Não basta uma ação acumular mais de 80% de valorização no ano. Para os investidores da bolsa, o que importa é mostrar que esse movimento pode ser apenas o começo. É exatamente o que a Cyrela (CYRE3) faz nesta quinta-feira (11), depois de o Bradesco BBI indicar a construtora como a preferida do setor imobiliário e elevar o preço-alvo dos papéis de R$ 36 para R$ 40 em 2026.
O mercado gostou do que ouviu e por volta das 15h40 as ações da companhia eram negociadas a R$ 30,51, em alta de 4,81%, figurando entre as maiores valorizações do Ibovespa em um dia de novos recordes para o índice.
Segundo o relatório, a “CYRE3 foi a ação mais comentada” em reuniões recentes com investidores em São Paulo e no Rio de Janeiro. E para os analistas isso acontece porque a Cyrela se beneficia tanto de cenários de flexibilização macroeconômica — com redução de juros — quanto do otimismo ligado às eleições do ano que vem.
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Os analistas destacam que a construtora tem perfil de alta liquidez e beta elevado, medida que mostra a sensibilidade da ação em relação ao mercado. São características que tendem a se beneficiar nesse cenário.
Cyrela: uma questão de timing
O ponto central de discussão entre investidores, no entanto, é o timing. Parte do mercado já busca antecipar o cenário macroeconômico positivo, enquanto outros preferem cautela diante do risco de desaceleração nas vendas de imóveis de média e alta renda nos próximos seis a 12 meses.
Esse movimento ajuda a explicar o avanço de 29% nas posições vendidas em CYRE3 em agosto. Para os analistas, uma queda mais acentuada nesse segmento não deve se concretizar no curto prazo.
Pelo contrário, a expectativa é de que os números operacionais do terceiro trimestre de 2025 sejam sólidos, sustentados por projetos de peso em São Paulo, como o Epic na Rebouças, e no Rio de Janeiro, com o Península, além do reconhecimento de receitas de lançamentos feitos no primeiro semestre.
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O relatório ressalta também um amortecedor importante, a participação crescente do programa Minha Casa Minha Vida, que já deve responder por 45% do lucro em 2026. Esse avanço reduz a exposição da companhia a uma possível desaceleração no mercado de média e alta renda.
Na avaliação do BBI, a ação oferece uma assimetria atraente. Em um cenário pessimista, o múltiplo P/L, que mede a relação entre preço e lucro por ação, poderia cair até 17%, ainda dentro de margens controladas.
Já em um ambiente mais favorável, com estabilidade nos lançamentos em R$ 11 bilhões de VGV (valor geral de vendas) combinada a uma redução de 2 pontos percentuais no custo de capital próprio para 15%, o múltiplo teria potencial de subir 61%, com dividend yield acima de 7% em 2026.
O cenário base trabalha com um P/L de 6,8 vezes, frente ao atual de 5 vezes, o que sustenta o preço-alvo de R$ 40 por ação.
*Com informações do Money Times