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Entre Trade Tarcísio e risco fiscal: com eleições no horizonte, Nord Investimentos revela como ajustar a sua carteira

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Os investidores viveram momentos de altas emoções neste ano e, embora a montanha-russa dos mercados esteja longe de chegar ao fim, eles já começaram a colocar o peso das eleições em suas carteiras. 

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Para a Nord Investimentos, o movimento não está errado: apesar de ainda haver muita água para rolar debaixo da ponte, a sócia-fundadora Marília Fontes, indicou, durante evento nesta quarta-feira (21), que “colocar o barco à favor da correnteza” vai levar os investidores ainda mais longe.

Porém, a tarefa não é simples. Além de um cenário local estressado, com uma crise fiscal no radar e a alta da Selic — que vem arrastando até mesmo um segmento da renda fixa —, uma série de conflitos geopolíticos ao redor do planeta também pressionam os ativos globais.

Segundo a Nord Investimentos, a estratégia agora é buscar ativos com assimetria positiva — ou seja, investimentos que ainda têm espaço para ganhos — e evitar classes de risco com spreads comprimidos. Para isso, a gestora vem olhando para três mercados: o brasileiro, o norte-americano e o chinês.

O Trade Tarcísio e a bolsa brasileira nas eleições: qualquer sinal de controle é positivo

Na visão da Nord Investimentos, enquanto os investidores são atraídos para a renda fixa, a bolsa brasileira é quem vem mostrando sinais de sucesso. Com valuation espremido, sem muito espaço para maiores quedas, a gestora enxerga que há uma assimetria positiva para os ativos listados na B3.

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“A bolsa brasileira está muito barata e o juro real está tão alto que, se tivermos uma leve mudança de política econômica, o upside é muito grande. Ao mesmo tempo, ela está tão barata que, se as coisas continuarem no mesmo rumo, não há tanto espaço para queda”, afirmou Marília Fontes.

Porém, com os juros estruturais ainda elevados, a analista enxerga que os investimentos locais devem continuar travados na renda fixa. “A consequência disso é que a bolsa vai depender muito mais do cenário externo do que do cenário interno. Os investidores aqui não vão procurar investimentos mais arriscados”, disse Fontes.

O sócio-fundador Renato Breia concordou com a avaliação da analista e ainda foi além: para ele, por conta do excesso de gastos do governo atual e a crise fiscal iminente, qualquer sinalização de controle por parte da próxima gestão será o suficiente para ancorar as expectativas e fazer os ativos nacionais valorizarem.

Apesar de ressaltar que a Nord Investimentos não monta suas alocações com base no resultado eleitoral para evitar o risco binário, o executivo avalia que há um candidato que deve trazer fôlego para o mercado nacional: o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas.

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“O desejo da Faria Lima é ter Tarcísio, que parece ser o candidato mais forte da direita e que parece ser um político que entende o que é preciso ser feito como plano de país”, disse.

Porém, para Breia, a desunião do movimento de centro-direita, com disputas internas na base bolsonarista, enfraqueceu o chamado “Trade Tarcísio”.

Carteira global em meio às eleições de 2026

Segundo Breia, há um contrassenso na abordagem de alocação de recursos no Brasil: quanto mais arrojado é o investidor, mais a carteira de investimentos é exposta a ativos dos EUA.

“A locação internacional traz menos volatilidade e traz mais retorno. Então, a gente gosta de desconstruir a forma como as pessoas pensam um portfólio, indo além de uma carteira voltada só para o Brasil. O portfólio do brasileiro deveria ter mais ativos globais”, opinou Breia.

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Com os mercados locais prometendo volatilidade devido à corrida eleitoral de 2026, o sócio fundador avalia que os investimentos no exterior são essenciais para proteger o patrimônio.

Porém, Breia observa que há um movimento global de expansão fiscal, com as taxas de juros em elevados patamares em diversos países — inclusive nos EUA. Com isso, a Nord Investimentos vê oportunidades na renda fixa norte-americana, embora sejam limitadas.

“Apesar de não serem grandes oportunidades, porque, assim como no Brasil, os investidores internacionais também correram para a renda fixa, a gente ainda envia recursos para o exterior. Mas estamos mais conservadores, buscando juros próximos a níveis do mercado, de 5% a 7%, por meio de bonds [títulos de dívida pública] ou até mesmo fundos”, afirmou Breia.

China na carteira da Nord Investimentos

Por outro lado, quem acompanha o mercado dos EUA vem assistindo um show de recordes, com as bolsas norte-americanas registrando máximas históricas. Só nesta terça-feira (21), o índice Dow Jones atingiu nova máxima de fechamento, com alta de 0,47%, encerrando o dia em 46.924,74 pontos.

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Segundo Caio Zylbersztajn, sócio da gestora que também estava presente no evento, os recordes das bolsas norte-americanas são impulsionados pela perspectiva de queda dos juros no país, mas, principalmente, pelas ações das empresas de tecnologia, em meio ao boom da inteligência artificial.

E é aí que a China entra na jogada da Nord Investimentos. Com a alta dos preços das ações dos EUA, os papéis asiáticos se tornam uma alternativa mais lucrativa de entrar no setor. 

“O governo chinês vem fazendo investimentos pesados em novas tecnologias, então é uma forma de se expor a essa tendência com múltiplos e preços muito mais baratos”, disse Zylbersztajn.

O executivo destaca investimentos por meio de Exchange Traded Funds (ETFs), como o XINA11, que acompanha o índice MSCI China, composto por empresas de grande e médio porte no país asiático.

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Zylbersztajn também avalia positivamente a exposição ao fundo de índice PKIN11, lançados pelo Bradesco Asset, e o PKNC11, do Itaú.

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