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Dasa (DASA3) se desfaz de operações ‘prejudiciais à saúde’ e dispara até 10% na bolsa; o que avaliam os analistas?

Dasa (DASA3)

Dasa (DASA3)

Se a rede de saúde Dasa (DASA3) pudesse ir a uma consulta, a empresa descobriria que teve uma melhora nos resultados dos seus exames. Nesta quarta-feira (1º), as ações da rede operam entre as maiores altas da B3.

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Para garantir esse ganho de vitalidade, a Dasa precisou se desfazer de “práticas prejudiciais à sua saúde": a companhia fechou um contrato de venda de suas operações na Argentina ontem (30). O valor do acordo foi de R$ 704,8 milhões

Por volta de 15h20 (horário de Brasília), DASA3 subia 3,88%, a R$ 1,34. Na máxima intradia, os papéis chegaram a saltar 10,08% (R$ 1,42).

Valores e outros detalhes do acordo

Fazem parte das operações argentinas vendidas:

Do montante total de R$ 704,8 milhões, R$ 700,8 milhões serão pagos à vista.

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Os outros R$ 4 milhões ficarão retidos em formato de holdback por três anos na operação com a Mantris. Esse valor servirá para cobrir potenciais dívidas que foram geradas antes das vendas.

A Dasa revela ainda que o Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) combinado dessas três empresas foi de R$ 118,0 milhões em 2024.

As vendas fazem parte do plano de reestruturação iniciado no ano passado pela rede de saúde. Nele, a companhia decidiu separar os negócios em duas frentes: 

Avaliação dos especialistas

No geral, os analistas do mercado financeiro (que, na consulta da Dasa, seriam os médicos) avaliam as mudanças adotadas como positivas. Eles destacam que as vendas ajudaram na simplificação do portfólio e na redução do nível de endividamento da companhia.

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“A transação reduz riscos no balanço e é claramente positiva tanto para acionistas quanto credores” 

Maria Resende, Samuel Alves e Marcel Zambello, do BTG Pactual. 

Os analistas do BTG apontam também que a Mantris, apesar de lucrativa, “mantinha-se periférica à plataforma integrada da companhia”. Já a Maipú “oferecia sinergias limitadas com os negócios no Brasil” – mas ressaltaram a qualidade dos serviços.

O banco também acredita que o preço do acordo foi fechado com um valor acima do múltiplo, que é calculado pelo valor da empresa sobre o Ebitda. Isso é uma boa notícia para a Dasa, pois a companhia vai ter mais dinheiro para pagar suas dívidas. 

Nas projeções do BTG, a dívida pró-forma deve cair de R$ 6,8 bilhões no segundo trimestre (2T25) para cerca de R$ 6,1 bilhões, reduzindo a alavancagem de 2,6x para 2,4x.

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O valuation também é atrativo para o banco, “com recursos geradores de valor aos acionistas e totalmente positivos para o crédito, já que não havia dívidas atreladas aos ativos vendidos”

Caso seja necessária uma segunda “opinião médica”, é possível considerar a avaliação dos analistas do Safra.

Para eles, a venda mostra disciplina da empresa na otimização do portfólio, destravando valor e acelerando a desalavancagem do balanço patrimonial.

A instituição ressalta que a transação aborda as duas prioridades que mais preocupam os investidores: desalavancagem e foco.

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“No curto prazo, alivia a pressão de financiamento e melhora a flexibilidade financeira. No médio prazo, permite que a gestão mantenha a execução focada diretamente nos negócios principais de maior retorno, onde as melhorias operacionais devem se acumular”

Ricardo Boaiti, Thiago Marmo e Rafael Une, do Safra.

Então… é hora de comprar DASA3? 

Todas essas perspectivas positivas não foram suficientes para os analistas sugerirem compra para as ações da Dasa. A recomendação neutra continua, pois há partes da vida da Dasa que ainda precisam de melhorias para alcançar o bem-estar.

Veja abaixo as recomendações, os preços-alvos e os potenciais de valorização definidos por cada uma das instituições financeiras:

Corretora/BancoRecomendaçãoPreço-alvoPotencial de valorização sobre o preço de fechamento da terça-feira (R$ 1,29)
Investimentos/Bradesco BBINeutraR$ 1,00-22,5%
BTG PactualNeutraR$ 2,50+93,8%
SafraNeutraR$ 1,60+24,0%

O que preocupa Ágora Investimentos/Bradesco BBI e Safra é o risco de execução da companhia. Já o BTG diz que ainda vê a Dasa como uma tese de investimento altamente dependente da execução bem-sucedida de sua estratégia de reestruturação.

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Mas a visão para o futuro é positiva: “Embora o momento de resultados deva permanecer desafiador no curto prazo, dada a estrutura de capital ainda alavancada, a integração com a Amil e a otimização contínua do portfólio (como ilustrado pelo anúncio de hoje) podem gerar valor no longo prazo”, escreveram os analistas Maria Resende, Samuel Alves e Marcel Zambello, do BTG. 

*Com informações do Money Times.

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