Apesar da reação negativa, a captação bilionária da Cosan (CSAN3) é considerada um passo positivo e estratégico para gerar valor no longo prazo para a holding, na visão do Safra e do UBS BB.
O aporte de R$ 10 bilhões do BTG Pactual e da Perfin reduzirá a dívida da Cosan em 57%, de R$ 17,5 bilhões para R$ 7,5 bilhões. Para ambos os bancos, a injeção de capital trará um "alívio financeiro bem-vindo" para a holding.
Além do benefício financeiro, a operação introduz dois novos acionistas relevantes, que são vistos como parceiros experientes e estratégicos, capazes de contribuir com expertise na gestão e no crescimento futuro da Cosan.
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Contudo, os investidores reagiram negativamente ao anúncio, um ajuste ao preço da oferta anunciada, que foi de R$ 5 por ação, e também a alguns riscos, como a forte diluição prevista para os acionistas. No pregão desta segunda-feira (22), o papel da Cosan tombou 18,13%, a R$ 6,14.
Estratégia da Cosan deve se manter
Para o Safra, a redução quase imediata da dívida e a entrada de novos acionistas estratégicos com a oferta não representam uma mudança na estratégia da companhia.
O banco brasileiro afirma que a Cosan deve continuar buscando diminuir seu nível de alavancagem.
Com isso, o Safra reduziu seu preço-alvo para a Cosan de R$ 15 para R$ 9, mantendo, contudo, a recomendação de outperform (compra).
Já o UBS BB destaca que a proposta tem um desconto elevado e limita a participação de outros investidores a apenas 27,5% da oferta da holding.
O banco suíço projeta um retorno de fluxo de caixa livre ao acionista (FCFE) negativo de 14% nos próximos meses.
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Na última sexta-feira (19), o UBS BB rebaixou a sua recomendação para a Cosan de compra para neutro, após uma desvalorização de 40% no último mês. O preço-alvo foi fixado em R$ 9.
*Com informações do Money Times