A Embraer (EMBR3) anunciou, nesta quinta-feira (25), a aquisição do primeiro lote de combustível de aviação sustentável (SAF, na sigla em inglês) comercializado pela Vibra (VBBR3).
O objetivo da compra é acelerar os estudos para que as aeronaves da fabricante brasileira possam voar inteiramente com o biocombustível de origem renovável, sem necessidade de mistura com combustíveis fósseis.
O SAF pode substituir diretamente o querosene convencional sem necessidade de alterações nas aeronaves ou na infraestrutura de abastecimento, uma medida prática para reduzir as emissões do setor aéreo.
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A Embraer afirma que, apesar do grande potencial para a produção, o Brasil ainda não conta com o produto em larga escala.
Os estudos da fabricante de aeronaves serão feitos no Brasil. Anteriormente, as pesquisas eram realizadas apenas por meio de laboratórios nos Estados Unidos e na Europa.
O biocombustível que está em teste na Embraer foi importado da Bélgica e está disponível na base localizada no aeroporto Tom Jobim, no Rio de Janeiro.
Embraer e a busca pelo SAF
A partir da primeira aquisição deste lote da Vibra no Brasil, a Embraer está testando a compatibilidade do SAF inteiramente de origem renovável com materiais não metálicos.
O objetivo é observar o comportamento deles quando em contato direto com o biocombustível de maneira persistente, considerando especificidades dos tanques de asa nos jatos comerciais, executivos e militares.
O acesso ao SAF no Brasil garante maior dinamismo na condução dos testes, realizados na sede da Embraer.
A meta da fabricante brasileira é que suas aeronaves possam operar com combustível 100% SAF até 2030, de acordo com o head global de ESG, André Tachard.
Atualmente, todas as aeronaves da Embraer estão aptas a operar com uma mistura de até 50% desse combustível.
O combustível de aviação sustentável tem potencial para reduzir as emissões de carbono na indústria aeroespacial em até 80% em comparação com o tradicional.
Petrobras (PETR4) produz pela primeira vez SAF com óleo vegetal
Não só a Embraer está em busca de avançar com o SAF no Brasil. Neste mês, a Petrobras (PETR4), pela primeira vez na história, produziu combustível de aviação sustentável com óleo vegetal.
Durante o teste na refinaria Henrique Lage (Revap), em São José dos Campos (SP), foi realizada a mistura a partir do processo tradicional de produção do querosene de aviação (QAV).
A Petrobras prevê que a produção comercial de SAF deve ter início “nos próximos meses”.
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Para o gerente geral da Revap, Alexandre Coelho Cavalcanti, a operação na refinaria é “uma abordagem de menor investimento para a produção de combustíveis com conteúdo renovável, pois utiliza os ativos existentes”.
A consolidação da capacidade de produção de SAF por coprocessamento é necessária para a estatal, uma vez que é uma das exigências do setor.
A partir de 2027, as companhias aéreas no Brasil deverão começar a usar, obrigatoriamente, combustível sustentável de aviação, com base na Lei do Combustível do Futuro.
*Com informações do Estadão Conteúdo