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Bitcoin (BTC) encosta nos US$ 122 mil: novos recordes à espreita ou o retorno da volatilidade ao mercado?

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As criptomoedas começaram a semana em clima de rali, com o bitcoin (BTC) chegando por algumas horas aos US$ 122 mil e o ethereum (ETH) acumulando alta de 1,65% nas últimas 24 horas, se mantendo acima dos US$ 4 mil. 

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Mas, com dados sobre a inflação nos Estados Unidos no radar e as oscilações recentes no mercado à vista, um velho conhecido voltou a assombrar os investidores: a volatilidade.

Enquanto os criptoativos surfam no otimismo macroeconômico e nas apostas de cortes na taxa de juros dos EUA ainda em setembro, a volatilidade implícita do BTC saltou de 33 para 37 na segunda-feira (11), um avanço expressivo em relação às mínimas de vários anos e um possível sinal de que o longo período de calmaria no mercado pode estar perto do fim.

No fim de semana, o ETH assumiu a dianteira, subindo de US$ 4.000 para mais de US$ 4.300 e puxando o bitcoin, que vinha encontrando dificuldade para ampliar os ganhos. Já no início da manhã desta segunda, foi o BTC que retomou o comando, avançando de US$ 119.000 para US$ 122.300.

Analistas traçam uma analogia com uma corrida de bicicleta, em que o ciclista da frente abre caminho e cria um vácuo para os de trás antes de recuar e deixar outro assumir o esforço.

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"Esta é uma das poucas vezes em que uma alta nas principais altcoins inspirou o BTC a romper. Geralmente, acontece o contrário", disse Alex Kuptsikevich, analista sênior da FxPro, por e-mail. "As altcoins estão, em sua maioria, fora dessa corrida por enquanto, dando uma pausa após a alta da semana passada."

Segundo análise da Binance, a dominância das altcoins subiu de forma significativa, atingindo 39,2% e revertendo a tendência anterior, enquanto a dominância do bitcoin recuou para 60,6%. 

De acordo com os analistas o movimento reflete maior apetite por risco, melhora nas condições macroeconômicas, expectativa de corte de juros pelo Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) e mais interesse institucional em futuros de altcoins e em alocações de tesouraria corporativa.

Ao longo do dia, o clima de rali perdeu força e, apesar das altas, a maior parte das criptomoedas apresenta ganhos mais modestos. Segundo dados da CoinMarketCap, por volta das 14h30, o BTC estava cotado em cerca de US$ 119,8 mil. 

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Confira o desempenho das dez maiores criptomoedas do mundo nesta segunda-feira (11):

#Nome (Símbolo)Preço (USD)24h7dYTDMarket Cap (USD)
1Bitcoin (BTC)US$ 119.795,211,09%3,72%28,27%US$ 2,38 tri
2Ethereum (ETH)US$ 4.299,071,65%16,34%29,05%US$ 518,94 bi
3XRP (XRP)US$ 3,18-0,13%3,39%37,18%US$ 188,95 bi
4Tether (USDT)US$ 1,000,00%0,01%0,22%US$ 164,54 bi
5BNB (BNB)US$ 806,950,67%5,00%14,22%US$ 112,40 bi
6Solana (SOL)US$ 178,63-1,70%5,49%-7,86%US$ 96,38 bi
7USDC (USDC)US$ 1,000,01%0,01%0,00%US$ 65,32 bi
8Dogecoin (DOGE)US$ 0,23-1,61%10,13%-29,11%US$ 34,60 bi
9TRON (TRX)US$ 0,341,28%3,91%35,08%US$ 32,66 bi
10Cardano (ADA)US$ 0,79-1,28%4,56%-13,69%US$ 28,06 bi
Fonte: CoinMarketCap

BTC e ETH: volatilidade à espreita

A volatilidade implícita (IV) do bitcoin passou de 33 para 37, atingindo o nível mais alto em semanas. O indicador reflete as expectativas do mercado para oscilações de preços, calculadas a partir do valor das opções.

Embora o IV ainda esteja relativamente baixo após longos ciclos de queda, o salto repentino acendeu um sinal de alerta entre alguns analistas. Agosto costuma ser um mês de baixo volume e atividade moderada, mas o avanço do IV sugere que traders podem estar se posicionando para movimentos mais intensos à frente.

Dados da Checkonchain indicam que essa alta recente foi puxada pelo mercado à vista, o que é considerado mais saudável do que um avanço sustentado apenas por alavancagem. No entanto, o interesse aberto vem caindo em agosto, o que significa que um eventual aumento repentino de alavancagem pode amplificar os movimentos de preços se o sentimento mudar.

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"O BTC IV permanece próximo das mínimas históricas, enquanto o ETH apresentou um salto substancial", disse Augustine Fan, chefe de Insights da SignalPlus, à CoinDesk.

“A estrutura a termo do ETH está invertida, com a volatilidade de longo prazo projetada para ficar perto de 70%, enquanto a curva do BTC é o oposto — volatilidade de curto prazo comprimida, com o preço à vista preso em torno de US$ 62 mil. Há um mês, os mercados precificavam apenas 5% de chance de o ETH atingir US$ 4,5 mil em agosto; o preço à vista superou em muito essas expectativas.”

Foco na inflação dos EUA e nos juros

Enquanto a volatilidade retorna, o grande teste vem nesta terça-feira (12), com a divulgação dos dados de inflação nos EUA. O consenso é de que o impacto das tarifas de Trump tenha elevado as pressões sobre os preços em julho.

A mediana das projeções consultadas pela Bloomberg indica alta de 0,3% no índice de preços ao consumidor, que exclui alimentos e energia, após o avanço de 0,2% registrado em junho.

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Uma inflação acima do esperado pode provocar turbulência, mas dificilmente impedirá o Fed de cortar os juros em setembro, segundo Marc Chandler, estrategista-chefe da Bannockburn Global Forex. 

O estrategista também acredita que a tendência de baixa do dólar pode continuar após o relatório, o que seria positivo para ativos de risco como as criptomoedas.

"Com as taxas de juros norte-americanas ainda no limite inferior de suas faixas, apesar da recepção fraca ao reembolso dos EUA na semana passada, suspeitamos que o mercado esteja vulnerável ao que pode ser o terceiro aumento mensal consecutivo no IPC anual e no núcleo do índice. Após o relatório, suspeitamos que a tendência de baixa do dólar possa ser retomada", escreveu Chandler em um relatório no domingo.

Para ele, o dado fraco de emprego de julho nos EUA foi um ponto de virada que aumentou as apostas em um corte de juros pelo Fed, encerrando o rali de recuperação do dólar contra a tendência.

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*Com informações da Coindesk

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