Ações e bonds da Ambipar (AMBP3) despencam, em meio a investigação da CVM e debandada no alto escalão
Títulos de dívida com vencimento em 2031 tombaram de US$ 83, no início do mês, para US$ 48,50 nesta terça-feira (23)
Envolta em uma série de polêmicas nos últimos meses, a Ambipar (AMBP3) está no centro das atenções do mercado nesta terça-feira (23). A ação da empresa está em queda de mais de 12% na B3 e os títulos de dívida (bonds) com vencimento em 2031 vêm desabando nos últimos dias no mercado internacional.
No início do mês, dia 4, o papel estava cotado a US$ 83; na sexta-feira (19), fechou a US$ 66. Hoje, está em queda de 24%, negociado a US$ 48,5.
“Uma cotação assim é um desastre para um bond. Pode sinalizar que investidores já se preparam para uma reestruturação da dívida”, disse um gestor.
- LEIA TAMBÉM: Novo episódio do Touros e Ursos no AR! Acompanhe as análises e recomendações de especialistas do mercado; acesse já
Nova emissão sem coordenador
Pouco antes da meia-noite de hoje, a Ambipar anunciou, via fato relevante, a sua sétima emissão de debêntures, de R$ 3 bilhões. A companhia informou que usará os recursos para resgatar antecipadamente a terceira e a sexta emissões (EESG13 e AMBP16).
E disse também que está “em processo de contratação da instituição integrante do sistema de distribuição de valores mobiliários para intermediação da Oferta”.
“Nunca tinha visto uma empresa anunciar uma oferta de debêntures e a recompra de outras emissões sem ter coordenação da operação definida”, disse um gestor especializado em dívida. As operações de debêntures no mercado brasileiro costumam sair com garantia firme dos coordenadores.
Leia Também
De acordo com fontes de mercado, a debênture EESG13, de R$ 1,2 bilhão, está concentrada na asset de um grande banco e em vários fundos dedicados a crédito. A AMBP16, no valor de R$ 1 bilhão, está 25% concentrada em diversos fundos – os demais detentores não são identificáveis. As duas captações foram feitas no ano passado e vencem em 2029.
Debandada no alto escalão
Ao mesmo tempo em que anunciou a emissão de debêntures, a Ambipar informou que João Arruda deixou o cargo de diretor financeiro da companhia. Ele estava no posto há pouco mais de um ano, vindo de uma carreira de quase 15 anos no Bank of America (BofA).
Ricardo Rosanova Garcia passou a acumular as funções de diretor financeiro e de Relações com Investidores (RI). Garcia assumiu como RI no último dia 16, depois que Pedro Borges Petersen deixou o cargo para se tornar “senior advisor de operações” para apoiar “projetos focados em eficiência operacional”, informou a Ambipar há uma semana.
Em um post no LinkedIn publicado há dois dias, Mauro Nakamura, diretor jurídico global da Ambipar, também informou ter deixado a companhia.
O que está rolando na Ambipar (AMBP3)
A empresa está “marcada” pelos investidores por conta da disparada das cotações no ano passado.
Neste ano, a área técnica da CVM (Comissão de Valores Mobiliários) avaliou que a cotação foi inflada por compras feitas em conjunto pelo controlador, Tércio Borlenghi Junior, e por fundos ligados ao banco Master e ao empresário Nelson Tanure – para que os papéis fossem utilizados como garantia no leilão da EMAE (Empresa Metropolitana de Águas e Energia).
- VEJA TAMBÉM: Descubra como os gigantes do mercado estão investindo: o podcast Touros e Ursos traz os bastidores toda semana; acompanhe aqui
Numa decisão polêmica, o presidente interino da CVM, Otto Lobo, retirou a necessidade de realização de uma oferta pública de aquisição (OPA) pelo controlador.
Mercado em dúvida
Nesse cenário, a dúvida do mercado não é apenas entender qual instituição fará a coordenação da nova emissão de debêntures, mas quem estaria disposto a comprar os papéis.
“Nem acompanhamos esse emissor, está perto demais do Master”, disse um gestor.
A Ambipar fechou o segundo trimestre com dívida líquida de R$ 5,99 bilhões e alavancagem de 2,56x.
Grupo Toky (TOKY3), da Mobly e Tok&Stok, aprova aumento de capital e diminui prejuízo, mas briga entre sócios custou até R$ 42 milhões
Empresa amargou dificuldades com fornecedores, que levaram a perdas de vendas, faltas de produtos e atraso nas entregas
Petrobras (PETR4) descobre ‘petróleo excelente’ no Rio de Janeiro: veja detalhes sobre o achado
A estatal identificou petróleo no bloco Sudoeste de Tartaruga Verde e segue com análises para medir o potencial da nova área
Gigantes de frango e ovos: JBS e Mantiqueira compram empresa familiar nos EUA para acelerar expansão internacional
A maior produtora de frangos do mundo e a maior produtora de ovos da América do Sul ampliam sua presença global
Cosan (CSAN3) e Raízen (RAIZ4) têm perdas bilionárias no trimestre; confira os números dos balanços
Os resultados são uma fotografia dos desafios financeiros que as duas companhias enfrentam nos últimos meses; mudanças na alta cúpula também são anunciadas
Nubank (ROXO34): o que fazer com a ação após maior lucro da história? O BTG responde
Na bolsa de Nova York, a ação NU renovava máximas, negociada a US$ 16,06, alta de 3,11% no pregão. No acumulado de 2025, o papel sobe mais de 50%.
IRB (IRBR3) lidera quedas do Ibovespa hoje após tombo de quase 15% no lucro líquido, mas Genial ainda vê potencial
Apesar dos resultados fracos no terceiro trimestre, a gestora manteve a recomendação de compra para os papéis da empresa
Não aprendi dizer adeus: falência da Oi (OIBR3) é revertida. Tribunal vê recuperação possível e culpa gestão pela ruína
A desembargadora Mônica Maria Costa, da Primeira Câmara do Direito Privado do TJ-RJ, decidiu suspender os efeitos da decretação de falência, concedendo à companhia uma nova chance de seguir com a recuperação judicial
iPhones com até 45% de desconto no Mercado Livre; veja as ofertas
Ofertas são da loja oficial da Apple dentro do marketplace e contam com entrega Full e frete grátis
Azul (AZUL4) dá sinal verde para aporte de American e United, enquanto balanço do 3T25 mostra prejuízo mais de 1100% maior
Em meio ao que equivale a uma recuperação judicial nos EUA, a Azul dá sinal verde para acordo com as norte-americanas, enquanto balanço do terceiro trimestre mostra prejuízo ajustado de R$ 1,5 bilhão
BHP é considerada culpada por desastre em Mariana (MG); entenda por que a Vale (VALE3) precisará pagar parte dessa conta
A mineradora brasileira estima uma provisão adicional de aproximadamente US$ 500 milhões em suas demonstrações financeiras deste ano
11.11: Mercado Livre, Shopee, Amazon e KaBuM! reportam salto nas vendas
Plataformas tem pico de vendas e mostram que o 11.11 já faz parte do calendário promocional brasileiro
Na maratona dos bancos, só o Itaú chegou inteiro ao fim da temporada do 3T25 — veja quem ficou pelo caminho
A temporada de balanços mostrou uma disputa desigual entre os grandes bancos — com um campeão absoluto, dois competidores intermediários e um corredor em apuros
Log (LOGG3) avalia freio nos dividendos e pode reduzir percentual distribuído de 50% para 25%; ajuste estratégico ou erro de cálculo?
Desenvolvedora de galpões logísticos aderiu à “moda” de elevar payout de proventos, mas teve que voltar atrás apenas um ano depois; em entrevista ao SD, o CFO, Rafael Saliba, explica o porquê
Natura (NATU3) só deve se recuperar em 2026, e ainda assim com preço-alvo menor, diz BB-BI
A combinação de crédito caro, consumo enfraquecido e sinergias atrasadas mantém a empresa de cosméticos em compasso de espera na bolsa
Hapvida (HAPV3) atinge o menor valor de mercado da história e amplia programa de recompra de ações
O desempenho da companhia no terceiro trimestre decepcionou o mercado e levou a uma onda de reclassificação os papéis pelos grandes bancos
Nubank (ROXO34) tem lucro líquido quase 40% maior no 3T25, enquanto rentabilidade atinge recorde de 31%
O Nubank (ROXO34) encerrou o terceiro trimestre de 2025 com um lucro líquido de US$ 782,7 milhões; veja os destaques
Quem tem medo da IA? Sete em cada 10 pequenos e médios empreendedores desconfiam da tecnologia e não a usam no negócio
Pesquisa do PayPal revela que 99% das PMEs já estão digitalizadas, mas medo de errar e experiências ruins com sistemas travam avanço tecnológico
Com ‘caixa cheio’ e trimestre robusto, Direcional (DIRR3) vai antecipar dividendos para fugir da taxação? Saiba o que diz o CEO
A Direcional divulgou mais um trimestre de resultados sólidos e novos recordes em algumas linhas. O Seu Dinheiro conversou com o CEO Ricardo Gontijo para entender o que impulsionou os resultados, o que esperar e principalmente: vem dividendo aí?
Banco do Brasil (BBAS3) não saiu do “olho do furacão” do agronegócio: provisões ainda podem aumentar no 4T25, diz diretor
Após tombo do lucro e rentabilidade, o BB ainda enfrenta ventos contrários do agronegócio; executivos admitem que novas pressões podem aparecer no balanço do 4º trimestre
Allos (ALOS3) entrega balanço morno, mas promete triplicar dividendos e ações sobem forte. Dá tempo de surfar essa onda?
Até então, a empresa vinha distribuindo proventos de R$ 50 milhões, ou R$ 0,10 por ação. Com a publicação dos resultados, a companhia anunciou pagamentos mensais de R$ 0,28 a R$ 0,30