Embraer está no caminho para retomar a marca de 100 aeronaves entregues por ano, apoiada por melhorias na cadeia de suprimentos e ganhos de eficiência interna”, dizem os analistas em relatório.
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O Safra, por sua vez, avalia que a companhia segue “no ritmo certo”, com destaque para o setor Executivo. “A Embraer entregou outro trimestre sólido, mantendo-se no caminho para cumprir sua projeção (guidance) para o ano”.
Já o Itaú BBA afirma que o desempenho geral do mix foi melhor do que o esperado, com mais E175s no segmento comercial e a maior parte do déficit no segmento executivo vindo do Phenom 100, que possui as margens mais baixas na linha executiva.
O que esperar de Embraer agora?
Em geral, os analistas continuam otimistas com a tese de Embraer, sem alterações de recomendações para as ações.
Os analistas do Itaú BBA avaliam que os números reportados ontem (2) não pressionam as entregas do quarto trimestre (4T25), “assumindo um ponto médio da faixa de guidance para os segmentos”.
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Porém, as entregas mais baixas podem representar um risco de queda de aproximadamente 3,5% para as estimativas do banco para a receita para o trimestre, “mas acreditamos que um mix melhorado poderia compensar parcialmente o efeito no Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização)”.
Para cumprir o limite inferior do guidance de 2025, a fabricante precisa entregar 35 jatos comerciais e 48 executivos no quarto trimestre (4T25).
O Safra também afirma que, apesar das pressões contínuas na cadeia de suprimentos, o guidance da companhia é viável, “pois a Embraer entregou o mesmo volume no 4T24 em condições comparáveis”.
Agora, os investidores ficam à espera da conferência anual com investidores, o Embraer Day, a ser realizada no próximo dia 14 em Nova York (Estados Unidos) e da divulgação do relatório de entregas e carteira pedidos firmes do 3T25, previsto para o dia 21 deste mês.
O balanço do 3T25 só será divulgado em 4 de novembro, segundo a companhia.
Confira as recomendações e preço-alvos para EMBR3:
Corretora/Banco | Recomendação | Preço-alvo | Potencial de valorização* |
---|---|---|---|
Ágora Investimentos/Bradesco BBI | Compra | R$ 99,00 | 30,8% |
BTG Pactual | Compra | R$ 104,00 | 37,4% |
Itaú BBA | Compra | US$ 69** | 21,5% |
Safra | Compra | US$ 66,00** | 16,2% |
*potencial de valorização sobre o preço de fechamento da última quinta-feira (2). A ação encerrou cotada a R$ 75,71
**recomendação da ação negociada na Bolsa de Valores de Nova York (Nyse), sob o ticker ERJ. Ação encerrou o dia 3 de outubro cotada a US$ 56,78.