Banco Central acionou juros para defender o real — Galípolo detalha estratégia monetária brasileira em meio à guerra comercial global
Em audiência na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, Gabriel Galípolo detalhou a estratégia monetária do Banco Central e sua visão sobre os rumos da guerra comercial

A guerra comercial atravessa fronteiras e nesta terça-feira (22) ocupa o Senado brasileiro. Em uma audiência na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) da câmara alta do Legislativo, o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, indicou que a taxa Selic vem sendo utilizada como instrumento de contenção cambial — uma defesa do real brasileiro à força do dólar.
Segundo Galípolo, é comum que países emergentes sejam forçados a manter os juros elevados, mesmo em cenários de desaceleração econômica. O objetivo é simples: oferecer um prêmio maior ao investidor estrangeiro, atrair capital e, assim, proteger a moeda local de processos de desvalorização.
- VEJA MAIS: Como declarar os seus investimentos? Guia gratuito do Seu Dinheiro ensina como acertar as contas com o Leão
Nas suas palavras, “muitas vezes você vê autoridades monetárias de países emergentes, mesmo num momento de desaceleração econômica, tendo de manter a taxa de juros mais elevada para oferecer um prêmio maior para quem decidir investir no país e aí conter um processo de desvalorização da sua própria moeda”.
O líder da política monetária brasileira explicou que, no final de 2024, esse processo tornou menos atrativo apostar contra o real, tornando o carry trade da moeda brasileira mais vantajoso em comparação com outras moedas emergentes.
“O processo que foi feito no final do ano, de elevação da taxa de juros, direcionou para que você pudesse ultrapassar o prêmio para quem estava apostando, por exemplo, em moeda mexicana e tornar menos atrativo apostar contra a moeda brasileira”, explicou.
Galípolo também reforçou o impacto dessa estratégia sobre a inflação. Com 60% a 70% da produção de alimentos no Brasil tendo alguma correlação com o dólar, manter o real valorizado é uma forma indireta, porém eficiente, de conter a alta de preços — especialmente em itens essenciais da cesta básica.
Leia Também
O Brasil em meio ao fogo cruzado global
Apesar da atuação doméstica, o principal vetor para os preços de mercado, segundo Galípolo, está além das fronteiras. O cenário internacional, em especial a política monetária dos Estados Unidos, tem sido determinante para o posicionamento do Banco Central brasileiro.
A atual guerra comercial e tarifária entre grandes potências tem ampliado as incertezas sobre o crescimento global e desorganizado cadeias produtivas. A revisão das projeções do Fundo Monetário Internacional (FMI) ilustra o impacto dessa turbulência.
- VEJA MAIS: Nvidia cai mais de 6% com ‘bloqueio’ de Trump em vendas de chip para a China e analista prefere ação de ‘concorrente’ para investir agora; entenda
Galípolo delineou três possíveis cenários para os desdobramentos da disputa tarifária:
Desescalada tarifária – O caminho mais brando. Países chegam a acordos, retomando uma trajetória econômica mais previsível e menos tensionada.
“Essa desaceleração vai se esvaindo e você vai caminhando para a trajetória que já era mais ou menos aguardada e retomando a trajetória que era pensada”, comentou.
Escalada tarifária – A hipótese mais crítica. O aumento das tarifas rompe as cadeias produtivas, gera distorções econômicas e pode combinar inflação com baixo crescimento — um rompimento do tradicional “trade-off” entre atividade e preços.
“O trade-off tradicional, a troca tradicional que você está imaginando entre preços e atividade econômica, talvez não responda da maneira que a gente foi treinado para pensar num cenário como esse. Você pode ter menos atividade econômica e com preços mais elevados”.
Restrição à China – Um cenário estratégico. Os EUA poderiam direcionar sua política tarifária à China, preservando suas alianças tradicionais e racionalizando o conflito.
Oportunidade relativa
Em meio à tensão global, o Brasil pode encontrar uma posição estratégica. A diversificação da pauta comercial e o dinamismo do mercado interno funcionam como vantagens competitivas que podem fazer o país se destacar, mesmo em um contexto adverso.
“Não é que fique melhor com a guerra tarifária, mas voltamos àquela ideia da relatividade. O Brasil pode ser uma economia que tem os pares e, por isso, se destaque positivamente pela sua diversificação na pauta comercial, nas relações comerciais e pela relevância do mercado doméstico do ponto de vista do dinamismo”, afirmou Galípolo.
*Com informações do Estadão Conteúdo
Congresso derruba veto de Lula e livra FIIs e fiagros de novos impostos — mas conta de luz pode ficar mais cara; entenda
O governo Lula vive uma queda de braço com os parlamentares, que votaram pela derrubada de uma série de vetos do presidente
Corpus Christi pode render feriadão; veja o que abre e fecha na quinta-feira (19) e na sexta-feira (20)
Bancos, bolsa, Correios e transporte público terão mudanças no funcionamento; ponto facultativo traz folga aos mercados
Lotofácil faz mais um milionário, mas não brilha sozinha; Mega-Sena acumula e prêmio sobe a R$ 130 milhões
Ganhador ou ganhadora do concurso 3420 da Lotofácil efetuou aposta por meio dos canais eletrônicos da Caixa; além da Mega-Sena, a Quina também acumulou
Ex-BC Fábio Kanczuk vê Selic a 15% e risco de corte precoce por pressão política — mas postura do Copom com a inflação deveria ser mais dura
Diretor de macroeconomia do ASA acredita que o Brasil precisa de um choque recessivo para conseguir segurar a expectativa de inflação futura
A coisa está feia para o dólar: faz duas décadas que os gestores globais não ficam tão descrentes assim com a moeda
Investidores correm da moeda norte-americana enquanto montam posições em euro e se mostram mais otimistas com emergentes — incluindo o Brasil
Selic sobe ou fica? Gestores estão divididos nas suas projeções para o Copom, mas são unânimes em uma aposta; veja qual
Pesquisa da XP mostra dualidade de opiniões em relação aos juros básicos do país, mas otimismo em relação a outras possibilidades de investimento
Câmara aprova urgência de duas medidas em meio ao impasse do IOF — e uma deve trazer dor de cabeça para o governo
Com a aprovação do caráter de urgência, ambos os projetos podem ser votados diretamente no plenário, sem passar pelas comissões
O país dos juros altos: por que a Selic está tão alta e qual a tendência para os próximos anos?
Touros e Ursos desta semana traz uma entrevista com Samuel Pessôa, pesquisador macro do BTG Pactual, para falar sobre Copom, juros e contas públicas
Fluxo de investimento estrangeiro impulsiona competitividade no Brasil, mas país continua com “voo de galinha”
País avança quatro posições em ranking global de competitividade, mas segue entre os últimos colocados; entenda quais são os principais entraves ao desenvolvimento no longo prazo
Lotofácil começa a semana premiando apostador insistente; Quina acumula e Mega-Sena corre hoje valendo uma fortuna
Ganhador ou ganhadora do concurso 3419 da Lotofácil vinha insistindo sempre nos mesmos números; Mega-Sena pode pagar R$ 110 milhões na noite desta terça-feira
Do volante às passarelas: Renault anuncia saída de CEO, que assume comando de gigante das grifes de luxo; ações da montadora caem
Enquanto os papéis da fabricante de automóveis francesa recuaram nesta segunda-feira (16) em Paris, o mesmo não aconteceu com a empresa que estará sob o comando de Luca de Meo a partir de julho
Chegou chegando: Pix Automático começa a ser oferecido pelos bancos nesta segunda-feira (16)
Nova modalidade pretende substituir débito automático e boletos
Agenda econômica: Super Quarta e outras decisões de juros dominam a semana; veja o que você precisa saber para navegar o mercado
Decisões de juros nos EUA, Brasil, Reino Unido, Japão e China marcam uma das semanas mais carregadas de 2025 — e exigem atenção redobrada dos investidores
Taxação de LCI e LCA, JBS (JBSS32) nos EUA e Petrobras (PETR4) enfrenta desafios — confira o que foi notícia na última semana
Apesar da semana do Dia dos Namorados ter chegado ao fim, muitas notícias importantes se destacaram entre as mais lidas do Seu Dinheiro
Desempenho da economia será decisivo nas eleições de 2026, não o tamanho do déficit fiscal, diz Haddad
O chefe da pasta econômica defendeu que, se a economia estiver indo bem, aumentam as chances de reeleição do presidente Lula
Você deveria estar se preparando para o pior no conflito entre Israel e Irã. Como proteger seu patrimônio desde já?
O Seu Dinheiro conversou com especialistas para entender por que você não deve esperar a situação se agravar para começar a pensar no melhor para os seus investimentos
“Israel só vai parar quando destruir toda a capacidade nuclear do Irã”: quais os impactos do ataque para a economia global?
O Seu Dinheiro ouviu especialistas, que contam os riscos de o conflito escalar para uma guerra entre israelenses e iranianos e como isso mexe com o bolso de quem investe
‘Declaração de guerra de Israel’: Petróleo dispara 8% com ataque histórico ao Irã; bolsas caem no mundo todo e dólar ganha força
A ofensiva de Israel matou líderes militares do Irã e cientistas nucleares de alto escalão. À ONU, Teerã classificou os ataques como “declaração de guerra”
Sorte no amor, azar no jogo? Não é o que aconteceu na Lotofácil: aposta solitária fatura prêmio. Mega-Sena promete R$ 100 milhões
Enquanto a Lotofácil fez um novo milionário, Mega-Sena e a Quina continuaram acumulando — e os prêmios ficaram ainda mais tentadores
R$ 90 milhões em jogo: Mega-Sena sorteia bolada nesta quinta-feira; Lotofácil premia 2 sortudos com R$ 800 mil
As engrenagens da Mega-Sena giram novamente na noite desta quinta-feira (12), às 20h. Em jogo, uma bolada de R$ 90 milhões no concurso 2.875. No concurso da última terça (10), ninguém levou o prêmio máximo. A aposta mínima para a Mega-Sena custa R$ 5 e pode ser realizada também pela internet, até as 19h.A Mega-Sena […]