Site icon Seu Dinheiro

Sem Selic à 11%: Roberto Campos Neto não vê taxa de juros baixa sem “choque fiscal positivo”

Roberto Campos Neto, ex-presidente do Banco Central (BC), manifestou nesta segunda-feira (25), seu ceticismo quanto à capacidade do Brasil de ter taxas de juros muito abaixo do patamar atual. 

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Em sua participação no Seminário Brasil 2025 do Grupo Esfera Brasil, ele ressaltou que a taxa de juros pode não cair abaixo de 11% ou 12%.

“Hoje, eu não vejo com a capacidade do Brasil ter uma taxa de juros muito baixa […]. Para termos juros estruturalmente mais baixos, temos que ter um fiscal estruturalmente diferente”, disse. 

O atual vice-chairman e diretor global de políticas públicas do Nubank, afirma que a solução para juros estruturalmente mais baixos seria um "choque fiscal positivo", que poderia gerar uma mudança na perspectiva da credibilidade fiscal.

Tal condição é essencial, segundo o executivo, para que os cortes promovidos pelo BC se propaguem de forma consistente.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

“É muito difícil, na história da política monetária, um Banco Central derrubar os juros quando a taxa longa está muito alta”, afirmou.

O ex-presidente da autarquia afirmou que "forçar" uma queda de juros nessa condição pode resultar em um retorno a um patamar ainda maior do que o inicial. 

Campos Neto comenta sobre o tamanho da máquina pública

O vice-chairman do Nubank defendeu ainda a necessidade de repensar o tamanho do Estado brasileiro, que, em sua avaliação, “gasta muito” e não entrega serviços compatíveis com seu peso na economia.

“Nós temos um governo maior que não oferece serviços são compatíveis com outros governos desse tamanho, e não só não oferecem esses serviços, como o ritmo de gasto é maior do que os outros”, disse.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Apesar de enxergar espaço para reduções adicionais da Selic no curto prazo, Campos Neto voltou a frisar que sem uma mudança estrutural nas contas públicas, os juros tendem a permanecer elevados.

“Até vamos entrar em um período, em breve, que vamos conseguir cair os juros um pouco, mas não vai mudar muito estruturalmente a trajetória da dívida”. “Com o estado que elegemos ter, a gente não consegue chegar lá”, disse.

*Com informações do Money Times e Estadão Conteúdo

Exit mobile version