O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) deu luz verde nesta sexta-feira (18) para a Prio (PRIO3), concedendo à empresa a licença prévia para a produção no poço de Wahoo — e o Bank of America (BofA) vê a liberação como um gatilho de alta para as ações.
O próximo passo para a petroleira é a emissão da licença de instalação no poço localizado na Bacia de Campos, no Espírito Santo. Para isso, será necessário iniciar a construção e interligação do campo à unidade flutuante de produção, armazenamento e descarga (FPSO) de Frade, localizada no lado fluminense da Bacia.
Após o anúncio, as ações da Prio viraram na bolsa, que inicialmente operava em queda, e passaram a subir 0,96% por volta das 15h25. No fechamento, o papel fechou perto da estabilidade, com leve variação negativa de 0,02%, a R$ 43,29.
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No mês, PRIO3 acumula alta de 2,10%, enquanto no ano avança 7,8%.
Para viabilizar o projeto, a Prio anunciou em março a aprovação de um aumento de capital no valor de R$ 2,8 bilhões, destinado ao financiamento de projetos estratégicos.
A capitalização foi feita por meio de recursos da reserva de lucros estatutária — chamada “Reserva de Investimentos” — e não envolveu a emissão de novas ações.
BofA: Licença é gatilho para valorização da Prio
O BofA destaca que, embora a licença prévia não seja a definitiva, é um forte indicativo de que a liberação final poderá ser emitida em breve.
Para o banco norte-americano, a notícia é positiva, pois demonstra que o Ibama está avançando no processo de licenciamento de Wahoo.
“Ressaltamos que as licenças para Wahoo têm sido a principal preocupação dos investidores na tese de investimento da Prio [...] Após a concessão da licença prévia, prevemos que levará de 30 a 40 dias para a obtenção da licença de instalação e, em seguida, apenas mais alguns meses para a emissão da licença de operação (e final)”, afirmam os analistas.
Notavelmente, o banco observa que, enquanto os investidores locais estão confiantes de que as licenças serão emitidas em algum momento — embora não saibam quando —, os investidores estrangeiros tendem a ser mais céticos quanto à concessão das licenças e preferem ser mais cautelosos.
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O BofA manteve a recomendação de compra para a Prio, com preço-alvo para dezembro em R$ 53,20, um potencial de valorização de 22,8% em relação ao fechamento desta sexta-feira (18).
“Mesmo com premissas mais conservadoras para o petróleo em comparação com o consenso, ainda prevemos um fluxo de caixa forte de 29% e 38% em 2026 e 2027 — assumindo preços do petróleo de US$ 63 o barril e US$ 65 o barril”, acrescentaram.
No curto e médio prazo, o banco aponta alguns catalisadores:
- Concessão das licenças preliminar e final para Wahoo pelo Ibama;
- Aumento da produção de Albacora Leste;
- Conclusão da aquisição de Peregrino.
Quando a produção de Wahoo vai começar?
O momento exato para o início das operações do Wahoo dependerá principalmente da emissão da licença, segundo o banco.
“Não está claro quando a Prio convocará o navio de apoio para realizar o tie-back (a chegada do navio ao Brasil deve levar aproximadamente 45 dias)”, afirmam os analistas.
Recentemente, o CEO da Prio, Roberto Monteiro, comentou que a PRIO planeja usar os navios Amazon e Sapura para o desenvolvimento do campo de Wahoo.
“Espera-se que o Amazon instale o primeiro oleoduto, enquanto o Sapura Genesis provavelmente estará envolvido em um segundo oleoduto.”
*Com informações do Money Times