Banco do Brasil (BBAS3): Falta de preparo ou fatores inesperados? Diretor responde o que levou a inadimplência às alturas
Em encontro com investidores, Felipe Prince revela os desafios que impactaram o Banco do Brasil, desde a alta dos juros até o ciclo no agronegócio
O que levou a inadimplência e as provisões do Banco do Brasil (BBAS3) a dispararem em 2025? Seria falta de preparo? O banco não conseguiu ler o cenário corretamente? Para Felipe Prince, diretor de riscos (CRO) do BB, a explicação está em uma sequência de fatores imprevistos que afetaram as projeções da instituição.
“O banco é uma empresa movida pela rentabilidade. Buscamos, em cada operação, garantir que a margem líquida seja compatível com o risco assumido. Já esperávamos um impacto mais agressivo da inadimplência do agronegócio em 2025, mas a forma como a carteira estava posicionada nos levou a acreditar que o efeito seria menos agudo”, afirmou Prince durante um encontro com investidores em Nova York.
Segundo ele, a estrutura da carteira de agronegócio acabou favorecendo tanto a alavancagem quanto o aumento do risco.
- LEIA TAMBÉM: Quer investir mais e melhor? Faça seu cadastro gratuitamente na newsletter do Seu Dinheiro e receba dicas de onde investir melhor diariamente
Os fatores que levaram à inadimplência no Banco do Brasil (BBAS3)
A chave para entender o desenrolar do cenário, segundo o executivo, está em uma mudança macroeconômica importante: a inflexão na taxa de juros.
No momento da estruturação do Plano Safra 2024/2025, o banco projetava uma Selic de 9,25% ao ano. A queda dos juros seria crucial para a estratégia de financiamento do agro, aliviando as despesas financeiras dos produtores.
Contudo, o cenário mudou quando o Banco Central alterou sua política, elevando a taxa e impactando diretamente o fluxo de caixa do campo, onde os recursos já haviam sido liberados.
Leia Também
“Dada a necessidade de se fazer o plantio e os tratos culturais, esse recurso já estava na mão dos nossos clientes. E aí os clientes com mais alavancagem, com menor margem, passam a se utilizar de pedidos de recuperação judicial por produtores rurais. Isso retroalimenta o processo de inadimplência”, afirmou Prince.
No entanto, essa não foi a única razão para o aumento das provisões no Banco do Brasil.
Prince destaca que o atual cenário reflete um ciclo iniciado com uma forte expansão. Impulsionado pelo "boom das commodities", o banco mais do que dobrou sua carteira de agronegócio em apenas três anos, superando a marca de R$ 400 bilhões. Embora o crescimento tenha gerado resultados recordes, trouxe desafios significativos.
Entre eles, o diretor cita uma "alavancagem excessiva do produtor rural brasileiro" como um dos elementos que explicam a inadimplência.
Isso, aliado ao achatamento da margem do produtor — causado pela queda no preço das commodities e pela alta nos custos de insumos, com a guerra entre Rússia e Ucrânia —, criou um caldo de cultura que dificultou ainda mais o pagamento das dívidas.
Para complicar, eventos climáticos como as enchentes no Sul e secas em outras regiões também comprometeram as safras, prejudicando a capacidade de pagamento.
A estratégia do Banco do Brasil (BBAS3) para lidar com a inadimplência
Apesar do impacto nas provisões e na inadimplência, o Banco do Brasil se diz pronto para lidar com o cenário.
“Apesar de tudo o que vivemos no agro, nosso balanço está bem protegido para enfrentar essa realidade. Toda a nossa carteira agora está avaliada por perda esperada, o que nos dá um portfólio equilibrado e fortalece nossa capacidade de recuperação”, afirmou Prince.
Segundo a CEO, Tarciana Medeiros, o ponto mais relevante da estratégia foi o “ajuste tático necessário na operação, no momento em que se fez necessário”.
“Agora, temos uma nova matriz de resiliência, e toda concessão de crédito do banco, em qualquer um dos pilares, passa por ela antes da concessão”, afirmou Tarciana. “Era quase unânime ouvir do mercado que o Banco do Brasil não buscava garantia, que acabava não cobrando. Isso mudou, e mudou radicalmente. Buscamos garantia e temos cobrado, sim, e de forma intensiva.”
Com isso, a estratégia do banco será não reduzir drasticamente os riscos, mas também não expandir o crédito sem critérios.
A meta é ser mais seletivo na concessão de novos empréstimos e adotar uma postura mais agressiva na recuperação do crédito.
Isso inclui o fortalecimento da esteira de cobrança e a migração para garantias mais seguras, como a alienação fiduciária.
“O Banco do Brasil gera valor e está pronto para gerar cada vez mais. Temos plena convicção da nossa capacidade de gerar resultado e valor. Em 2025, estamos alicerçando as bases para a retomada do crescimento sustentável do banco a partir de 2026”, acrescentou a CEO do Banco do Brasil.
Na visão de Geovanne Tobias, diretor financeiro (CFO), um fator que sustentou o BB para aguentar o impacto vindo do agro foi a diversificação em outros negócios, como seguros e consórcios. Segundo Tobias, ambos são “uma excelente alternativa em tempos de juros altos”.
“A força do conglomerado vai além do banking. Em 2024, os negócios vindos dessas outras empresas atingiram R$ 19,2 bilhões, enquanto a contribuição do banco em si foi de R$ 16,2 bilhões. Não há como dissociar a atuação do Banco do Brasil dessas empresas. Para continuar crescendo a partir de 2026, precisamos focar na nossa base de capital. O capital é fundamental para sustentar a rentabilidade e retomar o crescimento”, acrescentou o CFO.
Grupo Toky (TOKY3), da Mobly e Tok&Stok, aprova aumento de capital e diminui prejuízo, mas briga entre sócios custou até R$ 42 milhões
Empresa amargou dificuldades com fornecedores, que levaram a perdas de vendas, faltas de produtos e atraso nas entregas
Petrobras (PETR4) descobre ‘petróleo excelente’ no Rio de Janeiro: veja detalhes sobre o achado
A estatal identificou petróleo no bloco Sudoeste de Tartaruga Verde e segue com análises para medir o potencial da nova área
Gigantes de frango e ovos: JBS e Mantiqueira compram empresa familiar nos EUA para acelerar expansão internacional
A maior produtora de frangos do mundo e a maior produtora de ovos da América do Sul ampliam sua presença global
Cosan (CSAN3) e Raízen (RAIZ4) têm perdas bilionárias no trimestre; confira os números dos balanços
Os resultados são uma fotografia dos desafios financeiros que as duas companhias enfrentam nos últimos meses; mudanças na alta cúpula também são anunciadas
Nubank (ROXO34): o que fazer com a ação após maior lucro da história? O BTG responde
Na bolsa de Nova York, a ação NU renovava máximas, negociada a US$ 16,06, alta de 3,11% no pregão. No acumulado de 2025, o papel sobe mais de 50%.
IRB (IRBR3) lidera quedas do Ibovespa hoje após tombo de quase 15% no lucro líquido, mas Genial ainda vê potencial
Apesar dos resultados fracos no terceiro trimestre, a gestora manteve a recomendação de compra para os papéis da empresa
Não aprendi dizer adeus: falência da Oi (OIBR3) é revertida. Tribunal vê recuperação possível e culpa gestão pela ruína
A desembargadora Mônica Maria Costa, da Primeira Câmara do Direito Privado do TJ-RJ, decidiu suspender os efeitos da decretação de falência, concedendo à companhia uma nova chance de seguir com a recuperação judicial
iPhones com até 45% de desconto no Mercado Livre; veja as ofertas
Ofertas são da loja oficial da Apple dentro do marketplace e contam com entrega Full e frete grátis
Azul (AZUL4) dá sinal verde para aporte de American e United, enquanto balanço do 3T25 mostra prejuízo mais de 1100% maior
Em meio ao que equivale a uma recuperação judicial nos EUA, a Azul dá sinal verde para acordo com as norte-americanas, enquanto balanço do terceiro trimestre mostra prejuízo ajustado de R$ 1,5 bilhão
BHP é considerada culpada por desastre em Mariana (MG); entenda por que a Vale (VALE3) precisará pagar parte dessa conta
A mineradora brasileira estima uma provisão adicional de aproximadamente US$ 500 milhões em suas demonstrações financeiras deste ano
11.11: Mercado Livre, Shopee, Amazon e KaBuM! reportam salto nas vendas
Plataformas tem pico de vendas e mostram que o 11.11 já faz parte do calendário promocional brasileiro
Na maratona dos bancos, só o Itaú chegou inteiro ao fim da temporada do 3T25 — veja quem ficou pelo caminho
A temporada de balanços mostrou uma disputa desigual entre os grandes bancos — com um campeão absoluto, dois competidores intermediários e um corredor em apuros
Log (LOGG3) avalia freio nos dividendos e pode reduzir percentual distribuído de 50% para 25%; ajuste estratégico ou erro de cálculo?
Desenvolvedora de galpões logísticos aderiu à “moda” de elevar payout de proventos, mas teve que voltar atrás apenas um ano depois; em entrevista ao SD, o CFO, Rafael Saliba, explica o porquê
Natura (NATU3) só deve se recuperar em 2026, e ainda assim com preço-alvo menor, diz BB-BI
A combinação de crédito caro, consumo enfraquecido e sinergias atrasadas mantém a empresa de cosméticos em compasso de espera na bolsa
Hapvida (HAPV3) atinge o menor valor de mercado da história e amplia programa de recompra de ações
O desempenho da companhia no terceiro trimestre decepcionou o mercado e levou a uma onda de reclassificação os papéis pelos grandes bancos
Nubank (ROXO34) tem lucro líquido quase 40% maior no 3T25, enquanto rentabilidade atinge recorde de 31%
O Nubank (ROXO34) encerrou o terceiro trimestre de 2025 com um lucro líquido de US$ 782,7 milhões; veja os destaques
Quem tem medo da IA? Sete em cada 10 pequenos e médios empreendedores desconfiam da tecnologia e não a usam no negócio
Pesquisa do PayPal revela que 99% das PMEs já estão digitalizadas, mas medo de errar e experiências ruins com sistemas travam avanço tecnológico
Com ‘caixa cheio’ e trimestre robusto, Direcional (DIRR3) vai antecipar dividendos para fugir da taxação? Saiba o que diz o CEO
A Direcional divulgou mais um trimestre de resultados sólidos e novos recordes em algumas linhas. O Seu Dinheiro conversou com o CEO Ricardo Gontijo para entender o que impulsionou os resultados, o que esperar e principalmente: vem dividendo aí?
Banco do Brasil (BBAS3) não saiu do “olho do furacão” do agronegócio: provisões ainda podem aumentar no 4T25, diz diretor
Após tombo do lucro e rentabilidade, o BB ainda enfrenta ventos contrários do agronegócio; executivos admitem que novas pressões podem aparecer no balanço do 4º trimestre
Allos (ALOS3) entrega balanço morno, mas promete triplicar dividendos e ações sobem forte. Dá tempo de surfar essa onda?
Até então, a empresa vinha distribuindo proventos de R$ 50 milhões, ou R$ 0,10 por ação. Com a publicação dos resultados, a companhia anunciou pagamentos mensais de R$ 0,28 a R$ 0,30
