A presidente da Petrobras (PETR4), Magda Chambriard, chamou atenção na última terça-feira (14) para a recente queda do preço do petróleo tipo Brent, referência no mercado internacional.
Em publicação no LinkedIn, Chambriard compartilhou um gráfico mostrando o barril cotado a US$ 62,39, em baixa de 1,47% no dia. A executiva escreveu apenas: “Preço do Brent: uma figura vale mais do que muitas palavras…”, sugerindo que a retração recente da commodity fala por si.
O comentário ocorre em meio a discussões sobre a política de preços da Petrobras e o acompanhamento da paridade internacional, especialmente em um momento em que a gasolina vendida pela estatal está acima da referência de importação, segundo cálculos de bancos.
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A CEO da Petrobras reafirmou que a estatal continua com a estratégia de não trazer volatilidade do preço do petróleo para o mercado interno, e que segue de olho na paridade internacional, no market share e na estabilidade de preços para fazer qualquer movimento.
"Isso vale para a gasolina, isso vale para o diesel. Então, não estamos fazendo nada de diferente", disse a executiva ao ser questionada se iria reduzir o preço da gasolina.
Magda participou ontem da reunião do Conselho Empresarial de Petróleo e Gás da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro, do qual já fez parte.
Os preços do petróleo fecharam com queda de 1,5% ontem, após a Agência Internacional de Energia alertar sobre um excesso de oferta em 2026 e com a persistência das tensões comerciais entre Estados Unidos e China, as duas maiores economias do mundo.
Já nesta sessão, os contratos futuros do petróleo Brent para dezembro recuavam 0,75% por volta das 14h25, cotados a US$ 61,92 o barril. No mesmo horário, o barril do WTI, referência no mercado norte-americano, caía 0,68%, a US$ 58,30. Ambos os contratos operam nas mínimas dos últimos cinco meses.
Preço dos combustíveis da Petrobras
A gasolina vendida pela Petrobras (PETR4) segue mais cara do que o preço de referência internacional. De acordo com relatório do Itaú BBA, o combustível está 13% acima da paridade de importação (IPP) — nível que indica quanto custaria trazer gasolina do exterior para o Brasil. Na semana anterior, essa diferença era de 12%.
No caso do diesel, a situação é inversa: o preço da Petrobras está 5% abaixo do IPP, contra 2% na semana passada.
O banco explicou que, nos últimos dias, os preços dos combustíveis e do petróleo se moveram em direções opostas. Enquanto o crack spread da gasolina (a diferença entre o preço do combustível e o do petróleo) aumentou, o do diesel caiu.
Já o petróleo recuou depois do cessar-fogo em Gaza e do anúncio de novas tarifas comerciais entre Estados Unidos e China.
O Itaú BBA observou ainda que a Petrobras pode usar critérios diferentes dos cálculos do banco em sua política de preços. Ou seja, os números atuais não necessariamente implicariam em uma redução do preço da gasolina.
Por outro lado, o mercado de modo geral trabalha com essa possibilidade. A expectativa é que, em algum momento, a estatal corte o preço da gasolina, mas mantenha o diesel, responsável pelo maior volume vendido pela empresa, inalterado.
A Petrobras está sem reajustar a gasolina há 134 dias e o diesel há 162 dias. Segundo a Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), a gasolina poderia ser reduzida em R$ 0,24 por litro, e o diesel, elevado em R$ 0,20 por litro, para atingir a paridade internacional.
*Com informações do Money Times e do Estadão Conteúdo.