A aguardada "Super Quarta" de julho, com decisões de juros no Brasil e nos EUA, chega acompanhada de expectativas de estabilidade nas taxas, segundo o mercado.
No Brasil, o consenso aponta para a manutenção prolongada da taxa básica de juros, com um comunicado ainda duro por parte do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central.
Nos EUA, o cenário também é de estabilidade, mas com uma possível sinalização mais clara de corte dos juros na reunião seguinte.
Embora as projeções estejam bem calibradas em ambos os casos, o cenário global continua marcado por balanços corporativos e instabilidade externa, principalmente com a escalada nas tarifas propostas por Trump.
Mas o que considerar na hora de investir? Juros? Inflação? Dívida ou lucro das empresas?
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Copom: Juros estável no horizonte próximo
No podcast do Seu Dinheiro, Touros e Ursos, Wilson Barcellos, CEO da Azimut Brasil Wealth Management, afirmou que uma eventual redução da taxa de juros no Brasil só deve ocorrer a partir do segundo trimestre do próximo ano.
Segundo o gestor, a economia brasileira “está doente”. Juros em 15% ao ano e inflação em 5% refletem esses problemas mais estruturais de forma clara.
Entretanto, Barcellos destaca que, do ponto de vista dos investimentos, esse cenário representa uma oportunidade, graças à remuneração atrativa da renda fixa.
Ele recomenda investir em ativos atrelados à inflação, como Tesouro IPCA+ ou debêntures incentivadas de boa qualidade, com isenção tributária e vencimento em até 5 anos.
Bolsa brasileira também é oportunidade
Mesmo com o protagonismo da renda fixa com os juros altos, a bolsa ainda apresenta boas oportunidades, na visão de Barcellos.
Ações, fundos imobiliários e fundos de infraestrutura listados estão extremamente descontados, afirma o gestor.
Ele também enfatiza a existência de uma grande assimetria no mercado de ações brasileiro. Em sua opinião, se o governo “fizer o dever de casa” e equilibrar as contas públicas, a bolsa pode se valorizar mais de 50%.
No entanto, ele não recomenda comprar o Ibovespa como um todo. A estratégia indicada é o stock picking: selecionar ações específicas com os melhores fundamentos e perspectivas de valorização. Veja a análise completa aqui.
Touros e Ursos da Semana
No quadro que dá nome ao programa, o maior Urso da semana ficou com a incerteza. Barcellos afirmou que, sem clareza sobre o futuro, os ativos tendem a ser negociados com maior desconto. Ele ainda apontou um segundo Urso relacionado: o risco fiscal.
Outros dois Ursos foram atribuídos à negociação entre Brasil e EUA sobre o tarifaço, que não avançou, e ao setor de siderurgia.
Nos Touros, Barcellos destacou a inteligência artificial e os investimentos recentes no setor. O acordo entre Índia e Reino Unido e a compra da Linx pela Totvs também receberam destaque.
Veja todos os Touros e Ursos e os detalhes da análise de Wilson Barcellos sobre juros, Copom e investimentos no episódio completo: